“As Pessoas de Fernando” celebra 120 anos de Caeiro
Passa uma borboleta
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
Alberto Caeiro
Alberto Caeiro, o mestre dos heterónimos de Fernando Pessoa, nasceu a 16 de Abril de 1889, menos de um ano depois do seu criador. A passagem dos 120 anos sobre essa data que faz parte da História da Literatura Portuguesa vai ser assinalada na Biblioteca Municipal de Torres Novas que para o efeito convidou o grupo tomarense O Contador de Histórias para apresentar o espectáculo “As Pessoas de Fernando”.
Neste recital, a apresentar na próxima quinta-feira pelas 21.30 horas, com entrada livre, duas vozes em palco percorrem os principais heterónimos de Fernando Pessoa, fazendo uso dos clichés visuais associados às principais assinaturas do poeta: o médico Ricardo Reis, o engenheiro Álvaro de Campos, o guardador de rebanhos Alberto Caeiro, para além do próprio poeta ortónimo. As vozes trocam de corpo e personagem ao longo do inesperado recital até o espectador duvidar de quem fala.
Mais informações, aqui.
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