segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


O Núcleo Tenaz
Jorge Viegas
Edições 70, 1982







POEMA FINAL

Não me façam a alma nem sargaço nem estrela.
Mas se a minha alma não for bela
Tomai-a vós.
Atai-a com cinco nós
E não permitais que ela cante.
Somente,
Deixai que a água da chuva caia sobre nós.
Pois que se bebermos dela
É como se fôssemos puros,
É como se fôssemos eleitos.

2 comentários:

João disse...

que belo poema. não costumo ser adepto da poesia rimada, mas este teve o seu efeito.

Lua Nova disse...

Adorável!
"...Deixai que a água da chuva caia sobre nós.
Pois que se bebermos dela
É como se fôssemos puros,
É como se fôssemos eleitos."
É isso mesmo, é a sensação que a chuva dá, que nos lava o corpo de suas mazelas e a alma dos seus pecados.
Lindo.
Beijos.