quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia
A Irresistível Voz de Ionatos
Victor Oliveira Mateus
Labirinto, Março 2009
A mulher da loja em frente traz consigo
algo das antigas deusas. Das possuídas
sibilas. E, com seu olhar flamejante
senta-se num banco esconso, como
quem ordena o mundo: quinquilharia,
pedaços pintados de moluscos, lascas
envernizadas de crustáceos. Depois.
Bem... depois reforça o ódio que nos tem
com epigramas mal amanhados
num enegrecido papel de embrulho.
Reforça a perigosidade dos poetas
sempre a infectar gentes, ilhas, rotas
ancestrais. E que o bem houvera sim,
na ditadura dos generais, onde a ordem
fora ordem, sem abcessos a estorvar
o destino. Nem o jovem e belo rei,
Cosntantino, tão jovem e tão rei,
abraçara tal imprudência, quanto
mais este viver com laivos
de altivez e foros de demência.
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2 comentários:
criar é da forma a o próprio destino.
Albert Camus
muito, muito Bom!
grande abraço!!!
jorge
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