sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vinho Vadio por João Brás

O actor João Brás tem neste momento em cena, por vários espaços do país, um espectáculo em que faz uma homenagem ao vinho intitulado "Vinho vadio, um espectáculo etílico".
Este espectáculo, pensado para ser apresentado em eventos, tem duas versões:
- Vinho Vadio (de mesa): em que se apresenta a solo
- Vinho Vadio (reserva): em que se apresenta acompanhado à guitarra e à viola

O espectáculo tem a seguinte Sinopse:
Desde os tempos mais remotos, o vinho tem desempenhado um papel de relevo em quase todas as civilizações. Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho surge desde muito cedo na literatura, tornando-se fonte de lendas e inspiração de mitos e neste caso inspiração para um espectáculo. Se o vinho tem o poder de encher a alma de toda a verdade, de todo o saber e filosofia, a poesia é a materialização em palavras de todos esses pensamentos. Assim, fermentado com as palavras que os poetas nos deram e com algumas notas de boa disposição, surge este "vinho vadio". Com um teor musical leve onde se sente a sonoridade do fado, "Vinho vadio" é preparado a partir de "castas universais" – Charles Baudelaire, Joanne Harris, Pablo Neruda, Álvaro de Campos entre outros. Para desfrutar à mesa de um restaurante ou bar, nas caves de uma adega ou na cadeira de um pequeno auditório e mesmo entre os livros de uma biblioteca, "vinho vadio" tem a virtude de falar livremente do vinho e do fado da nossa vida, e dos caminhos que trilhamos no nosso quotidiano. "Vinho vadio", é um espectáculo para "beber" em boa companhia. Uma homenagem ao vinho, servido com alguma moderação.

Neste espectáculo, João Brás apresenta alguns (poucos) textos em prosa, mas a grande maioria são poemas.
De autores como Charles Baudelaire, Mário de Sá-Carneiro, Florbela Espanca, António Botto, Pablo Neruda, Álvaro de Campos, Jorge Luis Borges, entre outros.

Para mais informações, contactar: joaobras63@gmail.com


Aqui fica um dos poemas do espectáculo:

"Soneto do Vinho"

Em que reino, em que século, sob que silenciosa
Conjunção dos astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular idéia de inventar a alegria?

Com outonos de ouro a inventaram.
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.

Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto

Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória.

Jorge Luis Borges


João Brás vai estar com este "Vinho Vadio" no próximo dia 27 de Novembro no aniversário do Restaurante "O Cantinho Alentejano" (Rua Quinta do Casalinho, 4, lojaB, Cruz de Pau - Amora, junto à escola secundária).

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