texto 3D © E. M. de Melo e Castro
Caros visitantes, hoje, neste blogue, o dia é dedicado à poesia experimental, mais concretamente, à poesia visual.
A poesia visual não é ainda muito conhecida do grande público, mas, desde o século passado que esta forma de fazer poesia (que alguns, felizmente poucos, não consideram nem arte nem poesia) representa o que há de mais experimental na poesia contemporânea, tendo em Portugal como grande precursor e impulsionador o poeta E. M. de Melo e Castro.
Muitas pessoas simplesmente desconhecem que exista tal coisa chamada de
poesia visual. Mas a verdade é que já viram anúncios publicitários que foram influenciados por poemas visuais e talvez até já tenham lido (ou visto) poemas visuais, desconhecendo que existe uma tradição e que até é um género literário.
A poesia visual dispensa formas rígidas e elementos como a rima ou a métrica, por vezes, a própria palavra, encetando outras linguagens artísticas, ultrapassando os limites do papel.
É ainda quase desconhecida porque é uma arte transgressora que desconstrói o estabelecido.
O que os poetas visuais (grande parte deles associados a movimentos como o Futurismo, o Cubismo, ou o Concretismo) tentaram criar com a tipografia e com as novas técnicas de impressão foi romper com a estrutura linear que caracterizava a poesia tradicional, trabalhando como os pintores e os artistas visuais, deixando de parte a linha unidimensional como base da escrita e assumindo a superfície bidimensional da página como nova unidade na composição.
Abriram assim um caminho rumo à forma tridimensional e sólida dos objectos e até mesmo ao quadri-dimensional e ao imaterial como a holografia.
Recomendo-vos uma visita pelos sites/blogues nos links aqui à direita, na lista "Poesia Visual".
Quando vos lancei o desafio para que me enviassem os vosso poemas visuais aconteceram duas coisas muito positivas: uma foi a de receber alguns e-mails de pessoas a perguntar o que era isso da poesia visual (o que significa que há curiosidade), a outra foi a de receber poemas visuais de poetas que muita gente desconhece que também fazem este tipo de poesia.
Deixo-vos então, para vosso deleite, esta bela colecção de poesia visual que chegou ao longo destes dias à caixa de correio deste blogue (não incluí alguns poemas concretos que me enviaram porque desta vez o tema era só mesmo "Poesia Visual"), com o meu agradecimento a todos pela já habitual entusiasta participação nestes "passatempos etéreos" e o meu desejo de que de alguma maneira tenha contribuído para a divulgação desta arte.
O meu grande Obrigada ao Fernando Aguiar pela participação e por nos proporcionar assim, uma breve mas significativa viagem pelo que se faz hoje no nosso país, nesta matéria.