sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Obra I
António Salvado
A Mar Arte, 1997







Intervalo


Sinto na véspera do meu anseio
a chuva que amanhã só choverá.
Chegou Setembro. Na terra
respiram os veios do renovo já.

Agarro uma alvorada desprendida
dos galhos desfolhados do passado.
Chove amanhã. O dia é hoje quase.
Cruzam o céu nuvens de enleios de asa.

A terra se molhará.
Também a esperança ficará molhada.
Eis o renovo. Amanhã choverá...
E as mãos ficarão limpas para tudo
(ou para nada).

1 comentário:

Anónimo disse...

Sobre António Salvado reproduzi em

http://antoniosalvado.blogspot.com/

um folheto saído aquando dos 50 anos da sua vida literária.



Luís Norberto Lourenço