Dinis Machado morreu hoje, dia 3 de Outubro.
Foi jornalista, escritor, crítico de cinema, editor da revista de banda desenhada Tintin e, também, poeta.
Organizou os primeiros ciclos de cinema da Casa da Imprensa, nos anos 60, e publicou críticas na revista Filme.
Também escreveu poesia e publicou três romances policiais sob o pseudónimo Dennis McShade “Mão direita do Diabo” (1967), “Requiem para D. Quixote” (1967) e “Mulher e arma com guitarra espanhola” (1968).
O seu maior sucesso literário, “O que diz Molero” (1977), foi reeditado em 2007, e está traduzido para alemão, búlgaro, castelhano e romeno.
Autor também de “Discurso de Alfredo Marceneiro a Gabriel Garcia Marquez” (1984), “Reduto quase final” (1989) e de “Gráfico de vendas com orquídea” (1999).
Soneto para Cesário
Se te encontrasse, agora, na paisagem
nocturna dos fantasmas da cidade,
contava-te dos nossos pobres versos
no teu rasto de sombra e claridade
Contava-te do frio que há em medir
a distância entre as mãos e as estrelas,
com lágrimas de pedra nos sapatos
e um cansaço impossível de escondê-las
Contava-te – sei lá! – desta rotina
de embalarmos a morte nas paredes,
de tecermos o destino nas valetas
De uma história de luas e de esquinas,
com retratos e flores da madrugada
a boiarem na água das sarjetas.
Dinis Machado
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