As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Alberto Caeiro
13/3/1914
(O Guardador de Rebanhos - XXV)
Na voz de Luís Gaspar:
2 comentários:
Convido todos os visitantes e colaboradores deste site a visitarem www.iranima.net e a conhecerem os projectos culturais deste espaço...
Que maravilha, Inês. Que maravilha!
Luis Pinto
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