quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia
Destino de bai
Antologia de poesia inédita caboverdiana
Organizada por Francisco Fontes
Desenhos de Elisa Schneble
Saúde em Português, 2008
Impureza
Risquei a pureza da minha vida
porque ser puro é estar permanentemente pronto
para a dor
Eu, confesso, não nasci para isto:
a minha sina devia ser aquela que nunca aconteceu
– a que tenho é só quase um parêntisis
enquanto a outra não acontece
Mas nem por isso me vou com as ondas para o oceano
Afinal para que serve a consolação se ela não anula
a verdadeira dor que nunca tivemos?
E é por isso, só por isso, risquei a pureza da minha vida
José Vicente Lopes
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