O poeta Fernando Echevarría venceu, com «Obra Inacabada», a edição de 2007 do Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen.
Este prémio bienal, instituído em 2005 pela Câmara Municipal de S. João da Madeira em colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), tem por objectivo galardoar uma obra que reúna a totalidade dos livros de poesia de autor português.
Na primeira edição foi distinguida a antologia «O Poeta na Rua», de António Ramos Rosa.
Publicada pelas Edições Afrontamento, «Obra Inacabada» reúne a produção poética de Fernando Echevarría nos últimos 50 anos.
Filho de pai português e mãe espanhola, Fernando Echevarría nasceu em Cabezón de la Sal (Santander, Espanha) em 1929 e veio para Portugal aos dois anos para, mais tarde, voltar a Espanha a fim de estudar Filosofia e Teologia.
Regressou a Portugal em 1953, tendo entretanto vivido exilado em Paris e Argel.
O poeta foi recentemente condecorado pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique.
1 comentário:
Um dos poemas que mais gosto de Echavarría:
"Vinham rosas na bruma florescida
rodear no teu nome a sua ausência.
E a si se coroavam, e tingiam
a apenas sombra de sua transparência.
Coroavam-se a si. Ou no teu nome
a mágoa que vestiam madrugava
até que a bruma dissipasse o bosque
e ambos surgissem só lugar de mágoa.
Mágoa não de antes ou de depois. Presente
sempre actual de cada bruma ou rosa,
relativos ou não no espelho ausente.
E ausente só porque, se não repousa,
é nome rodopio que, na mente,
embruma a brisa em que se aviva a rosa."
(in "Poemas de Amor" pág. 173)
Um abraço ;)
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