segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mario Benedetti (1920-2009)

Morreu ontem, domingo, o escritor e poeta uruguaio Mario Benedetti, em Montevideu, aos 88 anos.
Mario Benedetti, nascido em Paso de los Toros em 1920, era poeta, escritor e ensaísta.
Integrante da Geração de 45, à qual perteceram também Idea Vilariño e Juan Carlos Onetti, entre outros, Benedetti era um dos mitos da literatura hispano-americana do século XX e talvez a consciência poética de todo um continente.
Viveu a adolescência na Argentina e regressou ao Uruguai depois da Segunda Guerra Mundial.
Estudou no Colégio Alemão de Montevideu, tendo depois exercido várias profissões, até se tornar conhecido como jornalista.
Em 1949 publicou "Esta mañana", o seu primeiro livro de contos, e um ano mais tarde, os poemas de "Sólo mientras tanto". Em 1953 editou o seu primeiro romance, "Quien de nosotros...".
Em 1973 abandonou o país por razões políticas, dando início a um longo período de exílio na Argentina, Peru, Cuba e Espanha, até ao seu regresso ao Uruguai com a restauração da democracia no país, em 1985.
Autor de uma vasta obra literária (mais de 80 livros), que inclui praticamente todos os géneros, desde letras de canções, poesia, ensaio, teatro e romance, como “Primavera rota con una esquina rota”, que recebeu o Prémio “Chama de Ouro” da Amnistia Internacional, em 1987.
Recebeu ainda os prémios Ibero-americano José Martí (2001) e Internacional Menéndez Pelayo (2005).
Poemas seus foram cantados por Joan Manuel Serrat, Daniel Viglietti, Pedro Guerra, Rosa León, Juan Diego e Nacha Guevara, entre outros.
Títulos como a primeira obra do autor, "La víspera indeleble", os "Poemas de la oficina", "Rincón de Haikus", os grandiosos três "Inventarios" ou as "Canciones del que no canta" foram incluídos no ano passado com seu último poemário, "Testigo de uno mismo".
O seu romance, "La tregua" teve mais de 140 edições em 20 idiomas desde que foi publicado, em 1960.
Benedetti recebeu também a Ordem Francisco Miranda,entregue pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, na Universidade da República do Uruguai, aclamado pelas centenas de estudantes que reconheceram no poeta um ícone nacional.

Corazón Coraza

Porque te tengo y no
porque te pienso
porque la noche está de ojos abiertos
porque la noche pasa y digo amor
porque has venido a recoger tu imagen
y eres mejor que todas tus imágenes
porque eres linda desde el pie hasta el alma
porque eres buena desde el alma a mí
porque te escondes dulce en el orgullo
pequeña y dulce
corazón coraza

porque eres mía
porque no eres mía
porque te miro y muero
y peor que muero
si no te miro amor
si no te miro

porque tú siempre existes dondequiera
pero existes mejor donde te quiero
porque tu boca es sangre
y tienes frío
tengo que amarte amor
tengo que amarte
aunque esta herida duela como dos
aunque te busque y no te encuentre
y aunque
la noche pase y yo te tenga
y no.


Coração couraça

Porque te tenho e não
porque te penso
porque a noite está de olhos abertos
porque a noite passa e digo amor
porque vieste recolher a tua imagem
e és melhor que todas as tuas imagens
porque és linda dos pés à alma
porque és boa da alma a mim
porque te escondes doce no orgulho
pequena e doce
coração couraça

porque és minha
porque não és minha
porque te olho e morro
e mais que morro
se não te olho amor
se não te olho

porque tu existes sempre em qualquer parte
mas existes melhor onde te amo
porque a tua boca é sangue
e tens frio
tenho que te amar amor
tenho que te amar
ainda que esta ferida doa como duas
ainda que te procure e não te encontre
e ainda que
a noite passe e eu não tenha
e não.

Mario Benedetti
(tradução de António Costa Santos)

domingo, 17 de maio de 2009

Callema 6

Após dois números de incidência monográfica (“Reescrever a Juventude” e “A Fenda do Tempo e do Texto”, respectivamente), a revista Callema volta a convocar uma chamada nominal de capa, desta vez dedicada ao universo sonoro de Paulo Praça, intérprete de um notável percurso dentro das linguagens pop-rock vindas da década de 90, agora aventurado numa carreira em solitário estreada em 2007 com a edição de Disco de Cabeceira. Entre o estúdio e a volta do correio, o autor de “(Diz) A Verdade” comparte com o leitor impressões decorrentes da composição e audição deste disco e, desde uma perspectiva performativa, do íntimo toar da canção de língua portuguesa. Colaboram neste sexto número de Callema: David Soares, Ana Cláudia Santos, Lucy Pepper, Samuel Costa Velho, Rui Almeida (Prémio Manuel Alegre 2008, com o poemário “Lábio cortado”), Fernando Machado Silva, João Tibério, Jorge Silva, Hilarino Carlos Rodrigues da Luz e Álvaro N. Marques. Entre outros lugares de interesse, a primeira tradução para língua portuguesa do poeta turco Orhan Veli.

Lançamento: 29 de Maio • 16H30 • Livraria Trama (lisboa, ao Rato)

Poesia e música para crianças

Canta o Galo Gordo - poemas e canções para todo o ano é o novo livro de poesia e canções dirigidas à infância, de Inês Pupo e Gonçalo Pratas, com ilustrações de Cristina Sampaio.
Os autores quiseram fazer um livro que falasse do que se aprende na escola, dos dias que pontuam a vida (das crianças e dos adultos), que possa acompanhar pais, avós, famílias, professores e crianças ao longo do ano, recorrendo à poesia e à música.
O CD que acompanha o livro contém as poesias musicadas e interpretadas de forma original pelos mísicos convidados: Celina Piedade, Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh), Luis Peixoto (Dazkarieh), Filipe Raposo, Cristina Branco e João Pupo.
O livro é editado pela Editorial Caminho.
Podem ouvir-se 4 das músicas, aqui.

Outras sugestões para os próximos dias


19 de Maio (terça-feira):

LISBOA – Bar A Barraca

Às terças-feiras, às 22H00, no Bar A Barraca, Changuito lerá poesia.
Dia 19 de Maio: Mário Cesariny
O Bar A Barraca - Teatro Cinearte, fica no Largo de Santos, 2, em Lisboa.



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20 de Maio (quarta-feira):

LISBOA – Casa Fernando Pessoa

Apresentação da X Edição Crítica de Fernando Pessoa Sensacionismo e Outros Ismos que recolhe 315 textos – sem contar mais de 100 transcritos apenas no Aparato Genético, como é referenciado no Índice Topográfico – sobre Orpheu e os seus antecedentes imediatos (as revistas Lusitânia e Europa), os principais ismos ideados e desenvolvidos por Pessoa entre 1913 e 1917 (paulismo, interseccionismo, atlantismo, sensacionismo e neo-paganismo) e o Ultimatum de Álvaro de Campos, que também é transcrito no capítulo VII.
Organizado por Jerónimo Pizarro.
Apresentado por Fernando J. B. Martinho dia 20 de Maio, pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa.
A Casa Fernando Pessoa fica na Rua Coelho da Rocha, 16, Lisboa.


ALVITO - Biblioteca Municipal

No dia 20 Maio, a Andante vai apresentar o espectáculo de Poesia "Às escuras, o amor" na Biblioteca Municipal do Alvito, pelas 15H00.
Espectáculo integrado no programa de itinerâncias da DGLB.

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21 de Maio (quinta-feira):

PORTO – Espaço Vivacidade
Sessões de poesia regulares no espaço da Vivacidade:
"As palavras soltam-se dos poetas para as páginas dos livros e, aqui com Andreia Macedo, das páginas dos livros para uma sessão de poesia viva, emocionante e transformadora. Um momento de convívio para nos deixarmos tocar pelas palavras únicas da beleza e, mal nos dando conta, levarmo-la para as nossas vidas."
PRÓXIMA SESSÃO: 21 de Maio, pelas 17H. Com Andreia Macedo.
Rua Alves Redol, 364 – B, Porto

PORTO – Clube Literário do Porto

21 de Maio de 2009 - 5ª feira:
No PIANO-BAR do Clube Literário do Porto:
POESIA DE CHOQUE: “Poesia a rasgar”
Organização e Performance: António Pedro Ribeiro e Luís Carvalho.




FARO – Livraria Pátio de Letras

Quinta-feira dia 21, 21h30:
Música e Poesia: "Lucía Aldao - versos próprios e músicas alheias".
Programa integrado na Semana de Cultura Galega, org. Centro de Estudos Galegos da UALG.
Rua Dr. Cândido Guerreiro, 26, Faro.



SERPA - Biblioteca Municipal

No dia 21 Maio, a Andante vai apresentar o espectáculo de poesia "Às avessas" na Biblioteca Municipal de Serpa, pelas 14H00.
Espectáculo integrado no programa de itinerâncias da DGLB.





S. DOMINGOS DE RANA - Biblioteca Municipal

A próxima sessão das Noites com Poemas, na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, tem como convidada Maria Francília Pinheiro. Tema/desafio proposto pela convidada: Poesia que a Mágoa Tece.
Dia 21 de Maio, pelas 21h30.

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22 de Maio (sexta-feira):

FARO – Livraria Pátio de Letras

Sexta-feira dia 22, 21h30:
“A poesia de António Ramos Rosa” apresentada e analisada pelo também escritor algarvio Gastão Cruz.
Conferência integrada no «Ciclo Viajantes, Escritores, Poetas - Retratos do Algarve», org. UALG/CIIPC/CMVRSA – apoio Pátio de Letras.
Rua Dr. Cândido Guerreiro, 26, Faro.

FUNCHAL - Feira do Livro

Lançamento do livro de poesia "Trago Rosas" de Carlos Martins.
Dia 22 de Maio, pelas 20H30 no Pavilhão dos Autores e no palco da Feira do Livro - Praça da Restauração.
Apresentação seguida de um momento musical com Canções da Lusofonia.


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23 de Maio (sábado):

FARO – Livraria Pátio de Letras

Sábado dia 23, 17h30:
Apresentação de “Época menor", livro de poesia de António José Ventura, por António Rosa Mendes.
Rua Dr. Cândido Guerreiro, 26, Faro.



PORTO – Clube Literário do Porto

23 de Maio de 2009 – Sábado:
No AUDITÓRIO do Clube Literário do Porto:
17:00h - Lançamento do livro de poesia Esquinas de Vidro de João Sevivas
Apresentação por Ângelo Rodrigues, Correia Rebelo e Marta Peneda.
Performance musical do projecto TEMPO.



PORTO – Livraria Index

Lançamento da obra "Dobram-se as mulheres doentes" do poeta Gustavo Brandão Nascimento (Edium Editores) no dia 23 de Maio, pelas 17.00horas, na Livraria Index (Rua D. Manuel II, 320, Porto – ao Palácio de Cristal). Obra e autor serão apresentados pelo também prefaciador da obra André Lamas Leite.
Gustavo Brandão Nascimento nasceu no Porto em 16 de Fevereiro de 1976. Jurista de profissão, estudou História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Dobram-se As Mulheres Doentes é a terceira obra consagrada à Poesia.


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24 de Maio (domingo):

LISBOA – Livraria Barata

Lançamento do CD "O Mar Atinge-nos" de Maria Azenha
Apresentado por Risoleta Pinto Pedro.
Na Livraria Barata - Av. de Roma, 11A, Lisboa.
24 de Maio às 16H00.
Durante a sessão será servido um beberete de poesia e guitarra.

Hoje, na Feira do Livro de Lisboa

17 de Maio

Sessões de autógrafos no Espaço Leya:
17:00 - Alice Vieira e Sandro W. Junqueira, entre outros (Caminho)
18:00 - Nuno Júdice (D.Quixote)

Graça Pires vence Prémio Nacional Ruy Belo

A poeta Graça Pires ganhou o Prémio Nacional Ruy Belo 2009 com o livro "O Silêncio: Lugar Habitado", que será entregue, em Sessão Solene, na Biblioteca Municipal de Rio Maior, no dia 20 de Junho pelas 11H30.
Graça Pires nasceu na Figueira da Foz em 1946 e é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Editou o seu primeiro livro em 1988, depois de ter recebido o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores com o livro Poemas.
Recebeu ainda o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, com Labirintos (1993), o Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres, com Outono: lugar frágil (1993), o Prémio Nacional de Poesia 25 de Abril, com Ortografia do olhar (1995), 0 Grande Prémio Literário do I Ciclo Cultural Bancário do SBSI, com Conjugar afectos (1996), o Concurso Nacional de Poesia Fernão Magalhães Gonçalves, com Labirintos (1997), o Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, com Uma certa forma de errância (2003) e o Prémio Literário de Sintra Oliva Guerra, com Quando as estevas entraram no poema (2004).

sábado, 16 de maio de 2009

Hoje, na Feira do Livro de Lisboa

16 de Maio

Sessão de autógrafos de poetas antologiados no livro
"Os Dias do Amor - Um Poema para cada dia do ano",
organizado por Inês Ramos
Editora Ministério dos Livros
16:00
Stand DII-04; DII-06 (Saída de Emergência)

Sessões de autógrafos no Espaço Leya:
16:00 - Maria Teresa Horta (D.Quixote)
17:00 - Sandro W. Junqueira/Inês Pupo/Alice Vieira (Caminho)
17h00 - José Mário Silva/Pedro Mexia (Oceanos)

A Margem do Poema (Noite poética)
Com: Ana Viana, Cristina Maria da Costa, Cristiana Veiga Simão, David Rodrigues, Edimilson de Almeida Pereira, Fernando Fábio Fiorese Furtado,
Iacyr Anderson Freitas, José Jorge Letria, Júlio Conrado, Luís Filipe Cristóvão, Luís Serguilha,
Prisca Agustoni, Orfeu B. e Ozias Filho.
19:00
Auditório

sexta-feira, 15 de maio de 2009


Apresentação da colecção Palavra Ibérica (autores de Portugal e de Espanha)

Crematório Sentimental – Golgona Anghel
Os Animais da Cabeça – Rui Dias Simão
Uma Ânfora no Horizonte
– Maria do Sameiro Barroso

O Pequeno-almoço de Carla Bruni
– Rui Costa

Agência do medo
– Santiago Aguaded Landero

Privado – Fernando Esteves Pinto

Lisboa: dia 15 Maio na Livraria Pó dos Livros, às 18:30

Porto: dia 16 Maio na Fnac NorteShopping às 18:00

Hoje, na Feira do Livro de Lisboa

15 de Maio
Sessão de autógrafos:
Espaço Leya: 18:00 - Manuel Alegre (D.Quixote)
21:00 - Paulo Teixeira/Manuel Gusmão/Luís Carlos Patraquim (Caminho)

À noite:
Noite da Poesia (com participação de Paulo Teixeira, Manuel Gusmão e Luís Carlos Patraquim)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Quintas de Leitura


A RUA DA ESTRADA

Quintas de Leitura
14 e 15 de Maio de 2009
Sala-estúdio do Teatro do Campo Alegre (Porto)

Conferência-performance "A Rua da Estrada" por
Álvaro Domingues.

Colectivo poético "O COPO" apresentará a performance poética "Os Garfunkels".

Lucía Aldao, cantora galega, apresentará "macedonia pequena", um conjunto de canções de diferentes épocas e estilos.

Presença ainda de Samuel Uria, um dos mais destacados músicos da nova vaga do roque português.

Participação especial de Pat

Na estante de culto


Os Silos do Silêncio
Poesia (1948-2004)
Eduíno de Jesus
INCM - Biblioteca de Autores Portugueses
Maio de 2005


Os Silos do Silêncio contém as mais representativas poesias de Eduíno de Jesus, no período de 1948 a 2004.
Com Prefácio de António Manuel Couto Viana e Posfácio de Onésimo Teotónio Almeida, este livro reúne em mais de trezentas páginas meio século da produção poética de Eduíno de Jesus.
Na I Parte, as três colectâneas poéticas Caminho para o Desconhecido (1952), O Rei Lua (1955) e A Cidade Destruída durante o Eclipse (1957) e na II Parte Inéditos & Dispersos.


Metamorfose

esperei que nascesses

na praça pública

da garganta do pássaro

............
que cantasse no ramo de uma árvore

............
ou no ombro de uma estátua

esperei que florisses
na roseira do Parque Municipal

e o teu corpo branco

............
não fosse mais
............
do quem um sonho vegetal

esperei que descesses

num raio de lua
e viesses

............bailando em pontas (como uma sílfide nua)
............deitar-te na minha cama

na minha fantasia

de menino púbere
esperei que fosses uma melodia

............
uma flor
............um raio de lua

esperei por ti todos os minutos

do dia e da noite com

os nervos a alma ansiosa

............
afagando-te nas pétalas das rosas
............
ou mordendo-te na polpa dos frutos


Com as mãos

Com as mãos
construo
a saudade do teu corpo,
onde havia

uma porta,
um jardim suspenso,
um rio,
um cavalo espantado à desfilada.

Com as mãos
descrevo o limiar,
os aromas subtis,
os largos estuários,

as crinas ardentes
fustigando-me o rosto,
a vertigem do apelo nocturno,
o susto.

Com as mãos procuro
(ainda) colher o tempo
de cada movimento do teu corpo
em seu voo.

E por fim destruo
todos os vestígios (com as mãos):
Brusca-
mente.

Walking Poetry

Está disponível desde o dia 18 de Abril o Walking Poetry Torres Vedras, um produto de promoção turístico-cultural produzido pela Livrododia para a Câmara Municipal de Torres Vedras.

O Walking Poetry funciona com um mp3 que contém ficheiros com descrições sobre o ambiente de vários lugares da cidade, associados a textos poéticos. O visitante recebe, juntamente com o mp3, um mapa da cidade onde estão assinalados os dez pontos e tem liberdade para cumprir o percurso ao seu ritmo e consoante entender fazê-lo. Cada lugar está associado a uma praça ou património edificado, sendo os textos da autoria do historiador Jorge Ralha. Os textos poéticos, escolhidos e organizados por Luís Filipe Cristóvão, são de Cesário Verde, António da Fonseca Soares, Sá de Miranda, Álvaro de Campos, entre outros.

Vão até Torres Vedras experimentar este equipamento que, em breve, estará disponível em mais municípios pelo país.

Contactos:
Luís Filipe Cristóvão (Livrododia Editores e Livreiros)
Tlm: 919 789 130
http://www.luisfilipecristovao.blogspot.com

quarta-feira, 13 de maio de 2009

(clicar para ampliar)

Dia 17 de Maio, 18 horas, no Breyner85

Poesia (acompanhada ao piano) de: António Pedro Ribeiro, Nuno Brito, Pedro S. Martins, Patrícia Lino, César Romão, Cecília Ferreira, Minês Castanheira, André Consciência, Marco Dias, Afonso Reis Cabral.
Leitura de poemas: Cláudia Novais, André Sebastião, António Pinheiro.
Apresentação: Carlos Lopes.
Entrada: 2 €.
Organização: Poetria

Hoje, na Feira do Livro de Lisboa

13 de Maio
Sessão de autógrafos:
Espaço Leya: 18:00 - Maria Teresa Horta (D.Quixote)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Na estante de culto



ODES

António Salvado
Apresentação de Paulo Samuel
Pinturas de Costa Camelo
Edições Caixotim
Série «da palavra o fruto»
Março 2009






Nunca regresso ao ponto de partida,
quando me leva como eremita
a solidão do dia em que viajo,
quando nem horizontes desordenam
com seus fechados véus
a vontade afincada de transpor
as linhas clandestinas.
E porque voltaria? Trabalhoso
seria descobrir
de novo a senda aberta ao retornar,
com poeiras e pedras, sobressaltos,
em toda a dimensão da revoada.
O ponto de partida
diluiu-se aliás no pesadelo
de noites infindáveis, sem contorno,
sem astros pelo céu a tilintarem
e sem segurança do romper
da manhã desejada.
Companheira leal, a solidão
parte sempre comigo
até onde a distância não existe.


Com seis reproduções de pinturas inéditas do artista Raul Costa Camelo e apresentação de Paulo Samuel, o mais recente livro de poemas de António Salvado destaca-se pela belíssima encadernação, com a capa revestida em tecido inglês.

«Ode» é, nestas páginas um “diminuto harpejo”, quando muito uma “canção dolente”, à qual o poeta teima em dar voz para aliviar o peso dos dias iludidos; mas, na sua totalidade, é também o mapa das amarguras e do lenimento humano, posto em registo de quando em quando disfórico, só retraído pela euforia de se saber o sinal da esperança que traz o renovo da criação. Tal como no seu primeiro livro, «A Flor e a Noite» (1955), o poeta, “só refúgio de si próprio”, apenas quer clamar a ode do destino que lhe cumpre: “Deixai-me […] acreditar nos dias / duma futura claridade!”
Ora, é também dessa claridade — rompendo o artificialismo e a opacidade do útil no quotidiano — que emerge a obra do pintor Raul Costa Camelo, aqui num fraterno diálogo com a poesia de António Salvado.

Hoje, na Feira do Livro de Lisboa

12 de Maio
Debate sobre Revistas Literárias.
Moderador: Filipa Melo.
Convidados: Francisco José Viegas, José Mário Silva, Tiago Gomes.
19:00
Praça Central