Os Acasos Persistentes
Cláudio Neves
7 Letras, 2009
Cláudio Neves é um dos promissores nomes da poesia que hoje se faz no Brasil. Acerca deste autor e da sua obra já se pronunciaram importantes poetas e ensaístas como: Antonio Carlos Secchin, Marco Lucchesi e André Seffrin. "Os Acasos Persistentes" é o seu mais recente livro, prefaciado pelo poeta português Victor Oliveira Mateus com o texto: "Efemeridade e Permanência na poesia de Cláudio Neves".
Cláudio Neves nasceu em 1968 no Rio de Janeiro. Mora em Fortaleza desde 1990. É bacharel em Comunicação Social e licenciado em Língua Portuguesa. Trabalhou em agências de propaganda na década de 90. Desde 2000, é professor de português. Publicou poemas em jornais, antologias e revistas, como na "Poesia Sempre", da Fundação Biblioteca Nacional. Estreou em livro com "De Sombras e Vilas" (7Letras, 2008). É também ficcionista, ensaísta e crítico literário. (...)
(da badana do livro)
O cão que juntos vimos numa esquina.
O peixe que agonizava à nossa frente.
A onda na direção de nossas filhas,
a quem pedimos não quebrasse sobre elas.
O cacto que te comprei na feira
e que te faz sorrir
quando o entrego
ainda hoje nos meus pensamentos.
Tudo isso farei eterno,
se me confias teu corpo sem ruído,
se sufocas teu grito para que não nos ouçam
as crianças no quarto contíguo,
para que não descubra o tempo
o cão, a onda, o cacto,
o teu corpo jugulado e inconsentido.
O peixe que agonizava à nossa frente.
A onda na direção de nossas filhas,
a quem pedimos não quebrasse sobre elas.
O cacto que te comprei na feira
e que te faz sorrir
quando o entrego
ainda hoje nos meus pensamentos.
Tudo isso farei eterno,
se me confias teu corpo sem ruído,
se sufocas teu grito para que não nos ouçam
as crianças no quarto contíguo,
para que não descubra o tempo
o cão, a onda, o cacto,
o teu corpo jugulado e inconsentido.
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