domingo, 11 de fevereiro de 2007

Despedida

Mas tu nunca vinhas com a noite –
E eu sentada com casaco de estrelas.

Quando batiam à porta
Era o meu próprio coração.

Agora pendurado em todas as ombreiras,
Também na tua porta;

Entre touros rosa de fogo a extinguir-se
No castanho da grinalda.

Tingi-te o céu cor de amora
Com o sangue do meu coração.

Mas tu nunca vinhas com a noite
E eu de pé com sapatos dourados.

Else Lasker-Schüller
(tradução de João Barrento)

1 comentário:

ana salomé disse...

brilhante..

obrigada, inês, por tantas partilhas de tão boa poesia.

abraço,
ana salomé