
Fernando Pessoa
Poesia do Eu
Edição: Richard Zenith
Assírio & Alvim, 2006
Não foram as horas que nós perdemos,
Nem o comboio que não chegou.
Foi só o barco e o gesto dos remos
E a triste vida que já passou.
Tudo nos dava a impressão de havermos
Entre travessas errado a rua,
E não acharmos o amor, nem termos
Para a tristeza senão a Lua...
Tudo isso foi como se não fosse...
Antes tivesse durado menos...
Enfim, que importa? Não há a posse...
E os céus eternos só são serenos...
21-2-1915
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