Circula na blogosfera uma espécie de manifesto contra o ponto de exclamação. Uma ideia que começou com o Senhor Palomar, seguida por Francisco José Viegas (A Origem das Espécies) e por José Mário Silva (Bibliotecário de Babel), abordada há uns tempos por Pedro Mexia e que até já tem um símbolo criado pelo Pedro Vieira (Irmão Lúcia).
Concordar ou não concordar, o debate está aberto. E será sempre de ter em conta a opinião do Francisco Viegas, do Pedro Mexia e do José Mário Silva, que sabem do que falam. E que até têm alguma razão.
Mas, o que está em causa, mais do que a existência do ponto de exclamação, não será o abuso na sua utilização? O ponto de exclamação existe porque tem uma função: exclamar! Sem ele, como acentuaríamos a entoação de uma interjeição? E na sinalética de trânsito, o que se poria no sinal de "Perigo"? Provavelmente existirão outros sinais de pontuação mais inúteis — como por exemplo o ponto e vírgula, que, mesmo assim, tem alguma utilidade. Pior é o caso dos espanhóis, que usam dois pontos de exclamação ou de interrogação na mesma frase, começando com um invertido.
O ponto de exclamação é um grito histérico se usado num título de um jornal, mas poderá ter a sua utilidade. Mais histérico é um título todo em maiúsculas ou um texto inteiro. Isso sim, é gritar com o leitor.
O mesmo acontece com as reticências. Existem e devem ser usadas correctamente e com moderação. O mal não está nos sinais de pontuação, está em quem não os sabe usar.
Concluindo, os sinais de pontuação e a acentuação fazem parte da nossa linguagem escrita e é imprescindível saber usá-los correctamente.
Um outro assunto mais grave do que a existência destes sinais é a aplicação (ou não aplicação) do acordo ortográfico e a grande confusão que circula por todo o lado. Cada um escreve como sabe (ou não sabe) e de teimosia em burrice, a Língua Portuguesa vai ficando em muito mau estado... (perdoem-me as reticências, mas a alternativa seria um ponto de exclamação)
2 comentários:
Abaixo o ponto de exclamação!
Eu gosto do ponto de exclamação. E das reticências. E do ponto final. E interrogo-me?
Também gosto...
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