domingo, 30 de junho de 2013

Novo livro da editora volta d'mar


O Gato Visitador 
de Carlos Alberto Machado














[talvez  enigma]
O homem artesão de mãos inúteis está imobilizado
uma  álea de luz revela-lhe matérias e seres
o que ainda não vimos ou sabemos
em tumulto
talvez princípio
descobre ou inventa a natureza desta matéria
sussurra-lhe ao ouvido o gato visitador
sopro de segunda  voz não solicitada
mesmo assim
esta é desde sempre a sua demanda
agora aferroada a uma luz nova
um sagrado inviolável
é bom que o gato visitador o saiba
cada jornada pode matar a seguinte
num feixe de sucessivas passagens
pequenas mortes daquele que escreve
abolição
completude
queres que te acompanhe
pergunta o gato visitador


***


[átrio]
há muito tempo o artesão era um homem
simples habitado por um outro homem
e por uma criança
dobras de tempo
hesitantes no devir
como palavras implodidas de um ventre-mundo
alinhadas nos veios do acaso
usou-se em corpos e viagens
e procurou o conhecimento
das formas inventadas
por pessoas simples
como ele
renasceu depois
o homem
artesão
e assim é

***

[jornada um]
Parado sob a luz
aproveita  o tempo que lhe resta
para refazer o seu mapa
afinal é um artesão
e escreve

sábado, 29 de junho de 2013

Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada em Campolide


A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada acontece todos os sábados, das 10H00 às 19H00, na Guilherme Cossoul de Campolide: Rua Professor Sousa da Câmara, 156 – Campolide (às Amoreiras).

Nesta feira, que oferece ao público mais de 1700 livros, para além da Poesia e da Banda Desenhada (que são a grande maioria), há também Revistas Literárias, Poesia Visual e Livros de Artista, Fanzines, Livros Infantis, Livros de Teatro, entre outros.

A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada tem ainda uma secção exclusivamente dedicada a Cabo Verde, com livros de autores cabo-verdianos contemporâneos.

Na Feira têm acontecido vários eventos como lançamentos e sessões de autógrafos.




A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada tem também uma banca de livros grátis. Todos os sábados há gente que leva livros para casa e gente que entrega livros para a banca. Participe nesta corrente e ofereça os livros que já não quer. Não deite livros fora, faça-os passar de mãos. Em tempos de crise, seja solidário e dê!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Prémios Literários (Poesia) a concurso


CONCURSO LITERÁRIO DE PROSA E POESIA FRANCISCO GUERREIRO
(até 1 de Julho de 2013):
Regulamento aqui.

22ª. EDIÇÃO DO PRÉMIO NACIONAL DE POESIA DA VILA DE FÂNZERES
(até 12 de Julho de 2013):
Regulamento aqui.

PRÉMIO LITERÁRIO FLORBELA ESPANCA - 2013 - POESIA
(até 15 de Setembro de 2013):
Regulamento aqui.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Novo livro da Artectacto Edições

A Artefacto Edições (departamento literário da Soc. de Instrução Guilherme Cossoul) vai lançar no próximo dia 29 de Junho, pelas 18H00, na sede da Sociedade Guilherme Cossoul (Av. D. Carlos I, nº 61, Lisboa - Santos), o livro «GKJMA» de João Silveira.
A apresentação está a cargo de Rui Zink.

Tertúlias no Círculo Católico de Operários do Porto


Sessões de apresentação da Hélastre Produções, Regina Guimarães e Saguenail no Círculo Católico de Operários do Porto (Rua Duque de Loulé, 202, Porto).

Sábado 29 de Junho:
19H00: Lançamento de 4 novos Cadernos de Poesia de Regina Guimarães.
20H00: Jantar
21H30: Visionamento de curtas-metragens.

Domingo, 30 de Junho:
19H00: Lançamento de 4 livros de Saguenail.
20H00: Jantar
21H30: Visionamento de curtas-metragens.

Mais informações: helastre@clix.pt

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lisboa, Encruzilhada do Diálogo e da Liberdade de Expressão na Casa Fernando Pessoa


Encontro Internacional de Escritores PEN Clube Português - Comité de Escritores para a Paz do PEN Internacional - 27 e 28 de Junho 2013 

Celebrando a confluência entre a interrogação de memórias históricas, a reflexão sobre as dinâmicas da presente crise e as possíveis acções dos escritores, na sua própria escrita e para além dela, este Encontro pretende inserir-se na dupla face do PEN: literatura e cidadania.

Sessão literária I
Guerra das Linguagens, Paz dos Textos / “Free the Word”. Leitura de textos por escritores da Eslovénia, Israel, Kosovo, Palestina, Portugal, Suíça Italiana e Reto-romana. (Moderação: PEN Clube Português).
27 de Junho | 18h30 | Casa Fernando Pessoa

Sessão literária II
Poéticas da Liberdade / “Free the Word”. Leitura de textos por escritores do Canadá, Croácia, Espanha (Catalunha), França, Hungria, Portugal, República Checa, entre outros. (Moderação: PEN Clube Português).
28 de Junho | 18h30 | Casa Fernando Pessoa

Dois novos livros de Arménio Vieira


“O Brumário” e “Derivações do Brumário” são os dois mais recentes livros de poemas de Arménio Vieira, Prémio Camões 2009, numa edição conjunta da Biblioteca Nacional de Cabo Verde e da PUBLICOM.
Os dois títulos foram recentemente lançados em Cabo Verde (na Praia e no Mindelo) e serão lançados também em Lisboa, no próximo dia 28 de Junho, pelas 18H00, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho de Lisboa (Praça do Município).
A sessão de apresentação será moderada por José Luis Hopffer Almada e estará a cargo de Alberto Carvalho, Anabela Almeida, Luís Carlos Patraquim e Rui Guilherme Gabriel.
Haverá leitura de poemas do autor por Charlie Mourão, Filomena Lubrano, Luís Lobo e Regina Correia e momentos de música ao vivo com Mário Rui, Adérito Pontes, Armando Tito e Djudjuti, seguindo-se um cocktail.
 Estará patente no mesmo local uma Exposição Fotográfica sobre Arménio Vieira da autoria de Alexandre Conceição (Xan).

Ao longo das páginas dos dois livros, Arménio Vieira revisita alguns dos seus mitos e referências literárias, sendo que boa parte dos textos aparecem sob a forma de prosa poética. No fundo, uma experiência iniciada no seu livro anterior, “O poema, a viagem, o sonho”, publicado em 2010.

Arménio Vieira nasceu na cidade da Praia em 24 de Janeiro de 1941 e foi um activo elemento da geração de 60 em Cabo Verde, juntamente com Mário Fonseca, entre outros. Colaborou em várias publicações literárias, em Cabo Verde e Portugal, de que se destacam “Seló”, “Raízes”, “Ponto & Vírgula”, “Fragmentos”, “Sopinha de Alfabeto” e Revista “Vértice”. Como jornalista, foi ainda redactor do extinto jornal “Voz di Povo”.
Publicou: “Poemas” (África Editora, Colecção Cântico Geral – Lisboa, 1981); “O Eleito do Sol” (Edição Sonacor, Grafedito – Praia, 1990) e também editado em Portugal pela Editora Vega, em 1992; “Poemas” (reedição, Ilhéu Editora – Mindelo, 1998); “No Inferno” Centro Cultural Português - Praia e Mindelo. 1999); “MITOgrafias” (Ilhéu Editora – Mindelo, 2006) e “O Poema, a Viagem, o Sonho” (Editorial Caminho – Lisboa, 2009).

Entre margens de Regina Gouveia

Entre margens
Regina Gouveia
Editora Lua de Marfim, 2013

Em 2012, Regina Gouveia foi contemplada com o 1º prémio no XVII concurso Poesia em ti, promovido pela APPACDM de Setúbal.
Os poemas a concurso tinham que abordar temas relacionados com a problemática da deficiência mental. Do prémio fazia parte a edição, pela Editora Lua de Marfim, de um livro de poesia. Assim surge este livro Entre margens.

Entre margens, os rios, entre margens os textos nas páginas. Uns e outros galgam-nas por vezes. Os textos desta colectânea, agora entre margens, já as galgaram ao longo das suas vidas, por vezes com alguns anos. Aqui se incluem não só textos actuais mas também outros que não foram incluídos nos livros anteriormente publicados. Todos foram sendo organizados em projectos, entre eles Poemas no espaço-tempo e Entre margens. O primeiro chegou a ter edição agendada pela editora Campo das Letras, que infelizmente já não existe. Em 2007 foi prefaciado pelo escritor Carlos Vaz, mas de então para cá foi engrossado com mais poemas, nomeadamente o que foi premiado no concurso de poesia que deu lugar à edição desta obra, um conjunto de poemas seleccionados a partir dos projectos acima mencionados.

No dia 27 de Junho será apresentado no Centro Rómulo de Carvalho em Coimbra, pelas 18H15.


10. Sonho

Decidi ir agarrar um sonho,
um sonho distante e desmedido.
Imaginei partir com companhia.
Talvez o meu gato (eu tenho um gato,
o que não acontecia a Gedeão) mas logo pensei: Não.
Quando visse o sonho a esvoaçar
havia de cuidar que era uma ave.
Gatos e aves nunca se deram bem
à exceção do gato malhado
e da andorinha Sinhá de Jorge Amado.
Pensei então levar alguém, mas quem?
Os nossos sonhos
raramente coincidem com os sonhos de outrem.
Parti sem mais ninguém.  Fui de balão.
Não o enchi com hidrogénio, com hélio,
nem ar quente.
Enchi-o simplesmente de ilusão
e assim me aventurei.
Aproveitei as correntes ascendentes,
ao sabor do vento rodopiei no ar,
tempestades e tormentas tive que enfrentar
mas continuei, por vezes sem sentido,
em busca do sonho distante, desmedido.
Quanto mais subia, mais distante o sonho parecia,
até me aperceber que não subia
e que, vertiginosamente, descia em direção ao chão.
Talvez tivesse havido uma fuga de ilusão.
Pensei em frei Gusmão, em Charles, em Zeppelin
e assim tentei uma outra vez,
outra, e ainda mais uma.
Tudo se repetiu como da vez primeira.
Quero ainda tentar mais uma vez, a derradeira.
Mas como hei de eu encher o meu balão
se é já tão pouca a ilusão, quase nenhuma?

Poesia no Bar A Barraca

Poesia às QUINTAS
com Miguel Martins
37ª sessão
Bar a Barraca
27 de Junho, 22H30
Entrada livre  

«Em 1998, MM publicou, na entretanto falida Campo das Letras, um livro intitulado “Jazz e Literatura”, o qual, não obstante alguns (poucos) méritos, é aquilo a que em musicologia (podemos dizê-lo, agora que está esgotado…) se chama uma “grande merda”! Pouco depois, ministrou um curso no Centro Nacional de Cultura sobre o mesmo tema e, ao longo dos anos, orou num sem número de sedes (Instituto Açoriano de Cultura, Festival de Jazz da Guarda, etc) e manteve uma coluna sobre o assunto na falecida revista “Jazz.pt”, para além de abordar o tema nas revistas “História” e “Gândara”, entre outras de que, de momento, não se recorda (está bêbedo). 
 Regressa agora à carga, lendo-vos, na próxima 5ª, uma série de poemas de temática jazzística, de autores cada um mais estoura-vergas que o outro: Vasco Gato, M. Parissy, Jorge de Sena, Fernando Grade, Levi Condinho, Maria do Céu Guerra. 
Para tal, conta com a participação, raffinée e abjeccionista, de Mário Galego (aka M. Parissy), autor de "Uma estória de jazz em Valado dos Frades", recentemente reeditado pela Ediresistência, que nos falará do livro e do festival que este aborda. 
Quem não aparecer é porque inveja a prosódia à Lady Betty.»
(Miguel Martins dixit)

sexta-feira, 21 de junho de 2013

«Alma em Fogo» de Paulo Nogueira


No sábado dia 22 de Junho, vai ter lugar na Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada (na Guilherme Cossoul de Campolide), o lançamento do livro de poesia de Paulo Nogueira, pelas 17H30. Editora Lua de Marfim.
Apresentação por Inês Ramos.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Porto: não há feira, mas há escritores

Um conjunto de escritores, em protesto e em resistência contra a não realização, este ano, da Feira do Livro do Porto (pela primeira vez, em mais de 80 anos...), fará curtas sessões em torno de livros, nos dias 22 e 29 de junho, nos Aliados, às 17h.
Uma bela ideia, cujos desenvolvimentos podem ser acompanhados aqui: https://www.facebook.com/naohafeiramashaescritores?fref=ts

EDITA México

Está já marcado o próximo Encontro Internacional de Editores Independentes
Será no México, de 19 a 21 de Novembro de 2013

Apresentação do livro "esTratégias do gosto" de Fernando Aguiar em Coimbra


21 de Junho (18H00) | Casa da Escrita | Rua Dr. João Jacinto nº8, Sé Nova - Coimbra
Ciclo "Nas escritas PO.EX" - "EX.PO / PO.EX 1982-2012"

Fernando Aguiar nasceu em Lisboa, em 1956.
Desde 1972 que se dedica à poesia experimental e visual utilizando os mais diversos suportes. Publicou 18 livros, realizou 31 exposições individuais e participou em cerca de 430 exposições colectivas. Desde 1983 apresentou mais de 100 performances poéticas em vários países europeus, Canadá, México, Brasil, U.S.A., Japão, Colômbia e em Cuba. Organizou diversas exposições e Festivais de Poesia e de Performance em Portugal, Itália, França e no Brasil.

Blogue de Fernando Aguiar:
http://ocontrariodotempo.blogspot.pt

terça-feira, 18 de junho de 2013

Tertúlias Almadianas no São Luiz


TERTÚLIAS ALMADIANAS 
Conversas intergeracionais e interdisciplinares

Conversas com um painel de convidados de várias gerações: académicos, artistas plásticos, escritores, etc., com a presença de um moderador. Em cada sessão haverá uma ou mais leituras de textos de Almada Negreiros por actores/actrizes convidados.

2ª Sessão: O Público em Cena I  
Quarta-feira 19 de Junho de 2013
18:00 Jardim de inverno, São Luiz Teatro Municipal
Foi o próprio Almada Negreiros quem afirmou: «não é apenas a arte dramática que pode ser considerada como teatro».  Os seus manifestos e conferências estão revestidos de teatralidade, são espetáculo num amplo sentido do termo. Em jeito de conversa, abre-se o pano para uma reflexão à volta do Almada performer.
Moderadora: Paula Moura Pinheiro
Convidados: Alberto Lopes; Ana Paula Guimarães; Fernando Cabral Martins; Jorge Castro Guedes;  Maria Helena Serôdio
Leituras: Manuel Cintra e Sílvia Laureano Costa

Informações:
COMEMORAÇÕES DOS 120 ANOS DE ALMADA NEGREIROS
Tlm + 351 919 175 069
Tel + 351 213 478 709

Agenda poética do Olimpo


19 JUN (Quarta)
22.30 h - POESIA NO OLIMPO
(sessão de poesia de participação e tema livre. Tema sugerido: noite)
Evento semanal, cujo tema sugerido vai variando, sempre às Quartas.

20 JUN (Quinta)
22.30 h - POESIA DE CHOQUE
(poesia "a rasgar", projecto de A. Pedro Ribeiro & Luís Beirão, Agostinho Magalhães no banjo e outras surpresas)
Evento mensal, na 3ª Quinta do mês.

26 JUN (Quarta)
22.30 h - POESIA NO OLIMPO
(sessão de poesia de participação e tema livre. Tema sugerido: a definir)
Evento semanal, cujo tema sugerido vai variando, sempre às Quartas.

 OLIMPO (BAR CAFÉ) - RUA DA ALEGRIA, Nº26, PORTO (info: 96 794 6801)
Pedaços de alma: http://www.pedacosdalma.blogspot.com
Olimpo (Bar Café): http://www.facebook.com/olimpobarcafe

«O Silêncio» de Maria Quintans


Lançamento do livro "O Silêncio" de Maria Quintans, na Pensão Amor, Rua do Alecrim, Lisboa, dia 21 de Junho pelas 20H30.
A apresentação do livro será feita por Inês Fonseca Santos e a leitura dos poemas por Ana Zanatti.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Recital Diáspora e Emigração


Recital de Poesia sobre a Emigração e a Diáspora Cabo-Verdianas
20 de Junho, 21H45
No Café-Teatro do Centro Cultural da Malaposta (Odivelas).

 "Uma das vertentes mais ricas da cultura cabo-verdiana é aquela vertida na sua poesia e particularmente naquela incidente sobre a emigração, a diáspora e o êxodo do povo das ilhas pelas sete partidas do mundo.
Na verdade, desde os seus primórdios que, fazendo jus ao brocardo popular korpu ki é negu ta bai, alma ki é livri, ta fika, que a poesia cabo-verdiana vem fixando em letras de sangue e águas de nostalgia as várias moradas da saudade que também perfazem a idiossincrasia do povo das ilhas e diásporas.
Eugénio Tavares, Jorge Barbosa, Pedro Corsino de Azevedo, Osvaldo Alcântara, Manuel Lopes, António Nunes, Gabriel Mariano, Ovídio Martins, Corsino Fortes, João Vário/ T. T. Tiofe, Osvaldo Osório, Arménio Vieira, Emanuel Braga Tavares…
São estes os vates que, entre os muitos os poetas cabo-verdianos que se debruçaram sobre a saga da emigração cabo-verdiana e nação diaspórica que dela, ao longo dos séculos, emergiu, foram selecionados para dar corpo ao recital”

Selecção dos poemas por José Luís Hopffer Almada.
Organização: Associação Caboverdeana de Lisboa e Centro Cultural da Malaposta.

Próximos espectáculos da Andante


JUN/18/Ter
Clube de leitura em voz alta
Biblioteca Municipal de Alcochete, 20:30
(só para os inscritos)

JUN/20/Qui
Afinal o Caracol
Complexo “A Casinha”, 10:00
(só para as crianças da instituição)

JUN/21/Sex
À volta da Língua
Museu da Cidade - Lisboa, 22:00
Inserido no projecto "Assalto a Lisboa" das Bibliotecas Municipais de Lisboa

JUN/22/Sáb
Afinal o Caracol
Biblioteca Municipal de Algés, 16:00
Entrada livre
Inscrições e informações:
Biblioteca Municipal de Algés - 21 097 74 84 ou infantil.bma@cm-oeiras.pt

ANDANTE associação artística
Email: andante@andante.com.pt
Home page: www.andante.com.pt
Blog: http://conta-meumconto.blogspot.com/
Facebook: http://www.facebook.com/andante.associacao.artistica

Poesia na Barraca

Poesia às QUINTAS
com Miguel Martins
36ª sessão
Bar a Barraca
20 de Junho, 22H30
Entrada livre  

«Embora conste que Bob Dylan é drógado e que Joan Baez perdeu a virgindade fora do casamento (só lhes faltava era serem lagartos!), Miguel Martins, vá-se lá saber por quê, decidiu dedicar-lhes uma sessão destas com que, semana após semana, nos vai sugando uma quantidade inusitada de pilim, que tanta falta nos fica a fazer, e malbaratando, a seu bel-prazer, o vosso precioso tempo, com um grau de inconsciência que, historicamente, só encontra paralelo num Jorge Gonçalves, presidente dos lagartos entre 88 e 89, e num Albert Abraham Michelson, prémio Nobel da Física em 1907, um homem que, tanto quanto sabemos, na verdade, nunca fez mal a uma mosca. 
A seu lado, Frederico Pedreira – outro lagarto, que as verdades têm de ser ditas – voará alto como um colibri, com um flair ao nível do “golo de tesoura” do Negrete, que era um mexicano que jogou pelos lagartos na época de 86/87. 
Quem não aparecer é porque acha que Portugal precisava era de um governo de iniciativa presidencial composto exclusivamente por lagartos e liderado pelo McDonald, que era um escocês que também jogou por aquelas bandas na época de 86/87. 
Vivó Paços! Vivó Paços! Vivá Capital do Móvel!»
(Miguel Martins dixit)

Humor de Pessoa na Casa Fernando Pessoa


Parfums de Lisbonne na Casa Fernando Pessoa


Parfums de Lisbonne - 7ª Edição 

Vozes faladas: Leituras pelos autores convidados Ana Luísa Amaral e Tahar Bekri (Tunísia).
Diálogos com movimento, em francês, por Graça dos Santos, Fernando Curopos, Daniel Morais, e em português por José Manuel Esteves.
Vozes de Augusto Velloso-Pampolha, Rosa Ferreira e Gonçalo Cordeiro, acompanhadas ao piano por Luísa Gonçalves.
Parfums de Lisbonne é um festival de urbanidades cruzadas entre Lisboa e Paris.
19 de Junho | Casa Fernando Pessoa | 18H30

domingo, 16 de junho de 2013

«Contramina» de Ruy Ventura

Irá decorrer, no próximo dia 19 de Junho, a partir das 18H00, na biblioteca da Faculdade de Letras de Lisboa, uma conversa/debate em torno do mais recente livro de Ruy Ventura, "Contramina".
A conversa contará com a participação
de alguns leitores que já escreveram sobre o livro, nomeadamente António Carlos Cortez, Filipa Barata, Nuno de Matos Duarte, Pedro Martins e José do Carmo Francisco.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada


A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada acontece todos os sábados, das 10H00 às 19H00, na Guilherme Cossoul de Campolide: Rua Professor Sousa da Câmara, 156 – Campolide (às Amoreiras).

Nesta feira, que oferece ao público mais de 1700 livros, para além da Poesia e da Banda Desenhada (que são a grande maioria), há também Revistas Literárias, Poesia Visual e Livros de Artista, Fanzines, Livros Infantis, Livros de Teatro, entre outros.

A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada tem ainda uma secção exclusivamente dedicada a Cabo Verde, com livros de autores cabo-verdianos contemporâneos.

Na Feira têm acontecido vários eventos como lançamentos e sessões de autógrafos.



A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada tem também uma banca de livros grátis. Todos os sábados há gente que leva livros para casa e gente que entrega livros para a banca. Participe nesta corrente e ofereça os livros que já não quer. Não deite livros fora, faça-os passar de mãos. Em tempos de crise, seja solidário e dê!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Poesia de Luís Filipe Marinheiro

«UM CÂNDIDO DILÚVIO (ACTO I)»
«SOMBRAS EM DERIVAS (ACTO II)»
Chiado Editora, 2013

«Obra inédita de um jovem escritor Aveirense pelo fascinante mundo do decadentismo poético (simbolismo, surrealismo... alquimia da mística, o culto do bizarro, obscuridade, etc...) onde somos remetidos para uma aura secular concomitantemente  em que nos torna-mos veementemente num predicado presente.» 
Daniel Filipe Pereira (poeta e proprietário das Livrarias Aveirenses: Socodante e Abc)


LOUCURA

Aquela afligida atmosfera da loucura, sempre e sempre
me perseguiu quando engolfava, caprichosamente
durante as destinadas descidas aos selados planetas
esboçados nos trémulos blocos de gelo como varandas
tribais no interior de uma jarra abençoada por flores
a arder penedos a cima. Era eu assomada vertigem sibilante.
Quis afligir minhas preces, minha cama,
minhas ternuras-nervuras, minha sobriedade,
minhas imigradas alvoradas, minha levedura.
Agradeci à desventura que me tenha inspeccionado
imemoravelmente, possuindo minha síncope comoção
alimentando-a com cambaleantes vielas e ondeantes
ruelas enriquecendo-me com orgias isentas de vozes
Era eu assomado lascivo silêncio costurado a meus
querubins lábios.
Vivo apenas hoje para beijar a loucura.

Luís Filipe Marinheiro

Feira do Livro e da Vila Literária de Óbidos





Inaugura hoje, 13 de Junho, a Feira do Livro e da Vila Literária de Óbidos, pelas 18H00, na Porta da Vila, em Óbidos.

Entre os dias 13 e 30 de Junho, de quinta a domingo, a Vila Literária vai proporcionar encontros com autores, apresentação de livros, sessões de poesia, exposições de arte, ilustração, teatro, contos, música, performance, animação de rua e outras leituras.
O programa geral, sujeito a alterações, pode ser consultado em: www.vilaliteraria.com , ou em:www.cm-obidos.pt/events  

PROGRAMA DA 1ª SEMANA 

Dia 13 
18h - Inauguração da Vila Literária de Óbidos (Porta da Vila) 
18h30 - Visita e inauguração das livrarias e da feira do livro 
19h - Inauguração da galeria L e da exposição de fotografia de José Manuel Rodrigues (Edifício dos CTT) 
19h30 - Concerto - Ensemble Barroco - 2 oboés, 1 fagote, 1 contrabaixo (Livraria de Santiago) 
20h - Cocktail (Livraria de Santiago) 

Dia 14 
18h30 - Apresentação do livro de Rita Almeida Carvalho - A concordata de Salazar - Editora Temas e Debates (Livraria de Santiago) - a confirmar 
19h30 - Apresentação do livro de José Eduardo Agualusa - A vida no céu - Editora Quetzal (Livraria do Mercado) 
22h - Concerto - Irmãos Catita (Jardim Chocolate Lounge) 

Dia 15 
11h - Poesia a La Carte - Andante Associação Artística (Jardim da Livraria do Mercado) 
16h - Poesia a La Carte - Andante Associação Artística (Livraria Histórias com Bicho) 

Dia 16 
11h - As fábulas de La Fontaine - Lua Cheia Teatro (Livraria Histórias com Bicho) 
16h - Teatro de sombras com Vanda Gaspar - O gafanhoto canhoto (Livraria Histórias com Bicho)
16h - Autores falam de livros com Ana Luisa Amaral (Livraria do Mercado) 
17h - Sessão de Poesia com Teresa Coutinho (Livraria de Santiago) 
18h - Documentário - Entre dois Rios e outras Noites - de Nuno Santos e João Nuno Soares com Ana Luisa Amaral, Laborinho Lúcio, Maria Irene Ramalho, Marinela Freitas, Nuno Carinhas, Maria de Lurdes Sampaio, Lauren Mendinueta, entre outros (Livraria de Santiago) 

Mais informações aqui: http://vilaliteraria.com

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Andante apresenta «Poesia à la carte» em Óbidos


POESIA À LA CARTE – Performance poética 
15 de Junho (sábado) em Óbidos 
Inserido na 1ª Feira do Livro da Vila Literária

Tarde com autores na Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada


No próximo sábado dia 15 de Junho, a Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada vai ter uma tarde com autógrafos e conversas de autores da editora Ediresistência: Mário Galego, António Almeida, Luís Filipe Barros, Patrícia Baltazar, Miguel Martins e José Couto Nogueira.

A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada acontece todos os sábados, das 10H00 às 19H00, na Guilherme Cossoul de Campolide: Rua Professor Sousa da Câmara, 156 – Campolide (às Amoreiras).

Homenagem ao poeta Jorge Barbosa


Homenagem ao poeta cabo-verdiano Jorge Barbosa, sábado 15 de Junho, em Almada, a partir das 15H00.

 PROGRAMA
15h00 – Descerramento de uma placa no edifício onde morreu o poeta, sito na Rua Mário Sacramento, nº. 66 - Cova da Piedade (frente à estação do Metro do Parque da Paz).
Intervenções: Associação Caboverdeana de Lisboa, em nome da comissão organizadora; representante da Câmara Municipal de Almada e do representante da Embaixada de Cabo Verde, a par da possível leitura de um poema do homenageado.

16h00 – Inauguração, no Fórum Municipal Romeu Correia, da exposição sobre a Morna (género musical de Cabo Verde), no âmbito da sua candidatura a património imaterial da humanidade, por Eugénio Sena, presidente da Fundação Eugénio Tavares.
Alocuções: Embaixadora de Cabo Verde e representante da Câmara Municipal de Almada, acompanhada da leitura de uma breve introdução sobre a Morna e do poema de JB 'A Morna', interpretação de mornas por Zenaida Chantre e Mário Rui, acompanhados por Armando Tito e Zé António, ao violão e cavaquinho.

16h30 – Mesa Redonda sobre a vida e obra de Jorge Barbosa, coordenada por José Luís Hopffer Almada, com a participação de Alberto Carvalho, Hilarino da Luz e Joaquim Saial.

18H30 - Recital de poesia de Jorge Barbosa com a participação de Charlie Mourão, Filomena Lubrano, Luís Lobo, Manuel Estevão, Marlene Nobre e Regina Correia. Seleção de textos de José Luís Hopffer Almada, direção artística de Manuel Estevão e  participação musical de Armando Tito, José António e Zenaida Chantre.  

terça-feira, 11 de junho de 2013

Óbidos Vila Literária


O Projecto da Vila Literária de Óbidos é uma iniciativa da Ler Devagar que teve a assessoria na programação das Produções Fictícias e o apoio da Câmara Municipal de Óbidos e da empresa municipal de gestão de bens culturais Óbidos Criativa.
Óbidos será assim um local onde a literatura se sucede e se apresenta e o livro é a figura principal. Com uma presença permanente de agentes e de dinâmicas na área do livro, em diferentes suportes, promove-se a cultura da escrita e da leitura em actividades como festivais, apresentações, encontros, representações, projecções, concertos, sessões de leitura e de escrita.
 A 1.ª Feira do Livro da Vila Literária vai decorrer de 13 a 30 de Junho.

Poesia de Manuel da Fonseca em Mértola


A Andante vai apresentar, em vários locais do concelho de Mértola, entre 11 e 14 de Junho, um recital de poesia feito exclusivamente com a obra poética de Manuel da Fonseca (inserido no projecto "LER É VIVER" da Biblioteca Municipal de Mértola), onde o olhar luminoso do poeta sobre a infância, a planície alentejana, as questões fundamentais da justiça, da bondade, da beleza, nos traz a cor que o Portugal do Estado Novo não deixava ver.
A dignidade dos homens na claridade da poesia de Manuel da Fonseca.
Espectáculo de 25 minutos, para o público em geral.

Aqui ficam as horas e locais:
JUN/11/Ter
Musical da Mina de S. Domingos, 18:00
Grémio de Santana de Cambas, 21:00

JUN/12/Qua
Casa do Povo de Corte do Pinto, 18:30
Sociedade de Conf. e Recreativa de Corte Sines, 21:00

JUN/13/Qui
Edifício da antiga escola de Alcaria dos Javazes, 14:00
Escola do 1º ciclo de Algodôr, 17:00

JUN/14/Sex
Centro Popular dos Trabalhadores de Penedos, 14:00
Centro de Instrução e Recreio Fernandense, 18:30

Mais informações: http://www.andante.com.pt/wordpress/?page_id=503

Feira do Livro de Artista e Edições Estranhas em Sevilha


LAEE - FERIA DEL LIBRO DE ARTISTA Y EDICIONES EXTRAÑAS DE SEVILLA 
13, 14 e 15 de Junho de 2013
Patio del CICUS (C/ Madre de Dios, 1, 41004, Sevilla)
Um projecto de Antonio García Villarán e Rubén Barroso

Esta é a primeira edição de uma feira dedicada exclusivamente a essas formas de edição que excedem os formatos e se aventuram no terreno da experimentação e pesquisa artística do livro como uma peça única e especial.
Neste encontro estarão artistas e projectos com criações únicas em forma e conceito, em várias actividades como oficinas de livros de artista para crianças, mesas-redondas, apresentações de projectos, exposições (e degustação livros comestíveis), uma instalação com a exposição sobre os 20 anos da revista La Más Bella, exposição de cartazes dos 25 anos do Edita (Encontro de Editores Independentes), atribuições dos prémios LAEE que é anualmente atribuído a vários artistas e projectos.

Agenda poética do Olimpo


11 JUN (Terça)
22.30 h - ENCONTROS POESIA & MÚSICA (autor do mês: Antero de Quental; músico: a designar; org: Luís Beirão)
Evento mensal, na 2ª Terça do mês.

12 JUN (Quarta)
22.30 h - POESIA NO OLIMPO (sessão de poesia de participação e tema livre. Tema sugerido: portugal)
Evento semanal, cujo tema sugerido vai variando, sempre às Quartas.

15 JUN (Sábado)
16.30 h - Apresentação do livro "Identidades" (Autora: Conceição Bernardino; Editorial "lavra... boletim de poesia")

18 JUN (Quarta)
22.30 h - POESIA NO OLIMPO (sessão de poesia de participação e tema livre. Tema sugerido: noite)
Evento semanal, cujo tema sugerido vai variando, sempre às Quartas.

19 JUN (Quinta)
22.30 h - POESIA DE CHOQUE (poesia "a rasgar", projecto de A. Pedro Ribeiro & Luís Beirão, Agostinho Magalhães no banjo e outras surpresas)
Evento mensal, na 3ª Quinta do mês.

OLIMPO (BAR CAFÉ) - RUA DA ALEGRIA, Nº26, PORTO (info: 96 794 6801)
Pedaços de alma: http://www.pedacosdalma.blogspot.com
Olimpo (Bar Café): http://www.facebook.com/olimpobarcafe

Fernando Pessoa 125 anos


No dia 13 de Junho faz 125 anos que nasceu um dos maiores poetas de todos os tempos, FERNANDO PESSOA.
A grandeza da sua obra, como todas as obras de arte universais, interliga-nos como seres humanos conscientes e sensíveis, porque em algum fragmento escrito do que nos deixou cada um de nós se identifica ou revê.
A Poetria realizará uma sessão de poesia de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares, no dia 13 de Junho, pelas 22h, no Aduela Bar (rua das Oliveiras, ao Teatro Carlos Alberto, Porto).
Os poemas serão lidos por Artur Paulino, Juliana Pacheco, Diogo Leal e Alexandra Dias, com acompanhamento musical (violino)

Poesia no Bar A Barraca

Poesia às QUINTAS
com Miguel Martins
35ª sessão – Bar a Barraca
13 de Junho, 22H30
Entrada livre

«Joana Serrado, poeta, romancista, teóloga e musa inspiradora de um leque muito variado de estrelas da chanson, de Joe Dassin a Corinne Hermès, apresentar-se-á no nosso bar – temos o prazer de anunciar! – na próxima 5ª feira, ao lado de Miguel Martins, para uma leitura de poemas de azougada temática (“Dentes”, sim, “Dentes”!), no que promete ser uma das mais incómodas proezas desde que Cavaco Silva comeu aquele pastel de nata em público. 
As receitas angariadas com este evento reverterão, na íntegra, a favor da Fundação Miguel Martins, IPSS destinada a pugnar pelas boas práticas ao nível do lenocínio. 
Quem não aparecer é porque tem uma chucha gigante pendurada no retrovisor do Porsche azul-cueca.»
Miguel Martins dixit

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Feira do Livro de Poesia no Arraial da Guilherme Cossoul de Campolide


A Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada vai estar presente no Arraial de Santos Populares da Guilherme Cossoul (em Campolide) com uma banca de livros de Poesia. 
Esperamos por todos. 
Apareçam!

sábado, 8 de junho de 2013

"Festival do Desassossego" no Ano do Brasil em Portugal

11, 12 e 13 de Junho 2013
O Festival do Desassossego, uma parceria entre a Casa Fernando Pessoa e a Embaixada do Brasil, define-se como um encontro de poesia luso-brasileira, acompanhada por outras linguagens – vídeo, música e artes plásticas.
Participantes: Amílcar Bettega, Antonio Cicero, Bia Corrêa do Lago, Eduardo Lourenço, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz, Golgona Anghel, Jacinto Lucas Pires, João Gabriel de Lima, José Carlos de Vasconcelos, José Luís Peixoto, Maria Manuel Viana, Maria do Rosário Pedreira, Nuno Júdice, Patrícia Reis, Richard Zenith, Rui Zink, Teolinda Gersão e Teresa Rita Lopes.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada

Todos os sábados, das 10H00 às 19H00
Guilherme Cossoul de Campolide
Rua Professor Sousa da Câmara, 156 - Campolide (Às Amoreiras)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Amadeu Baptista vence o Prémio de Poesia Cidade de Ourense


O poeta português Amadeu Baptista é o vencedor da XXIX Edição do Premio de Poesía Cidade de Ourense, pela sua obra Um pouco acima da miséria.
Destinada a originais em galego e português, a distinção tem o valor de 6 mil euros e garante a publicação do livro.
Os trabalhos apresentados a concurso teriam de ser originais inéditos, com um mínimo de 600 versos.

Notícia do jornal Faro de Vigo, de hoje:
«El escritor portugués Amadeu Baptista ha sido el ganador del XXIX Premio de Poesía Cidade de Ourense por la obra Un pouco acima da miseria. El jurado lo califica como "un libro de excepcional personalidad. Una respiración poética amplia, un trabajo minucioso de lenguaje, que está en la base de una tensión poética intensa". 
Amadeu Baptista nació en Oporto en 1953. Cuenta con una amplia bibliografía. Colaborador habitual de periódicos, revistas, libros colectivos y antologías en diversos países de Europa y América.»

Aqui fica um poema do original «Um pouco acima da miséria»:

MURMURAÇÃO DE LEÓN TROTSKY NO SEU LEITO DE MORTE

Natália Sedova, olha-me, peço-te que me olhes fixamente
– de mim não escutarás um único gemido, mas dir-te-ei
que a última flor do terrífico é a beleza, como te disse há muito,
como repetidas vezes te disse e agora repito neste meu último fôlego:
o terrífico é a beleza, tal como tudo é neve em nós,
de vitória em vitória, ou derrota em derrota,
ou um verso aterrador de Pushkin ou Maiakovski.

Não vês a revolução permanente neste trapo vermelho
enrolado à volta da minha cabeça, enquanto ponho
os olhos num infinito não muito distante?

Que te parece este exílio, estes dias luminosos de tequila e mezcal,
estes encontros com Frida, que de tudo fala como se pintasse,
enquanto tu cozinhas deliciosamente e eu escrevo sem parar
como se não haja em nós senão comoção?

Nesta cama, onde já só aguardo a morte,
porque é de morte que estou ferido,
não te parece que tudo em mim potencia a neve e o degelo
em contraponto à dor, esse axioma de múltiplos postulados
que a dialéctica acabará por resolver,
tal como resolverá a luta de classes?

Não te parece que, desde que o mundo é mundo, o mundo
é só mudança e que para a revolução revertem
todos os sacrifícios e todos os sonhos?

Não me viste a conduzir
os exércitos entre a Ucrânia e a Crimeia
e como, de acordo com Lenine, o encadeamento
das batalhas faz todo o sentido?

Deixa que olhe o tecto desta casa estranha e que veja o que vejo:
com certeza é mágoa o que diviso, mas, ainda assim, deixa
que veja um exército alucinado sempre em marcha, um exército
em busca de futuro, mesmo que não haja futuro, ou não haja
soldados quando a guerra terminar.

Deixa que sinta este arrepio a percorrer-me o corpo
como uma ventania poderosa que varresse a estepe
e nunca mais parasse,
e fizesse de mim um homem retemperado e livre.

Inquieta-te ou não te inquieta o esgar
que me modela o rosto, agora que a morte
penetrou o meu crânio e nada mais poderei fazer
do que sentir estas dores intratáveis e a ligadura
a encher-se de sangue, enquanto tu, Natália Sedova,
pões os olhos em mim e ouves comigo o riso longínquo de Estaline
a celebrar, não a morte de um inimigo de classe,
mas a classe de um inimigo – eu mesmo neste leito,
sem temor, sem pavor pelo fim, apaziguado
pela benignidade revolucionária de quem está a morrer?

Digo que é preciso acautelar as coisas, cada clarão, cada
gesto suspeito, e que não devemos confiar se alguém
se apresentar em nossa casa como sendo um amigo,
um amigo belga que não é belga, mas alguém insidioso
que quer ter uma história para contar, uma história
tremenda, a história do meu assassinato,
e quer frequentar a nossa intimidade para nos matar,
porque no Kremlin governa Estaline e, com ele, está a neve,
a neve implacável que sem tréguas nos persegue
e é um curso sangrento, entre sápatras e sequazes,
um curso de brancura que nos quer eliminar.

Creio na fuga, no exílio permanente.
Talvez a revolução seja isso, ter um inimigo
às costas e nunca lhe ver os olhos,
e ter de dormir com a eficácia de um fugitivo,
juntando as botas a um canto, e os filhos,
e toda a parafernália de pensamentos
que aliviem, ainda que por instantes,
o medo e o paroxismo de ser acossado
por uma mão invisível e omnipotente, uma mão
mais poderosa que a mão do acaso, ou a mão de Deus.

Abro a cigarreira e é neve o que encontro,
a caneta que uso é com neve que a encho,
e, quando escrevo, é neve o que alastra
no papel, neve a expandir-se sobre a terra,
enquanto a minha boca é neve que cospe,
a neve da proscrição, a neve da Sibéria,
da Turquia e da França, neve infinita
como a única amargura de quem não pode permanecer
em qualquer lugar que esteja e, em cada sombra,
apreende uma ameaça, em cada ruído, em cada
estalido das juntas de madeira da cama em que dorme.

O que digo é que uma sombra pode soterrar um homem,
uma sombra entre as sombras pode envenenar
a alma de um homem, e que as sombras são como a neve,
estendem-se à frente dos olhos e é como se a luz
favorecesse a ameaça, e fosse a revolução a  própria ameaça,
e nada mais houvesse que essa ameaça a perseguir-nos a cada instante
e em todos os lugares, de Kronstadt à Cidade do México,
de todos os lugares em que estive até todos os papéis que escrevi,
do mais simples panfleto até à sentença de morte de um desertor
ou de um burguês contra-revolucionário.

Creio na fuga, digo. Na fuga há uma tensão que favorece
o improviso, e a vida é isso mesmo, um improviso perpétuo
para sobreviver: junta-se um fio a outro, e outro a outro,
até que fica pronta a bagagem que essa corda
há-de prender –  nessa mala depomos tudo o que é nosso,
os livros que escrevemos, as mulheres que amamos,
as sombras que a nossa intimidade reconheceu
e a corda do improviso ata a esse passo decisivo,
a fuga que é preciso empreender porque as sombras, tal como a neve,
podem adquirir qualquer forma para quem é ameaçado,
a forma de um punhal, de uma pistola, de um copo
de veneno, de uma picareta de alpinista, de pontas aguçadas,
pronta a ser desferida sobre a nossa cabeça.

Digo que o exílio é como a neve, sempre e sempre
a adensar-se sobre nós, por mais que o fogo abrase,
ou nos incendeiem a casa, ou, no ímpeto da fuga,
passemos de um país a outro, e no novo país a que aportemos
tudo seja mais cálido, mais confiável, mais acolhedor.

Ah, mas o certo é que pomos um pedaço de neve no samovar,
preparamos o chá e a água fervente, o infusor de prata,
e é sempre neve o que bebemos, a neve perpétua
de nos querermos aquecer por dentro, a conhecer
o frio permanente de quem é acossado
e atrás de si pressente a perseguição implacável.

E os nevões sucederam-se, nevava em Alma Ata,
nevava nos contra-fortes dos montes Tien-Shan,
nevava em Prinkipo, a ilha predilecta da minha afeição,
onde ficou perdido o melhor cão que já tive,
nevava na Noruega – assim como nevou em todas
as casas do precário asilo que me foi permitido,
até mesmo aqui em Coyoacán, sobre a minha mesa de trabalho,
nestes lençóis, sobre a colecção de cactos que iniciei
para aquietar a fadiga da perseguição, da angústia, do desgosto.

Ah, Natália Sedova, está a nevar nesta cama e eu sei
que é o sangue que neva da minha cabeça que alaga as almofadas
e inunda o soalho e as tuas mãos, e que Rámon Mercader, a mando de Estaline,
conseguiu o queria, dar-me o golpe que a todos recompensa, por esta neve
infalível que sempre me acompanhou e me há-de levar
ao sepulcro e ao tempo futuro.

Amadeu Baptista

quarta-feira, 5 de junho de 2013

"EX.PO/PO.EX 1982-2012" de Fernando Aguiar em Coimbra


Inauguração: 7 de Junho, 18H00, Casa da Escrita (Rua Dr. João Jacinto nº8, Sé Nova - Coimbra)

NAS ESCRITAS PO.EX 
A iniciativa centra-se na Poesia Experimental (PO.EX), que se desenvolve através da relação entre a poesia concreta e visual e as artes visuais, plásticas e performativas – movimento PO.EX – resultando de uma atitude de experimentação e de indignação permanentes em relação às diferentes linguagens artísticas.
O ciclo “Nas Escritas PO.EX” desafia um conjunto de oito autores (escritores e artistas) a cruzar as suas obras e a mostrá-las ao público, através de um ciclo de oficinas de criação e de experimentação poiética, permitindo que o público possa contactar o autor e o processo criativo in loco.
A presença / intervenção / residência de cada autor convidado contempla a organização de uma exposição bibliográfico-documental e iconográfica, evocativa da sua trajectória artística.

Fernando Aguiar “é  o mais internacional dos poetas portugueses da atualidade. Incluído em mais de 60 antologias  em 16 países, 39 exposições individuais de poesia visual  em 8 países e coletivas em três dezenas de países. E intervenções em museus, festivais, bienais, galerias e outros eventos artísticos e literários mundo a fora.  Guardadas as diferenças de tempo e contexto, ele encarna o que Manuel Pires de Almeida (1663) disse da poesia ser a "pintura que fala, e à pintura, ser a poesia muda"... Também Camões , nos Lusíadas canto 7 nos diz  d´"A muda Poesia ali descreve" referindo-se à Pintura.  Mais enfático ainda foi Lope de Vega: "Bien es verdad, que llaman la poesía/ Pintura, que habla, y llaman la Pintura/ Muda Poesia, que exceder porfía." Isso  "porque a imagem é como que um outro gênero de escritura" ( eo quod imago sit ua si alterum scripturae genus) disse Herrera de Garcilazo de la Vega. Fernando Aguiar faz a ponte entre iconografia e poesia, pela visualidade, valendo-se da colagem, associando imagens pictóricas  e letrismo numa grafitagem de ateliê, quando ele não invade o espaço cênico ou opta pelas instalações ao ar livre. É o que eu chamei, em 1962, de "arte verbal de vanguarda".  
Antonio Miranda (Brasília, 3 de abril de 2010)

Agenda poética do Olimpo

5 JUN (Quarta)
22.30 h - POESIA NO OLIMPO
(sessão de poesia de participação e tema livre. Tema sugerido: brasil)
Evento semanal, cujo tema sugerido vai variando, sempre às Quartas.

11 JUN (Terça)
22.30 h - ENCONTROS POESIA & MÚSICA
(autor do mês: Antero de Quental; músico: a designar; org: Luís Beirão)
Evento mensal, na 2ª Terça do mês.

12 JUN (Quarta)
22.30 h - POESIA NO OLIMPO
(sessão de poesia de participação e tema livre. Tema sugerido: portugal)
Evento semanal, cujo tema sugerido vai variando, sempre às Quartas.

15 JUN (Sábado)
16.30 h - Apresentação do livro "Identidades"
(Autora: Conceição Bernardino; Editorial "lavra... boletim de poesia")

OLIMPO (BAR CAFÉ) - RUA DA ALEGRIA, Nº26, PORTO
Pedaços de alma: http://www.pedacosdalma.blogspot.com
Olimpo (Bar Café): http://www.facebook.com/olimpobarcafe

Parabéns, A das Artes!

10º aniversário da livraria A das Artes. 
Sábado 8 de Junho, a partir das 17H00.   
O músico e professor na Escola das Artes de Sines, Miguel Pirrayt vai ilustrar, com os sons da guitarra portuguesa, pequenos contos, crónicas, poemas, excertos de livros, lidos por Joaquim Gonçalves, o livreiro que, desde 2003, atende na livraria. 
A entrada é livre.

Com todas as Letras


PROGRAMA

Com Todas as Letras;
quartas-feiras; 18H30
(moderação: João Morales)

5 Junho
Palavras em Cena – Literatura, Teatro e Dança
Patrícia Portela (Escritora, performer, encenadora)
Cláudia Galhós (Jornalista, escritora)
André Gago (Actor, encenador, escritor)
Alguém da SPA

12 Junho
Palavras em Três Dimensões – Literatura e Cinema
Jorge Leitão Ramos (Crítico de Cinema, professor do Ensino Secundário)
António de Macedo (Realizador, investigador, docente universitário, escritor)
João Tordo (escritor, guionista, formador na área da Literatura)
Alguém da SPA

19 Junho
Palavras Digitais – Literatura e Suportes Digitais
Pedro Sobral (Director de Marketing do Grupo Leya)
André Letria (Ilustrador, editor, fundador da Nave Especial)
Paulo Guinote (Professor do Ensino Secundário, Cronista do Público)
Alguém da SPA

26 Junho
Palavras com Som – Literatura e Música
Sérgio Godinho (Músico, escritor, actor)
João de Menezes-Ferreira (ex-Crítico de Música, docente universitário)
António Mega Ferreira (Jornalista, escritor, investigador, ensaísta, Gestor cultural)
Alguém da SPA

125 poemas pelos 125 anos de Fernando Pessoa

O Bairro dos Livros assinala o aniversário do nascimento de Fernando Pessoa com uma maratona de leituras de 125 poemas do autor de "A Mensagem" pelo declamador e actor Nuno Meireles nas livrarias da baixa do Porto, no dia 8 de Junho.
A iniciativa acontece no âmbito do Bairro dos Livros, com o tema “Ler é Fernando Pessoa”.
Do programa faz também parte uma oficina infantil de construção de arcas de cartão, a partir de materiais reciclados, que decorre na Unicepe, durante a manhã.
A edição Ler é Fernando Pessoa, do Bairro dos Livros, acontece dia 8 de Junho, nas livrarias e alfarrabistas da baixa do Porto.

Próximos espectáculos da Andante

JUN/5 e 6/Qua e Qui
Afinal o Caracol 
Espectáculo de poesia para bebés
Centro Infantil Olivais Sul
(só para as crianças da instituição)


JUN/7/Sex
Afinal o Caracol 
Espectáculo de poesia para bebés
Biblioteca Municipal de Cuba, 18:30
Mais inf: 284 419 904 ou biblioteca@cm-cuba.pt

Às avessas 
Biblioteca Municipal de Cuba, 21:30
Incluído na actividade "Dormindo com os livros"
Mais inf: 284 419 904 ou biblioteca@cm-cuba.pt


JUN/8/Sáb
Ateliê – A leitura em voz alta 
Biblioteca Municipal de Cuba, 14:30 – 18:00
Mais inf: 284 419 904 ou biblioteca@cm-cuba.pt

ANDANTE associação artística: 
Home page: www.andante.com.pt
Blogue: http://conta-meumconto.blogspot.com
Facebook: http://www.facebook.com/andante.associacao.artistica

Mário de Sá-Carneiro no Gato Vadio

Pedro Eiras e Rui Manuel Amaral lêem Mário de Sá-Carneiro.
Próximo sábado, 8 de Junho, pelas 17H00, no Gato Vadio (Rua do Rosário, 281, Porto).
Moderno – mais do que modernista –, Sá-Carneiro foi um poeta genial, inimitável, alheio a gostos elitistas ou formalistas, já que só lhe interessa a matéria trágica da sua vida, que nem o amigo Pessoa salvará do suicídio, e em que, labiríntica e vertiginosa, se vê cindido, e "sem suporte".
(Arnaldo Saraiva) 
Veja um trailer aqui: http://www.youtube.com/watch?v=lyZN2yxgyyI