A um homem com um grande nariz
era esse um nariz superlativo,
era esse um alambique meio vivo,
era esse um peixe-espada mal barbado;
um relógio de sol mal encarado,
elefante de tromba em pé, lascivo,
nariz algoz e escriba, punitivo,
um Ovídio Nasão mal narigado.
Era esse o esporão de uma galera,
era esse uma pirâmide do Egipto,
as doze tribos de narizes era;
era esse um narizíssimo infinito,
enorme arquinariz, carranca fera,
inchaço garrafal, purpúreo e frito.
Francisco Quevedo
(tradução de José Bento)
Voz: Cristina Paiva; Música: Aaron Copland; Sonoplastia: Fernando Ladeira
Próximos espectáculos da Andante:
14 Maio de 2008:
“A ver o mar”
Biblioteca Municipal da Mealhada (Cine-Teatro Messias), às 21.30h
16 Maio de 2008:
“Às escuras, o amor”
Biblioteca Municipal de Soure - Santa Casa da Misericórdia de Soure (XI Semana do Livro e da Cultura), às 10.30h
(Espectáculos integrados no programa de itinerâncias da DGLB)
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