sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Prémio Cervantes 2006




O poeta espanhol Antonio Gamoneda ganhou o Prémio Cervantes 2006 (o Nobel das letras de língua castelhana), concedido pelo Ministério da Cultura em reconhecimento do conjunto da obra de um escritor.

O prémio, no valor de 90.430 euros, foi atribuído por um júri presidido pelo director da Real Academia Espanhola, Victor Garcia de la Concha.

No grupo de favoritos para a atribuição deste prémio, para além de Antonio Gamoneda, estavam os seus compatriotas Juan Marsé, Juan Goytisolo e Ana María Matute, o uruguaio Mario Benedetti e o peruano Alfredo Bryce Echenique.

Antonio Gamoneda, de 75 anos, natural de Oviedo e uma das vozes mais singulares da poesia castelhana, vive em Leon onde dirige há muitos anos a Fundação Sierra-Pambley criada em 1887, e recebeu ao longo da sua vida vários galardões, incluindo o Prémio Nacional de Poesia (1988), o Prémio Castela e Leão das Letras e o Prémio Rainha Sofia de Poesia ibero-americana (2006).
Começou a publicar as suas obras em Espanha em 1960, com a colecção de poemas “Sublevacion inmovil” (1960). A esta obra seguiram-se “Descripcion de la mentira” (1977), “León de la mirada” (1979), “Blues Castellano” (1982), "Lápidas" (1987), “Edad” (1987) (Prémio Nacional de Poesia), “Libro del frio” (1992), e "Sólo Luz" (2000) entre outros. Também publicou estudos monográficos de escultores como "José Luis Sánchez" (1981) e "Júlio Hernández" (1981) e dos pintores "Francisco Echanz" (1978) e Juan Barjola" (1980).

O Prémio Cervantes foi instituído em 1974 com o propósito de distinguir uma obra literária completa, e na lista de poetas galardoados estão:
1976: Jorge Guillén (Espanha, 1893-1984)
1978: Dámaso Alonso (Espanha, 1898-1990)
1979: Jorge Luis Borges (Argentina, 1899-1986) em «ex aequo» com Gerardo Diego (Espanha, 1896-1987)
1981: Octavio Paz (México, 1914-1998)
1982: Luis Rosales (Espanha, 1910-1992)
1983: Rafael Alberti (Espanha, 1902-1999)
1992: Dulce María Loynaz (Cuba, 1903-1997)
1996: José García Nieto (Espanha, 1914-2001)
1998: José Hierro (Espanha, 1922-2002)
2003: Gonzalo Rojas (Chile, 1917)

O prémio será entregue pelo Rei de Espanha numa cerimónia solene que se realizará na Universidade de Alcalá de Henares, em Madrid, e que tem sempre lugar a 23 de Abril de cada ano, data da morte de Cervantes.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já tive o prazer de o ouvir declamar na Casa Fernando Pessoa. Todo ele é de uma serena gravidade.