Caros etéreos,
desta vez, o desafio que vos faço é para que me enviem os vossos haiku!
O prazo para o envio termina a 15 de Março e deverão fazê-lo através do e-mail: porosidade.eterea@gmail.com
Serão todos publicados aqui no porosidade etérea no dia 25 de Março.
Este passatempo é patrocinado pela Cosmorama Edições, que oferece 9 livros aos primeiros 9 participantes que enviarem os seus trabalhos. São eles:
"Para que ninguém sobreviva ao perdão" de Pedro Gil-Pedro (2008),
"Marcas de urze" de Catarina Costa (2008),
"De haver relento" de Andreia C. Faria (2008),
"O percurso da Luz" de Carlos Alberto Braga (2006) (2 exemplares),
"A Vocação dos Homens Silenciosos" de Sandra Costa (2006) (2 exemplares),
"Assim na Terra" de José Rui Teixeira (2005)
e "Iniciação ao Remorso" de Jorge Melícias (2005)
que serão entregues por esta ordem.
Os participantes de fora de Portugal pagarão os portes de envio.
Algumas notas sobre o haiku:
O haiku deriva de uma forma poética muito em voga no Japão entre os séculos IX e XII designada por tanka que na sua forma original tinha 5 versos, de 5 e 7 sílabas, e tratavam temas religiosos ou ligados à corte.
A partir do século XV os tanka deram origem a uma outra forma, de longos poemas (renga) de temática clássica: a primeira estrofe (a mais importante, que servia de mote, denominada hokku), de 3 versos (com 5, 7 e 5 sílabas), era sugerida por um poeta, e as restantes iam surgindo e associando-se uma após outra, numa espécie de resposta, por outros poetas.
No século XVI apareceria ainda o haikai-renga, de temática humorística.
Um pouco depois, a estrofe inicial de 3 versos do renga acabou por se tornar uma forma independente de poesia.
Mas só no século XIX o mestre Masaoka Shiki lhe atribuiu o nome de haiku, pela junção das palavras haikai e hokku.
Actualmente, o haiku é uma forma poética que, na sua forma mais comum, tem três versos curtos (sem rima) com um total de 17 sílabas (5 no primeiro verso, 7 no segundo verso e 5 no último verso).
Quanto ao conteúdo, expressava (tradicionalmente) uma percepção da natureza ou uma referência a uma estação do ano.
Hoje, o haiku assumiu já uma temática livre, abordando temas como o amor, o erotismo ou outro qualquer tema.
É uma forma de poesia breve (ou minimalista), depurada, simples e fluente, que capta o instantâneo.
Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.
Bashô
1644-1694
Japão
O mundo não posso mudar —
deixa-me sacudir a areia
das tuas sandálias
Casimiro de Brito
1938
Portugal
na palma da mão
o peso de uma laranja —
nasce a madrugada
Leonilda Cavaco Alfarrobinha
1943
Portugal
Inspirem-se e enviem-me os vossos haiku, que, como já sabem, deverão ter três versos curtos (sem rima) com um total de 17 sílabas (5 no primeiro verso, 7 no segundo verso e 5 no último verso). À semelhança de passatempos anteriores, o locutor Luís Gaspar gravará em audio alguns deles, que escolherei de entre os participantes.
4 comentários:
Já te mando um. Como me puseste a contar pelos dedos...
Já enviei dois... até tive de reaprender a contar... isto de jogar sudoku com poesia arrasa comigo:)
Também me decidi a contar e já mandei um.
Um beijo. Graça Magalhães.
Não me mandes contar... por isso não gosto de concursos... gosto da escrita livre... sem regras, mas deixo-te estes... ;)))
Tocar o céu
na bruma do desejo
infinito…
Tocar o mar
nas ondas salgadas
da tua boca
Tocar a terra
no chão molhado
do teu corpo
E perder nos
teus braços o último
fôlego de Vida…
Pois... fiz para o dia dos namorados, mas como não tenho namorado (que tristeza) olha, fica aqui... eheheh
Beijinhos e parabéns por mais esta iniciativa ;)
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