Vai ter lugar no dia 21 de Outubro, na Livraria LerDevagar, a apresentação do livro "Gabriel" de Amélia Vieira (edição Cavalo de Ferro).
A apresentação está a cargo de José Anes.
(...)
É o Céu e vejo, as searas de estrelas, uma após outra a dançar, e o meu par?
É toda a ambivalência de o gerar. Não procuro, encontro os que estão nesse outro mundo sabendo que pairo então no sossego na Casa e no condão dos encontros marcados pela eternidade fora…
A Ilha das Maças. Toda a terra era ilusão. Formas que já foram.
Habitacional, vamos à ceia, beber daquele vinho, comer daquele pão.
Vinho da vida, vivo, verá…
E o pão da terra que lá não está.
Trouxeram-me este sabor, estas lembranças, este momento tão raro. Ceámos.
E lembro-me dos que ficaram.
Olhando o lume, cozendo o pão, cheirando a silvos e á lã dos pastores.
Às cantigas de Maio e à festa germinal do meu Amor.
Aos cultos mais vivos e a uma hasta prol de Mestres Cantores.
A Terra, também já fora divina!
Saudades dos teus flancos querida Mãe e dos teus imprevistos dias…
Com desejos todos de carne, húmidos de orgias.
Com homens fortes e varos que davam de alimento aos meus desejos fartos.
Em pasmos e linhos macios, como se fossem oferendas, como se fossem um rio…
E o repouso das feras quando se dão. Volúpia quente
Em noites luarentas de Verão.
Sacros estes Homens, pele de casco e almas de pastores. Condão de seiva, mansos, feros, sabendo a dor.
Eles eram os Amantes.
Eles foram o Amor.
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