terça-feira, 18 de agosto de 2009

VIII Festival Internacional de Poesia Moncayo

Vai realizar-se nos próximos dias 21, 27 e 28 de Agosto, a oitava edição do Festival Internacional de Poesia Moncayo, que este ano homenageia o poeta Miguel Hernández e tem como título "Vientos del Pueblo me Llevan".
Este Festival é uma iniciativa da Olifante, Ediciones de Poesía e coordenada por Trinidad Ruiz Marcellán e Marcelo Reyes.
Participantes: Ángel Guinda, Ana Alcaraz, Brenda Ascoz, Casimiro de Brito, Gonzalo Escarpa, Cesc Fortuny, Dolan Mor, Marian Raméntol, Pilar Castro, Sofía Salvador, Claire Dupois, Susana Gómez Redondo, Victoria Puig, Arantza Semprúm, Luisa Gómez, Guadalupe Aznar, Mª José Andreu, Mª Victoria Diez, Mercedes Mairal, Milagros Morales, Robertson Cáceres, Ana Alcaraz, Javier Alfaro, Luigi Maráez, Elizabeth Esteban e Luisa Gómez.


No dia 28 terá lugar a apresentação da tradução espanhola de Montserrat Gibert, do livro de Casimiro de Brito "Na Via do Mestre - Uma viagem com Laozi" (En la Via del Maestro - Un viaje con Laozi).
O livro será novamente apresentado em Madrid, numa livraria da Gran Via, no dia 1 de Setembro e, posteriormente, em Lisboa.
Este livro, escrito ao longo de 17 anos e para o qual estudou chinês e visitou vários países orientais, são as respostas de Casimiro de Brito às questões de Tao Te-King (ou Dao De Jing, o texto clássico chinês de Lao Zi escrito por volta do séc. VII a.C. e uma das obras mais divulgadas da literatura mundial), numa fusão que Casimiro de Brito pretendeu ser o mais perfeita possível entre a poesia e a filosofia. "Na Via do Mestre" está traduzido em várias línguas e aparece agora em espanhol (em versão bilingue) através da Olifante, uma das maiores editoras espanholas de poesia.

Havia que passar para o outro lado. Então Lao Zi
pegou no seu poema e pagou, com ele, a sua portagem.

E continuou a caminhar até desaparecer.

Passaram mais de dois mil anos e ainda se vê

a sua vida. O meu poema

nasceu da leitura continuada do
Dao De Jing.
Cada um dos seus fragmentos começou por ser

uma gota de água bebida nesse rio,
uma ideia, uma imagem, uma metáfora «oferecidas»

pelo poema de Lao Zi. Dessas gotas

quase nada subsiste, nada de letra, elas desenvolveram-se

em poemas que depois foram sendo polidos (evaporados)

até se tornarem noutra coisa, anos a fio de trocas
entre o pleno e o vazio, entre a casca

e o conteúdo, entre o texto desejado e o texto

possível — o doloroso prazer da escrita.

As minhas visitas ao
Dao não acrescentam
grande coisa. Mas precisava de pagar
a minha portagem.


Casimiro de Brito

1 comentário:

real republica disse...

"águas das fontes calai
óh ribeiras chorai
que eu não volto a cantar..."