quinta-feira, 11 de março de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


No Vértice da Noite
Adalberto Alves
Argusnauta, 2007







Viagem Nocturna

há sinais há segredo há alguém
que me chama a partir da calmaria
soubesse eu quem é e partiria
com a exaltação que a partida tem.

essa voz é num país que existe
e que está sempre à nossa espera,
é aquela pátria jamais triste
que tem a alegria de uma antiga era.

interiores de mares desfalecidos
em alturas por fora do abismo
têm à noite mistérios esculpidos
com um numinoso realismo.

essas noites de sangue paralelo
invisíveis na fúria do meio dia
trazem luz levando o velo
da morte que nos encobria.

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