sexta-feira, 31 de julho de 2009

Martinho da Arcada em risco de fechar

O Café Martinho da Arcada corre o risco de encerramento devido à escassez de clientela.
Bocage, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Cesário Verde, Carlos Queirós, António Botto, António Ferro, José Régio, António Gedeão, Teixeira de Pascoaes, David Mourão-Ferreira, Sophia de Mello Breyner (para só citar poetas), foram frequentadores deste café que é actualmente o mais antigo de Lisboa.
Local de tertúlias e encontros de intelectuais, o espaço foi inaugurado a 7 de Janeiro de 1782, com o nome “Casa da Neve”. Dois anos depois passou a chamar-se “Casa de Café Italiana” e, em 1795, “Café do Comércio”. Em 1823 passaria a chamar-se “Café da Arcada do Terreiro do Paço” e só em 1829 seria baptizado de “Café Martinho” pelo proprietário da altura, Martinho Bartholomeu Rodrigues. Em 1845 Bartholomeu Rodrigues abriu outro café em Lisboa, o “Martinho do Camões” e foi nessa altura que resolveu mudar o do Terreiro do Paço para “Café Martinho da Arcada”, nome que mantém até hoje.
Em 1910 o Martinho da Arcada foi considerado Monumento Nacional. Em 1978 foi-lhe atribuída a classificação de Interesse Público. E em 1985 mereceu a designação de Interesse Concelhio.
Tendo-se tornado um local de culto, o Martinho da Arcada tem recebido anualmente a visita de milhares de estrangeiros admiradores da obra de Pessoa. Nas paredes do Martinho, a passagem de Pessoa por ali está profusamente documentada num historial fotográfico que revela aspectos da sua vida e da sua obra. Pessoa foi, durante muitos anos, cliente quase diário do Martinho e aí escreveu muitos dos seus poemas. A mesa e a cadeira onde se sentava habitualmente mantêm-se intactas.
Agora, por falta de clientela motivada pelas obras e recentes alterações ao trânsito no Terreiro do Paço, corre o risco de encerrar.
A pergunta que fica é: não tem Lisboa o dever de preservar, amar e até promover este local histórico da nossa cultura? Não faz o Martinho da Arcada parte do património da cidade e dos lisboetas?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Poesia para crianças

Antologia Poética
Verso a Verso

Poetas: Amadeu Baptista, Francisco Duarte Mangas, João Manuel Ribeiro, Luísa Ducla Soares, Nuno Higino, José António Franco e Vergílio Alberto Vieira
Ilustrações: João Concha
Editora: Trinta Por Uma Linha (Colecção "Rimas Traquinas")
Junho 2009

(Livro recomendado pela CASA DA LEITURA da Fundação Calouste Gulbenkian)

"Antologia poética destinada ao público infantil, esta colectânea agrupa textos de alguns nomes incontornáveis do universo literário destinado a crianças, aos quais se juntam autores mais recentes nesta área, mas em cujos textos é possível descobrir características que enformam uma poética singular. As ilustrações de João Concha funcionam como elo coesivo da publicação, recuperando motivos centrais dos vários textos e jogando com a variação cromática e com a dupla página como unidade de leitura. Explorando as potencialidades sonoras, rítmicas e melódicas da língua, combinadas com formas breves, algumas de ressonância tradicional, os autores poetizam um conjunto diversificado de temas e motivos, percorrendo as linhas de forma da poesia contemporânea para crianças: a natureza e os seus habitantes; os animais; os jogos e as brincadeiras; o circo; o universo interior da criança; o humor e o nonsense; a reinvenção da língua e da herança tradicional, entre outros. Enriquecendo uma área de edição ainda exígua, esta antologia reúne um arco-íris colorido de poetas e é bem possível que venha a constituir uma referência".
Ana Margarida Ramos



Um dia ouvimos tocar

Um dia ouvimos tocar
um violoncelista
que de tanto vibrar
começou a voar sobre as casas.

Um cavalinho de pau,
nosso conhecido,
por ter ficado abandonado
no jardim
também possuía a misteriosa claridade

das noites em que há luar.

Amadeu Baptista

Novidades Livros de Horas

A Tropelias & Companhia - Associação Cultural criou uma chancela, a Livros de Horas, para editar livros de poesia. A colecção é coordenada pelo poeta Vergílio Alberto Vieira, que a inaugura com dois títulos de sua autoria: Melancholia Perennis e Sombras de Reis Mendigos:

Melancholia Perennis
Vergílio Alberto Vieira
Prefácio: Filomena Ioss
Ilustração: Juan Carlos Mestre
Maio 2009







Pronunciado o nome,
dado o sinal aos remadores
que, desde o alvorecer,
tinham tomado assento na bara
(vigiada pelo sacerdote
com cabeça de chacal)
à luz das tochas, sairá o cortejo,
que levará ao santuário
em que serei julgado,
não longe do olhar
dos queimadores de incenso
e dos porta-estandartes do reino,
onde terei morada.


Sombras de Reis Mendigos
Vergílio Alberto Vieira
Prefácio: Miguel Real
Ilustrações: Juan Carlos Mestre
Maio 2009







Com doze ânforas de vinho e vinte medidas de cevada em bons alforges guardada, providenciou, Euricleia, para que nada faltasse na nau bem dirigida em que Telémaco, só do Olimpo avistado, havia de indagar qual o traçado que, à expedição em que eu seguia, tinha proposto o mar Oceano, e vã não fosse a espera de Penélope em seu tear de sombras.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sexta-feira • 31 de Julho • 22h00 • Livraria Trama
Callema em Bikini
Entrada livre
Rua São Filipe Nery, Nº 25B, Lisboa (ao Rato)

Sinais de pontuação

Circula na blogosfera uma espécie de manifesto contra o ponto de exclamação. Uma ideia que começou com o Senhor Palomar, seguida por Francisco José Viegas (A Origem das Espécies) e por José Mário Silva (Bibliotecário de Babel), abordada há uns tempos por Pedro Mexia e que até já tem um símbolo criado pelo Pedro Vieira (Irmão Lúcia).
Concordar ou não concordar, o debate está aberto. E será sempre de ter em conta a opinião do Francisco Viegas, do Pedro Mexia e do José Mário Silva, que sabem do que falam. E que até têm alguma razão.
Mas, o que está em causa, mais do que a existência do ponto de exclamação, não será o abuso na sua utilização? O ponto de exclamação existe porque tem uma função: exclamar! Sem ele, como acentuaríamos a entoação de uma interjeição? E na sinalética de trânsito, o que se poria no sinal de "Perigo"? Provavelmente existirão outros sinais de pontuação mais inúteis — como por exemplo o ponto e vírgula, que, mesmo assim, tem alguma utilidade. Pior é o caso dos espanhóis, que usam dois pontos de exclamação ou de interrogação na mesma frase, começando com um invertido.
O ponto de exclamação é um grito histérico se usado num título de um jornal, mas poderá ter a sua utilidade. Mais histérico é um título todo em maiúsculas ou um texto inteiro. Isso sim, é gritar com o leitor.
O mesmo acontece com as reticências. Existem e devem ser usadas correctamente e com moderação. O mal não está nos sinais de pontuação, está em quem não os sabe usar.
Concluindo, os sinais de pontuação e a acentuação fazem parte da nossa linguagem escrita e é imprescindível saber usá-los correctamente.

Um outro assunto mais grave do que a existência destes sinais é a aplicação (ou não aplicação) do acordo ortográfico e a grande confusão que circula por todo o lado. Cada um escreve como sabe (ou não sabe) e de teimosia em burrice, a Língua Portuguesa vai ficando em muito mau estado... (perdoem-me as reticências, mas a alternativa seria um ponto de exclamação)
República da Poesia no Centro Municipal de Cultura
Porto Alegre • Brasil

terça-feira, 28 de julho de 2009

XVII Prémio de Poesia Espiral Maior para Rosa Alice Branco

Rosa Alice Branco venceu, por unanimidade, o XVII Prémio de Poesia Espiral Maior, com a obra "O Gado do Senhor".
A este prémio, no valor de 15 mil euros, apoiado pelo Âmbito Cultural do El Corte Inglés, concorreram 198 obras, de Portugal, Galiza, Angola e Brasil.
Do júri fizeram parte os poetas Xosé Maria Alvarez Cáccamo, Xavier Rodriguez Baixeras e Miguel Anxo Fernan Vello.

Rosa Alice Branco nasceu em Aveiro em 1950.
É doutorada em Filosofia Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa, com uma tese subordinada ao tema A Relação Causal na Percepção.
Tem um mestrado em Filosofia do Conhecimento, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde defendeu uma tese sobre a Psicologia da Percepção em Berkeley, subordinada ao título O Desenvolvimento da Filosofia do Sugerir - A percepção no quadro de uma teoria interpretativa.
É licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Fez ainda um Curso Profissional de Farmácia, pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.
A sua obra está traduzida e publicada em vários idiomas, como alemão, árabe, castelhano, francês e inglês. Estreou-se em 1982 com o livro A Mulher Amada, ao qual se seguiu, em 1988, Animais da Terra. É autora de vários ensaios e está também incluída em várias antologias.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O serviço público e a poesia


A propósito de um artigo de opinião de José Carlos Vasconcelos publicado no "JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias” no dia 15 de Julho, que se pode ler aqui, sugiro a leitura de uma entrevista a Paulo Rato (do extinto programa “Os Sons Férteis” da Antena 2), aqui e aqui.
E o artigo publicado por Álvaro José Ferreira, aqui.

Sublime

Já está à venda o nº 7 da revista de Poesia e Imagem “Big Ode” que, nesta edição, tem o título "Sublime".

Colaboraram neste número (com poemas, desenhos, fotografia, textos e poemas visuais):

Alberto Guerreiro (POR)
Angelo Mazzuchelli (BRA)
Angelo Ricciardi (ITA)
A. Dasilva O. (POR)
Artur Aleixo (POR)
Constança Lucas (BRA)
Fernando Aguiar (POR)
Francisco Carrola (POR)
Gonçalo Cabaça (POR)
Henrique Fialho (POR)
Hilda Paz (ARG)
João Rasteiro (POR)
José Carreiro (POR)
João Concha (POR)
João Pereira de Matos (POR)
Manuel da Silva (POR)
Maria Quintans (POR)
Mário Cervantes (COL)
Paulo Pego (POR)
Pedro S. Martins (POR)
Renaat Ramon (BEL)
Roberto Keppler (BRA)
Rodrigo Miragaia (POR)
Rui Carlos Souto (POR)
Rui Costa (POR)
Rui Tinoco (POR)
Sara Rocio (POR)
Sérgio Monteiro de Almeida (BRA)
Tiago A. da Veiga (POR)
Vittore Baroni (ITA)

Mail Art Interview:
Angelo Mazzuchelli (BRA)
Arturo Accio (MEX)
Clemente Padín (URU)
Hilda Paz (ARG)
Hugo Pontes (BRA)
John Held Jr (USA)
José Oliveira (POR)
Luc Fierens (BEL)
Maria Arcieu (POR)
Miguel Jimenez (ESP)
Reed Altemus (USA)
Renaat Ramon (BEL)
Rod Summers (NLD)
Serse Luigetti (ITA)
Vittore Baroni (ITA)


(nesta imagem, um poema visual de Constança Lucas)

domingo, 26 de julho de 2009

Na estante de culto

Acaba de sair o livro de poesia de Rui Almeida, Lábio Cortado, editado pela LivrodoDia, obra que ganhou (por unanimidade) o Prémio Manuel Alegre 2008.

Acerca deste livro de Rui Almeida, escreveu Paulo Sucena:

A qualidade da língua literária do autor e a sua pertinente e despojada reflexão sobre o tempo presente e a(s) circunstância(s) em que o sujeito poético expressa a sua voz, evocadas com amarga e estreme lucidez, quer dizer que falo de uma razão não contaminada por excesso de sentimento, foram factores fundamentais para o júri sustentar a sua decisão.

Estamos perante uma poética que estabelece uma subtil conjugação entre a palavra e o mundo, assumida numa apresentação do poema como produto da linguagem. Rui Miguel Leal de Almeida oferece-nos uma poesia em que, como Paul Valéry escreveu, “o poeta consagra-se e consome-se a definir e a construir uma linguagem na linguagem”. E ao fazê-lo com evidente qualidade reflexiva e uma sólida austeridade formal, a poesia de Leal de Almeida ganhou uma inegável e singular identidade entre mais de uma centena de concorrentes ao prémio Manuel Alegre. Diria mesmo que o poeta de LÁBIO CORTADO se abeira da poesia como sendo ela um modo “de descoberta, de criação e de alargamento do conhecimento” (Nelson Goodman).

O contexto histórico-social europeu em que vivemos, a que alguém há uns anos atrás chamou a “era do vazio”, tem traços mais preocupantes, porventura definidores de uma crise civilizacional, do que aqueles com que Roman Rolland caracterizou, um ano antes da grande depressão de 1929, o nosso continente: “A velha Europa está entorpecida numa atmosfera pesada, viciada (…). O mundo morre de asfixia, num egoísmo prudente e vil”.

O título do livro de Rui Miguel Leal de Almeida é por si só uma terrível marca do tempo presente – Lábio Cortado permite-nos, num livre jogo de sinédoques e metonímias, falar de uma voz cortada, de um ser imperfeito, de uma vida que sangra. O próprio poeta nos diz que “é o lábio cortado que molha o ventre”.

LÁBIO CORTADO fala-nos de um tempo devastado, repassado de inacção e abulia, em que o poeta se mostra “de pernas dormentes por não caminharem” e batido pela aridez dos afectos: “o peito está vazio e abandonei-o”, num mundo onde os seres “perderam a consciência do riso”. Convocando os sujeitos da enunciação de alguns poemas de LÁBIO CORTADO, eles constroem sob os nossos olhos um edifício poético caracterizado por espaços disfóricos e tempos disfóricos, onde se vive sob uma acre disforia de sentimentos: “é no meio da podridão que reproduzimos a tristeza”.

Perscrutamos um universo poético que por si mesmo gera um forte sentimento de incerteza, uma palavra-chave do discurso neoliberal, que o poeta traduz assim: “Não sei do sentido de ir ou se vamos chegar”. Por isso ele se resguarda até ao limite de ninguém o conhecer, porque se vela “para cá do visível”. Eis-nos perante um poeta reduzido à substância do seu nome, talvez só possível de ler nas letras do poema. Porém, o poeta sabe que “triste é permanecer”, existir somente “depois de ler a sombra”. Assim, podemos dizer que triste é o lugar onde a luz se não dá a ler. Mas, mesmo na adversidade, é imperioso caminhar sem esperas nem medos, mesmo não sabendo aonde ir num mundo precário onde a plenitude se desvanece, corroída no centro por inúmeras falhas ou cortes, se preferirem. O poeta sabe, portanto, que a vida é uma viagem atravessada pela secura e, por isso, às vezes, é necessário parar para se ouvir o passado, em silêncio, porque o poeta não entende o que lhe diz o lugar onde parou. Porém, dentro de si, sabe a sua história e ouve-a “enquanto recebe a chuva do final de verão”, com a certeza de que a vida é uma viagem para a morte e de que o tempo é o grande estatuário da morte ao começar por “modelar-lhe a velhice no rosto”, No rosto de um poeta que sabe que o sonho do homem vive entranhado nas unhas com que, sem esperança, escava a terra enquanto na estrada do tempo apenas fica a rasura das letras de uma escrita que não deixa vestígios, porque foi produzida com tinta simpática. Há, na verdade, neste livro, para além de uma superlativação da dor, plasmada em oxímoros como “o afecto da dor”, uma vertigem alucinante, impulsionada pelo movimento do poema para o nada, que tange “o voo mortal do poema” de que falava a grande poetisa soviética Anna Akhmátova.
No entanto, também deste livro se levanta um ser que voa mas não é pássaro nem anjo, tão-só sombra visível que se ausenta, ateando subitamente uma luz no seu olhar. Ouçamos o poeta:

Quando se projecta no vidro a sombra
de um ser que voa e voando surge
nunca pássaro, nunca anjo, sempre sombra
que se ausenta sendo visível e certo

então de luz o olho de repente arde


alimentado, quem sabe, por algumas pequenas coisas naturais e pelo calor de estar vivo, que no livro nos surgem nestes dois versos:

uma flor silvestre, um arbusto, uma avenida
dois pedaços de lenha atirados ao fogo.


Então diria que o poeta de LÁBIO CORTADO não assume a ácida pergunta e a implícita resposta formulada por Nuno Guimarães, um talento poético precocemente desaparecido e um virtuoso guitarrista de Coimbra, no seu livro “Os Campos Visuais”: “Constrói, em coerência, uma paisagem acre e sem verdura?”

Rui Miguel Leal de Almeida não chega a uma tão grande desolação, porque descobre no pouco que resta, neste tempo avaro, sinais que se traduzem, positivamente, num movimento da “secura” para a “frescura”, para usar substantivos seus.

Do mesmo modo, assumo uma leitura outra da herança de Rimbaud na poesia de Rui Miguel Leal de Almeida que não a do amargo cepticismo traduzido no último poema do livro, numa alusão ao poeta de “Iluminações” que gastou o seu fulgurante génio dos 17 aos 19 anos e, depois de revolucionar a poesia europeia, partiu para a Abissínia onde, entre outras coisas, teria traficado armas, abandonando definitivamente a poesia.

Uma herança de Rimbaud

Qualquer poeta
se pode transformar
em traficante de armas


Mas antes disso ter acontecido, Jean-Arthur Rimbaud escreveu: “uma noite sentei a Beleza nos meus joelhos – E vi que era amarga”. Esta parece-me ser uma fonte muito mais genuína da herança que Rimbaud transmitiu a Rui Miguel Leal de Almeida. Senhor dela e das suas implicações, o autor de LÁBIO CORTADO produziu uma poesia de razão e de paixão ou, talvez melhor, de razão apaixonada.


Deixo-vos um poema do livro:

O brilho da névoa
uma febre luminosa arrastada adiante
todos os pés de quem passa sem ruído
sempre longe o mínimo tremor
e o vento, uma toalha solta agitada
há os que dizem coisas por não as saberem
e os que olham passam suspensos
os dias são sinais, são tardes inteiras
corrosão que pode ser dita
actualizada a cada momento
tentativas sem sucesso para avançar
a destreza dos barcos nos dias de chuva
ou a lentidão observada à distância.

Rui Almeida


Vinte linhas de José do Carmo Francisco sobre este livro aqui.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Anespirais

espirais cobrem meu corpo
despencam helicoidais
ideogramas/nanquim/pincéis
tatuagens
não breves sinais

rufar de tambores
febre cerebral/enxaquecas
furor
humor e tumor
dores fatais

não sei quanto tempo
sentado na praça
contando cachaça
bebendo desgraça

sem você
sou vazio e sem cenho
criança sem colo da mãe

me lembro quando amar
não doía
pérola na língua
vermelho carmim

agora carrego um olhar flutuante
choro lendo hai kais

chuva sobre bambuais

tensão de garoa
uma lata vazia flutua no ar

um dia ouvi alguém que esqueci
sussurrou

em japonês
amor
se diz "ai"

Edson Bueno de Camargo

Na voz de Luís Gaspar:

quinta-feira, 23 de julho de 2009

(clicar para ampliar)
RECITAL "DOZE MESES MENOS UM – RASCUNHO # 7"
Lorca que te quiero Lorca
27 de Julho • Velha-a-Branca Estaleiro Cultural • Braga

Poemas de Federico García Lorca ditos por: Ana Arqueiro, Ana Gabriela Macedo, Ana Rei, António Durães, Arlindo Fagundes, Armanda Queiroz, Carlos Silva, Fernando Duarte, Francisca Vasconcelos, Gaspar Machado, Irene Brito, Luís Barbosa, Luís Barroso, Luísa Fontoura, Manuela Martinez, Marta Catarino e Paulo Pereira.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sugestão da Andante para esta semana


Noite de Verão

Quando é no Verão das noites claras e faz calor dentro da gente,
... aquela menina casadoira, que mora junto ao largo, vem à varanda ver a Lua.

Roçando o corpo, devagar, descem por ela as mãos da noite:
sente-se nua. Sente-se nua, na varanda, já tão senhora do seu destino, sem medo às estrelas nem às mãos da noite
— mas baixa os olhos se algum homem passa...

Manuel da Fonseca


Voz: Cristina Paiva; Música: Pascal Comelade; Sonoplastia: Fernando Ladeira

Poesia de Choque em S. João da Madeira



Tertúlia poética POESIA DE CHOQUE
S. João da Madeira • Art7Menor Bar • 23 de Julho a partir das 23H00
Com o poeta António Pedro Ribeiro

(A foto do cartaz é um poema visual de Fernando Aguiar, intitulado "Poesia Acerca do Mamilo")

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Foi há 40 anos...

Alan Bean

Foi há 40 anos que o Homem chegou à Lua.


LUA

Há palavras que toda a gente conhece
que são quase comuns a todas as pessoas
Palavras propagadas através da gelada
superfície dos números e dos tempos
que nos cercam com o seu peso imaginário
de coisas construídas.

Por vezes um cadáver entre as pontes
justifica a grande evidência.

Pensemos na palavra Lua por exemplo.
Não há ninguém que não saiba o que é a Lua.
Por presença constante em todos os espaços
paralela ao ser dos seres e dos signos
de aqui até ao infinito
a olhamos de verbo a verbo.
Mas meditemos

no que efectivamente significa
— ela e o seu rumor transposto
ela e o silêncio multiplicado
da sua imagem mortal.

No fundo nada significa
A não ser pelo oculto existir do sensível
plano da luz e da penumbra
no mundo das cidades.

Está no alto é verdade emitindo ruídos
tão nítidos e negros tão débeis na distância
que houve que edificar um espectrómetro sonoro
a fim de lhe captar os arquejos
de animal pré-histórico. Está algures

num deserto da Austrália
esperando pacientemente algo de novo e vital
e o seu rosto escarlate de serpente
não é um objecto mais para o tempo da pedra
e do metal incompletos. Da sua carne
brota um falo por vezes é uma antena
para as plantas e os lagartos perpétuos.

Quantas vezes
o gélido e inquietante murmúrio das areias
se confundiu na sua brancura devastada?
Ei-lo no descampado: uma sombra uma ausência
proibida e sábia
longo e espiralado como um nervo do crâneo
como um rápido sulco fotográfico
no peito em ruínas.

Há rostos ao longe memória de hecatombes.

Não é que a Lua seja inconfessável abismo
embora tenha um corpo projectado e essencial
de vida e morte. Não falemos sequer
nos seus enquadramentos diversos
nas suas presenças repentinas, nos seus credos
ou no fugaz tecido laminar da sua
franja de esquecimento. Apenas
a palavra conta, conquanto nada ultrapasse
o exterior universo do seu Universo próprio.

E ainda
que tudo lhe faculte a impossibilidade
de estar nos outros como em si ou de ser afinal
matéria de febris prestígios
uma parede trapos velhos carnagem
não está em nada não reside em nada

ela não está em nada não rola sobre nada
que da boca não saia quer seja acto ou urina
um rasgão de tiros na noite um vidro a mais
quer seja a incontável câmara do sangue
dos olhos esmagados
das negruras com que o sopro do tempo passa

e flutue
e penetre
e comunique
e seja enfim em todo o lado o segmento infindável

da dúvida.


Nicolau Saião
in “Os objectos inquietantes” (1994)

domingo, 19 de julho de 2009

Outras sugestões para os próximos dias


22 de Julho (quarta-feira):

PORTO – Clube Literário do Porto
22 de Julho, no Piano-Bar do Clube Literário do Porto:
21h30 - Quartas Mal Ditas
Organização e colagem de textos: Anthero Monteiro
Leituras por: António Pinheiro /Anthero Monteiro/ Diana Devezas /Isabel Marcolino/ Luís Carvalho / Mário Vale Lima /Manuela Correia/ Marta Tormenta / Rafael Tormenta

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24 de Julho (sexta-feira):

LISBOA – Casa Fernando Pessoa
Homenagem a Arménio Vieira - Prémio Camões 2009
Abertura por Manuel Alegre.
Evocação da Obra por Filipa Leal.
Leituras de amigos do Poeta: Celina Pereira, José Cunha, Mito Elias, Vera Cruz e Xan.
Casa Fernando Pessoa, dia 24 de Julho, 18h30.


CASCAIS - Farol de Santa Marta
Dia 24 de Julho, pelas 21h30, na esplanada do Farol de Santa Marta, em Cascais, alguns dos habitués das Noites Com Poemas juntar-se-ão para dizer poemas sobre o mar.
Do grupo fazem parte o Carlos Peres Feio, a Estefânia Estevens, o Francisco José Lampreia, o João Baptista Coelho, o David Silva, o Mário Piçarra e o Jorge Castro.


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25 de Julho (sábado):

LISBOA – Café In
Lançamento da antologia “Entre o Sono e o Sonho – Antologia de Poesia Contemporânea – volume II”, no dia 25 de Julho, no Café In (Avenida Brasília, Pavilhão Nascente, nº 311, lLsboa), pelas 19H30.
Entrada livre.
Projecto criado e desenvolvido pelo Portal Lisboa e apoiado e editado pela Chiado Editora.


BRAGA – Estaleiro Cultural Velha-a-Branca
Apresentação do nº 7 da revista de Poesia e Imagem “Big Ode”.
Projecção em contínuo de 27 vídeos do projecto “Zero filme”.
No dia 25 de Julho, a partir das 22H00.



PORTO - Fundação Eugénio de Andrade
No dia 25 de Julho, pelas 18h30, a Fundação Eugénio de Andrade vai prestar uma homenagem a Mário Cesariny: será evocada a sua relação com Eugénio de Andrade, serão lidos alguns dos seus poemas, e será pronunciada a palestra "A alquimia do verbo na poesia de Cesariny" pela lusófila italiana Dr.ª Maria Bochicchio, a quem o grande poeta concedeu a sua última entrevista.
A entrada é livre.
A Fundação Eugénio de Andrade fica na Rua do Passeio Alegre, 584, Porto.


ALCOCHETE - Biblioteca Municipal
No dia 25 Julho, a Associação Artística Andante vai apresentar o espectáculo de poesia "Às avessa" na Biblioteca Municipal de Alcochete pelas 15H30.
“Poesia é brincar com palavras”. É assim, a brincar, que ela constrói com palavras que retirou aos livros, o seu mundo. Um mundo onde “as coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis” onde “elas desejam ser olhadas de azul”.


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26 de Julho (domingo):

SERNACELHE – Biblioteca Municipal
No dia 26 Julho, a Associação Artística Andante vai apresentar o espectáculo de poesia "Às avessas" (no 1º Aniversário da Biblioteca Municipal de Sernancelhe) no Auditório Municipal, pelas 17H00.
O que se pode fazer com os livros?
Aprender, crescer, brincar, virar o mundo do avesso, ou seja, olhar o mundo de outra maneira.

De uma forma lúdica, este espectáculo de teatro, tenta revelar o prazer que os livros podem proporcionar e como eles nos podem ensinar a ver as coisas sob outra perspectiva.

A poesia, a forma escolhida pela personagem do espectáculo, guia esta viagem onde se encontrarão a natureza, o tempo, as letras, a noite, a banda desenhada, tudo dentro de uma biblioteca.

sábado, 18 de julho de 2009

Novidades 4Águas

Os Nossos Dias
Autor: Miguel Godinho
Nº Págs.: 80








É este o grito na demência da tarde
a vida num punhal cravado na folha inocente
descrevendo emoções repletas de sonhos perdidos
o silêncio por debaixo das frases atravessadas
de memórias inundadas de esterco
e o olhar perdido ao canto da sala
desenhando a inércia
faz tanto tempo que não consigo
sentir a magia das coisas simples
às vezes parece que alguém que não eu
instituiu uma nova verdade para o olhar
separando-me do que realmente importa


quinta-feira, 16 de julho de 2009

Festival “Amor é Fogo”

Buraka Som Sistema, Tito Paris, Chico César, Da Weasel ou Ana Moura são alguns dos convidados da primeira edição do Festival “Amor é Fogo” que irão musicar o soneto de Camões “Amor é um fogo que arde sem se ver” num evento que privilegia a Língua Portuguesa nas suas mais variadas expressões, e que tem lugar de 17 a 19 de Julho, no Estádio Municipal de Oeiras.

Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões
1525?-1580
Portugal

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Novidades Verbo

Antologia Poética Fernando Pessoa
Selecção e apresentação de Isabel Pascoal
Colecção Verbo Clássicos


FERNANDO PESSOA
Poeta português (1888-1935), o mais universal e multifacetado dos poetas portugueses do século XX e referência obrigatória da poesia moderna.


ORPHEU E O MODERNISMO

Iniciador do movimento modernista em Portugal, com Mário de Sá­Carneiro, Santa-Rita Pintor, Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, José Pacheco e outros poetas e artistas, sobretudo a partir da fundação, em 1915, da revista Orpheu, marcada pela inovação e arrojo estético-literário.


OS HETERÓNIMOS

Um sentimento de dispersão interior e de incompletude fizeram surgir aquilo que Pessoa descreveu como um «drama em gente» – o aparecimento de personalidades poéticas diferenciadas, os heterónimos, ao lado de «Pessoa ele mesmo». Surgiram, assim, Alberto Caeiro, mestre autodidacta de visão ingénua e sensorial das coisas; Álvaro de Campos, cantor da fúria e da vertigem da civilização mecânica; Ricardo Reis, filósofo epicurista de raiz clássica, Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego (e muito outros heterónimos, semi-heterónimos e pseudónimos de menor importância poética), entre os quais se estabelece uma fina dialéctica de unidade e diversidade.


MENSAGEM

O único livro de poesia em português que Fernando Pessoa publicou em vida (1934) constitui uma interpretação cifrada de Portugal, em que se cruzam marcos da identidade nacional, uma visão da história, uma ideia do sebastianismo e elementos de natureza esotérica.



Poesia e Prosa Medievais
Introdução de Maria Ema Tarracha Ferreira
Colecção Verbo Clássicos


IDADE MÉDIA
A Idade Média foi o período de formação da identidade territorial, política e linguística de Portugal. Se a fixação de limites e fronteiras constituiu uma dimensão fundamental desta formação, os primeiros documentos e registos escritos foram igualmente importantes para a fixação de uma tradição e de uma memória colectivas, correspondendo igualmente a um processo de fixação da expressão linguística desta nova identidade.

GALEGO-PORTUGUÊS
As fronteiras linguísticas nem sempre correspondem, porém, às estritas fronteiras territoriais. Assim, estes primeiros documentos foram escritos em galego-português, língua românica formada no contacto do latim vulgar dos romanos com as línguas autóctones de regiões contíguas de Portugal e da Galiza, usada por cronistas e trovadores, e que constitui o património linguístico a partir do qual se formou a nossa actual língua.

POESIA E PROSA MEDIEVAIS
«Cantigas de amor, cantigas de amigo, cantigas de escárnio e de maldizer, memórias linhagísticas, cantos épicos, narrativas de fundo mítico, livros de linhagens ou crónicas, a preservação do conjunto destes textos somente foi possível graças a um novo relacionamento com a escrita instaurado pela prática trovadoresca. E foi este relacionamento, associado à condição nobre do trovador e à sua proximidade dos círculos do poder, o principal responsável pelo estatuto literário adquirido pelo galego-português no século XIII.»
António Resende de Oliveira em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa

terça-feira, 14 de julho de 2009

Prémios de Edição LER BOOKTAILORS

Já abriram as candidaturas para a 2.ª Edição dos Prémios de Edição LER BOOKTAILORS e o prazo acaba a 30 de Setembro de 2009.
Mais informações aqui.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novo livro de Luís Brito Pedroso


Princesas Dianas & Anti-Heróis

Autor: Luís Pedroso
Edição de autor
(na capa, uma ilustração de Luís Louro)






Imaginámos santos, infantes e condestáveis
Capitães de Maio e de Abril
Meninos da lágrima e virgens de gesso
Ditadores de botas e pastorinhos de arremesso
Rainhas santas e ínclitas gerações
E o que temos são grades de mini e travessas de caracóis

Desejámos um país que não se resumisse
a travessias diárias do oceano
Bolas de berlim e guarda-sóis
Relíquias do Rio Jordão ou alegria de garrafão
e o urbanista apenas a distribuir centros comerciais
Portanto desejámos talvez demais

Recortámos o horizonte de um país de poetas
Rainhas depois de mortas e grutas para o Camões
Saudosismos de grandeza e hinos contra
os britões, sonhando com saldos e promoções
A invenção de fátimas, fados e futebóis
E temos o subsídio para uma alcatifa de girassóis
O corvo vai debicando os miolos de São Vicente,
aspirando a migrações
Crocitando os segredos da carbonária,
o corvo é o anti-herói,
farto de medalhinhas e superstições

E de vez em quando desaparecia pólvora dos armazéns
Querias um amor imune ao logro, à missão animal do isco
A perfuração dos anzóis
Mas a verdade é que vives num maravilhoso reino
de Princesas Dianas e anti-heróis
e o que me vale é que elas gostam de ir com eles para a cama
Princesas Dianas e anti-heróis


Luís Pedroso nasceu em Lisboa em 1977. É arquitecto desde 2002.
Publicou:
Poema Seis (Dezembro 2005)
O Meu Nome e a Noite (Fevereiro 2007)
Sobregelofino (Julho 2008)
Participou nas antologias:
Os Dias do Amor (2009)
Aurora de Poetas
(2009)

domingo, 12 de julho de 2009

Sobre uma poesia sem pureza (excerto)

(...)
Assim seja a poesia que procuramos,
gasta como um ácido pelos deveres da mão,
penetrada pelo suor e o fumo,
rescendente a urina e a açucena,
salpicada pelas diversas profissões
que se exercem dentro e fora da lei.
Uma poesia impura como um fato,
como um corpo,
com manchas de nutrição,
e atitudes vergonhosas,
como rugas, observações, sonhos, vigílias, profecias,
declarações de amor e de ódios,
bestas, abanões, idílios,
crenças políticas, dúvidas,
afirmações, imposições.
A sagrada lei do madrigal
e os decretos do tacto, olfacto, gosto, vista, ouvido,
o desejo de justiça, o desejo sexual,
o ruído do oceano,
sem excluir deliberadamente nada,

(sem aceitar deliberadamente nada,)

a entrada na profundidade das coisas
num acto de arrebatado amor,
e o produto poesia manchado de pombas digitais,
com marcas de dentes e gelo,
roído talvez levemente pelo suor e o uso.
Até alcançar essa doce superfície do instrumento tocado sem descanso,
essa suavidade duríssima da madeira manejada,
do orgulhoso ferro.
A flor, o trigo, a água
têm também essa consistência especial,
esse recurso de um magnífico tacto.
(...)

Pablo Neruda
(Tradução de José Bento)


Interpretado pela Andante:

Voz: Cristina Paiva; Música: David Sylvian; Sonoplastia: Fernando Ladeira.

sábado, 11 de julho de 2009

Outras sugestões para os próximos dias


16 de Julho (quinta-feira):

SESIMBRA – Biblioteca Municipal
"Chave de Ignição", o novo livro de poesia de Ruy Ventura (editora Labirinto) será apresentado no próximo dia 16 de Julho, às 21H00, na Biblioteca Municipal de Sesimbra.
A apresentação estará a cargo do escritor e poeta João Candeias, estando as edições Labirinto representadas pela escritora e poeta Maria do Sameiro Barroso.



LISBOA - Livraria Trama
Dia 16 de Julho, pelas 21h30:
Lançamento do livro DEMORÔ de Paulo Kauim,
Pocket show hai kai com Luanda Cozetti & Norton Daiello (COUPLE COFFEE),
Performance poética com Paulo Kauim
e Mostra: Invenção e Fúria (algumas arestas da poesia brasileira hoje).
Entrada livre.


CASCAIS - Biblioteca Municipal
Sessão especial das Noites Com Poemas, no próximo dia 16 de Julho, a partir das 17h30, na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana:
A partir das 17h30 será apresentado o livro Estórias do Amanhecer, que é constituído pelos trabalhos literários de jovens dos 7 aos 17 anos (edição da Apenas Livros), coligidas pela iniciativa do Café Grilo (Alto dos Lombos, em Carcavelos).
Às 21h30, terá início o encontro de escritores da Apenas Livros, com obra publicada já no ano de 2009 (Vítor Vicente, José Luis Campal, Artur Patrício, Maria Paula Raposo, Fernando Botto Semedo, Manuel Filipe, Maria Estela Guedes, Luís Serra, João Barbosa, Floriano Martins, João Rasteiro, João Pereira de Matos, Jorge Castro e Ricardo Álvaro)
Haverá um momento musical com Júlia Zulus (oboé) e Luís Morais (violino) que interpretarão obras de Mozart, Telemann e Bach.

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17 de Julho (sexta-feira):

ÉVORA - Bibliocafé Intensidez
Dia 17 de Julho, pelas 22H00:
Música & Poesia - "Tom na Palavra"
Iniciativa do Mestrado em Criações Literárias Contemporâneas.
Reunirá jazz standard tocado por Tòzé Xavier, ao piano; e o convidado Joaquim Gil Nave, no contrabaixo.
Leitura e Declamação por parte de alunos e professores do referido mestrado, e convidados.


OVAR – Bar Paralelo 38
Andreia Macedo apresenta:
Stand Up Poetry
No Bar Paralelo 38
17 Julho, 23:38h
Rua Jornal O Comércio do Porto, nº 16
Praia do Furadouro - Ovar


LISBOA – As Escolhas de Sofia
Lançamento do livro de poesia “Trago Rosas”, de Carlos Martins, pelas 19 horas, no espaço “As Escolhas de Sofia” com apresentação de Cláudia Semedo.
Seguido de um momento musical com Canções da Lusofonia.
Largo da Academia Nacional das Belas Artes, nº 5 – Chiado


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18 de Julho (sábado):

PORTO - Cosmorama
Apresentação do livro de poesia “Yguarani” de Wilmar Silva no dia 18 Julho pelas 22h.
Jorge Melícias apresentará Yguarani, 'poética não completa' de Wilmar Silva, poeta brasileiro (Minas Gerais) que nasceu em 1965 e que é responsável pelo projecto de pesquisa de poesia de língua portuguesa Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua, antropologia de uma poética.


LISBOA - Livraria Trama
O livro "Apoplexia da Ideia" de Maria Quintans vai ser apresentado na livraria Trama, em Lisboa, no dia 18 de Julho às 22.00h, em conjunto com o lançamento da revista de poesia e imagem Big_Ode e com o Projecto Zero Filme, respectivamente do Rodrigo Miragaia e da Sara Rocio.


PORTO - Bela Cruz
No espaço Bela Cruz Porto vai decorrer no dia 18, pelas 22 horas o evento "Voz às Palavras" organizado pela editora Edita-me, onde serão declamados textos de autores da editora: Filipe Paixão, Jorge Pópulo, Ruth Ministro, Nuno Brito e Luísa Azevedo.
As declamações estarão a cargo de Celeste Pereira, Luísa Azevedo e Olga Oliveira, que serão acompanhados por Pedro Lopes (piano) e Sílvia e Carlos Caldeira (dança).
O Bela Cruz fica no final da Av. da Boavista, junto à rotunda do Castelo do Queijo, no Porto.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Toldos com Poemas na Gulbenkian

Os toldos do jardim da Fundação Gulbenkian dão-nos poesia. São telas impressas, ao longo de 80 metros, com poemas de vários autores, dos clássicos aos modernos e contemporâneos.
A estrutura dos toldos é uma criação da arquitecta Teresa Nunes da Ponte, a selecção dos poemas esteve a cargo de António Pinto Ribeiro e a coordenação técnica é de Jorge Lopes.
Os poetas: Safo, Léopold Senghor, Jorge Luis Borges, Carlos Drummond de Andrade, Octávio Paz, Cristina Ali Farah, Juan Gelman, William Wordsworth, Antonio Cicero, Cesare Pavese, Manoel de Barros, Pedro Tamen, T. S. Eliot, Wole Soyinka, Salah 'Abdal-Sabur, Joyce Mansour, Emílio Ballagas, Adélia Prado, José Craveirinha, Antjie Krog, Ronelda Kamfer, Sophia de Mello Breyner Andresen e Philip Larkin.
O projecto tem o título "Próximo Futuro" e para saber saber, visitar o site da Gulbenkian aqui (clicar em "Projectos" e depois em "Toldos e Poemas").

Festa da Poesia Lusófona em Vila Nova de Famalicão

Nos próximos dias 10 e 11 de Julho, Vila Nova de Famalicão transforma-se na capital da poesia lusófona, com o lançamento do projecto “Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua, antropologia de uma poética” da autoria do poeta brasileiro Wilmar Silva. Constituído por um livro e um DVD, o projecto que é apresentado na Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, reúne 100 poetas, do Brasil, de Portugal, da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Entre os vários autores participantes destaque para o cabo-verdiano Arménio Vieira, vencedor do Prémio Camões.
Para além da projecção do DVD e da apresentação do livro de poemas, o programa de lançamento da obra inclui ainda cinco mesas de debate, reunindo diversos poetas de língua portuguesa. Durante os dois dias do evento, a Casa de Camilo será o centro da poesia dos países da lusofonia, onde não faltarão os recitais, pelos próprios autores.
Inserido nas comemorações do dia da Cidade, que se celebram a 9 de Julho, o projecto é também uma homenagem à cultura portuguesa que se expandiu a todos os continentes.
A abertura do evento está marcada para as 21h30, de sexta-feira, dia 10 de Julho, com a apresentação do projecto. Segue-se o primeiro debate sob o tema “Poesia: Liberdade, Experiência, Linguagens”, com as presenças dos poetas portugueses, Filipa Leal, José Braga Amaral e Ruy Ventura. Pelas 23h00, inicia o debate dedicado ao tema “Safra Nova”, a cargo dos poetas André Sebastião, Cristina Nery e João Miguel Henriques. A noite termina com um recital de poesia pelos autores presentes.
No sábado, dia 11, o programa recomeça pelas 10h30, com o debate “Poesia e Realidade”. Os poetas intervenientes serão Aurelino Costa, Ana Viana e Américo Teixeira Moreira. Segue-se o debate sobre “Poesia: Linhas de Fuga e Transmigração”, com Fernando Aguiar, João Rasteiro e Luís Serguilha. Pelas 15h00, E. M. de Melo e Castro, Jorge Reis-Sá e Rui Costa debatem a “Poesia de Livro: Objecto e Produto”, seguindo-se a projecção do DVD Portuguesia, primeiro Volume.
O evento termina com o debate “Portuguesia: Unidade e Contraste”, a cargo dos poetas Jorge Melícias, Tny Tcheka e o brasileiro Wilmar Silva.

30 anos de subversão


Fundada em Junho de 1979, a editora Antígona completa agora 30 anos, com cerca de 200 títulos editados.
Ver entrevista a Luís Oliveira e comentário de Manuel Portela aqui.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Prémio Poesia APE/CTT para Armando Silva Carvalho


Armando Silva Carvalho que foi o vencedor, por unanimidade, da edição de 2008 do Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT com a colectânea "O Amante Japonês".
Ler mais aqui.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Phala — o regresso

Concebida em 1986 por Manuel Hermínio Monteiro, divulgando a cultura portuguesa, sobretudo a poesia e os poetas portugueses,
A Phala regressa, online, aqui.

O Artista Precisa de um Cachecol, um folheto de Luiz Pacheco n'A Phala:
aqui.

Novidades Apenas Livros


Cânticos de Zomba e Zurzimento
Autor: Jorge Castro
136 páginas








Pedro e Inês ou As Madrugadas Esculpidas
Autor: João Rasteiro
39 páginas







A Alma Desfeita em Corpo
Autor: Floriano Martins
36 páginas
(clicar para ampliar)