sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Ariel
Sylvia Plath
Tradução de Maria Fernanda Borges
Relógio D’Água, 1996








Ovelhas no nevoeiro

As colinas descem sobre a brancura.
Pessoas ou estrelas
Olham-me tristemente, desaponto-as.

O comboio deixa o traço da sua respiração.
Oh lento
Cavalo cor da ferrugem,

Cascos, guizos de dor —
Toda a manhã a
Manhã tem vindo a escurecer,

Uma flor posta de lado.
Os meus ossos ganham imobilidade. Campos
Distantes suavizam o meu coração.

Ameaçam
Deixar-me entrar para um paraíso
Onde não há estrelas, não há pais, secreta água.

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