quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Correntes d’Escritas – programa recheado para celebrar Literatura e Artes







As relações da literatura com as outras artes são o tema do VIII Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, Correntes d'Escritas, que decorre de 7 a 10 de Fevereiro na Póvoa de Varzim e que conta com cerca de 53 participantes, mais de metade nacionais. A par de escritores surgem nomes de cantores, actores, fotógrafos e realizadores de cinema.

Além da Sessão Oficial de Abertura, a ter lugar às 11h00, no Casino da Póvoa, este dia ficará também marcado pela conferência de Nélida Piñon, às 15h00, no Auditório Municipal, com o título "A Memória Secreta da Mulher".
Esta conferência, apresentada por José Carlos de Vasconcelos, será uma óptima oportunidade para contactar de perto com a grande figura da literatura, Nélida Piñon, romancista brasileira eleita em 1997 para presidente da Academia Brasileira de Letras, (primeira mulher a assumir este papel na história da instituição). Foi também a primeira escritora de Língua Portuguesa a receber o Prémio Príncipe das Astúrias, em 2005, e a primeira mulher e escritora de língua lusa a receber, em 2001, o Prémio Ibero Americano de Narrativa Jorge Isaacs e em 2004 o Prémio Internacional Menéndez Pelayo. Foi ainda a primeira mulher, em 503 anos, a receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela, em 1998. O percurso de Nélida Piñon, com livros traduzidos em mais de 20 países, fica também marcado pela atribuição da medalha Dom Afonso Henriques, em Portugal, e o titulo de Chevalier des Arts e des Letres, pelo governo francês.
Do Brasil participam ainda António Cícero e Eucanãa Ferraz.
Vêm ainda participantes de Moçambique, de Angola, Espanha, Argentina, Chile, Bolívia, Cuba, Peru e México.

Ainda no dia 7, às 19h00, será inaugurada a exposição fotográfica "Quartos de Escrita", da autoria de Daniel Mordzinski. A exposição é composta por cerca de 60 fotografias encenadas, retratando escritores em quartos de hotel. Entre os escritores fotografados poderemos encontrar nomes como o de Agustina Bessa Luís, José Eduardo Agualusa, José Saramago, Enrique Vila Matas, Luís Fernando Veríssimo, entre outros.
O primeiro dia do evento fará também homenagem a Ray-Güde Mertin, agente literária a quem muitos autores de língua portuguesa e espanhola devem a sua divulgação a nível europeu.
Também será exibido no dia 7 o documentário "Movimentos Perpétuos – Homenagem a Carlos Paredes", da autoria de Edgar Pêra e no dia 8 será apresentado o filme "Vinicius", sobre a vida e obra de Vinicius de Moraes, da autoria de Miguel Faria Júnior.

Vitorino e Sérgio Godinho são dois dos cantores participantes neste Correntes d’Escritas, para além da actriz Maria do Céu Guerra, a pintora Graça Morais, o realizador Fernando Lopes e o fotógrafo António Rodrigues.
Entre os escritores portugueses convidados figuram Lídia Jorge, Hélia Correia, Hélder Macedo, Fernando Pinto do Amaral, Jacinto Lucas Pires e Rui Zink.
Além das mesas-redondas no Auditório Municipal, anexo à Casa da Juventude, onde decorrerá uma mini-feira do livro, estão previstas sessões de poesia no Hotel Vermar e uma exposição de fotografia na Biblioteca Rocha Peixoto.

Para além do lançamento de livros durante todos os dias do evento, vai também ser lançada, no dia 7, a revista Correntes d’Escritas VI, desta feita dedicada a Lídia Jorge, contendo também contos e poesias de vários autores, além de um destaque ao vencedor do ano passado do Prémio Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, o brasileiro Saulo Matias Dourado, que venceu em 2006 com o conto "Fuga ao Tema".

Nos dias 13 e 14 de Fevereiro o Correntes d’Escritas chegará a Lisboa, ao Instituto Cervantes, para duas mesas de debate, ambas com início às 18h30.
No dia 13 Ramiro Fonte será o mediador do debate "Literatura: o eco dos dias" e no dia 14 "É o escritor quem tropeça nas Palavras" será o tema da discussão mediada por José Carlos de Vasconcelos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca deu para ir, mas fico sempre de água na boca. "Vivo" o encontro todos os anos através do PÚBLICO.
Parece que, além do mais, a envolvência humana é extremamente apetecível. Deve ser uma espécie de "Cinanima" dos encontros literários.