domingo, 1 de março de 2009

Os dias do Amor em Faro (parte III)


Apresentação da antologia "Os dias do Amor" no passado dia 14 de Fevereiro, na Livraria Pátio de Letras, em Faro.
Vídeo de Adão Contreiras.


Se fosse no séc. XIX


Se fosse no séc. XIX
diria dos teus lábios que são mel.
Mas hoje quase nada nos comove
e é ridículo falar da pele.

Assim escrevo os poemas e fraquejo
temendo uma imagem duvidosa.
Nem métrica nem rima: só a prosa
me é dada pra dizer que te desejo.

E temo sobre tudo a impressiva
metáfora, a hipérbole, o efeito,
a frase rebuscada e excessiva

do tipo «a água, o lume incandescente».
Escrever com emoção é um defeito
e amar-te, meu amor, é estar doente.

José Carlos Barros
(1963)



Acróstico

Invisível a meus olhos,
........trago-te sempre no coração
Te envio um adeus feito paixão
........e lágrimas de pena com insónia.
Inventaste como possuir-me
........e eu, o indomável, que submisso vou ficando!
Meu desejo é estar contigo sempre
........oxalá se realize tal desejo!
Assegura-me que o juramento que nos une
........nunca a distância o fará quebrar.
Doce é o nome que é o teu
........e aqui fica escrito no poema: Itimad.

Al-Mu'tamid
(1040-1095)


(tradução de Adalberto Alves)

1 comentário:

bonecadetrapos disse...

Da intemporalidade do tema, o poema.

Saudações.
*__bonecadetrapos__*

PS: tomo a liberdade de linkar este espaço