terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Emparedada

Uit de muur

Joana Serrado
Uitgeverij Passage, 2009






Das portas trancadas

Doem-me as portas trancadas.

As que abanamos e não se conseguem abrir.

Das que se perderam as chaves.

As chaves das portas trancadas que não se conseguem abrir.


Penso nas portas trancadas da tua casa.

As chaves que se escondem e não mais aparecem

...........a porta do teu quarto que range sempre que a abres
................................ou quando se tosse uma réstia de vento.


A madeira sólida do teu quarto

.........................................os raios anelares das árvores
..................................................agora sem vida
........................................................t
rancam o teu quarto

conservando a resina que cola os meus cabelos à tua porta.


As unhas negras.

........................O sangue coagulado.
............................................................A dor.
.......................................................................A cor.

De como a tua porta se tranca trilhando os meus dedos de solidão.

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