segunda-feira, 14 de junho de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Poesia escolhida de
Ai Qing
Escolha, tradução, prefácio e notas de Jin Guo Ping / Revisão Literária de António Manuel Couto Viana
Instituto Cultural de Macau, 1987






Mensagem do Sol


Janelas, abri-vos!
Portas, abri-vos!
Deixai-me entrar, deixai-me entrar,
Deixai-me pôr os pés na vossa casa humilde.

Entro com ramos de flores douradas,
Entro com a fragrância fresca da floresta,
Entro com a luz e o calor,
Entro com o corpo molhado de orvalho.

Levantai-vos, depressa!
Erguei as cabeças da almofada,
Abri os olhos estremunhados,
Para presenciar a minha chegada.

Abre-me os corações, casa humilde, construída de tábuas.
Abre-me as janelas de há muito fechadas,
Deixa-me encher os teus corações de flores, fragrância, luz, calor e orvalho.

14 de Junho de 1942

Sem comentários: