sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Omertà
Vasco Gato
Quasi, 2007







No peito, a manivela ferrugenta
que faz abrir a respiração
começou a emperrar
e o corpo aprendeu rapidamente:
o suor como se a roupa
fosse um antídoto.

O belo cavalo branco de cascos
impretéritos avançou
então
pelas vértebras
mas não impediu que a imagem
fosse real.

Cordas de piano
por onde trepam os assassinos
e onde por vezes
se enforcam
antes de alcançarem a janela,

o repto impune dos que dormem:

vela-me.

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