é a ti que eu quero nesta ilha deserta:
livro nenhum, quadro nenhum, nem disco
(gosto de tanta coisa que faísco
mas a escolher assim nunca se acerta).
quero trazer-te a ti, ágil, desperta,
despenteadamente a cada risco,
e viver de algas, peixes e marisco
e nunca mais fazer sinais de alerta
e os navios ao longe ver passar,
enquanto a roupa seca na palmeira
(esta ilha tem uma, de maneira
que não é só rochedo e à roda o mar).
e tu entre corais, náufraga e nua,
a boiar no meu peito à luz da lua.
Vasco Graça Moura
in "Poesia 2001/2005"
(laocoonte, rimas várias, andamentos graves)
Edição de Setembro de 2006 da Quetzal Editores
3 comentários:
Que te parece a ideia de convidares o Luís a ler este poema?!.
É bom, não é?
Luís (passo a omitir o Pinto).
Boa ideia! Vou falar com ele.
E, Luís, não omitas o "Pinto", senão, não sei que és tu. Há mais do que um Luís a comentar aqui.
:-)
Inês
Faça-se a tua vontade.
Ámen.
Luís Pinto.
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