sábado, 24 de setembro de 2011
Novo livro de Amélia Vieira
GABRIEL
Amélia Vieira
Cavalo de Ferro, 2011
«Para que servem poetas em tempo de indigência? Talvez evitem o despenhar nas costas, os naufrágios abruptos, talvez desviem as rotas das tormentas – Faroleiros Vigilantes – e, se evitarem um que seja, a sua participação já é válida.»
Amélia Vieira (da Introdução)
Depois de "Fim" (2004) a Cavalo de Ferro volta a editar poesia de Amélia Vieira com "Gabriel", um conjunto de poemas escritos entre 2009 e 2010, em que a autora pressente no século XXI uma passagem conturbada e em colapso, mas para a qual antevê um futuro redentor.
(...)
“...............Olha então Babel, a dinastia, o pranto, olha o engano, olha a vontade. Olha. Como foi tanto!
Quero uma casa à beira dos abismos onde possa tanger a minha lira.
E um efebo em cio, na tarde quente, todo por dentro, sabendo a mirto.
Uma força sem hábito. Um nu. Um nada que chegue e que cumpra a natureza.
Tal qual deus a fez, e seja, o cumpridor cego da presa.
O ser que vou comendo
Durante o tempo, sempre por dentro. E,
Indefesa.
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