sexta-feira, 12 de março de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


A canção sublime de um talvez
Arjen Duinker
Tradução de Arie Pos
Teorema, 2003







Conto de fadas

Era uma vez um banqueiro
Que se tornou banqueiro
Pelas razões erradas.
Consultou, à procura de
Uma justificação melancólica,
Uma macieira, um cirurgião vascular e uma caixinha.
Os três igualmente melancólicos
Mas, no fundo, tão satisfeitos
Que o banqueiro achou injusto.

Trinta e sete borboletas
Trintea e sete garrafas de vinho
Trinta e sete lençóis dobrados
Trinta e sete bilhetes de autocarro
Trinta e sete barras de ouro
Trinta e sete incêndios
E trinta e sete arrotos mais tarde,
Deitou-se na sua cama de rede
Por trinta e sete razões.

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