José Egito de Oliveira Gonçalves nasceu em Matosinhos no dia 8 de Abril de 1920 e foi poeta, editor e tradutor.
Iniciou a sua actividade literária nos anos de 1950 com a publicação de Poemas Para os Companheiros da Ilha. Teve como actividade profissional a administração de uma editora e a sua intensa actividade de divulgação cultural e literária concretizou-se na fundação e/ou direcção de diversas revistas literárias, como A Serpente, Árvore, Notícias do Bloqueio, Plano e Limiar (onde foi director da colecção de poesia "Os olhos e a memória").
Egito Gonçalves participou em vários movimentos anti-fascistas, no plano cultural e na acção política. Pertenceu ao M.U.D. e às Comissões Nacional e Executiva do III Congresso de Aveiro, e desenvolveu actividades de animação cultural no Porto, tendo pertencido à direcção do Teatro Experimental do Porto, do Cineclube do Porto, da Cooperativa Árvore e da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Integrou também a Sociedade Portuguesa de Escritores (Delegação Norte), a Associação Portuguesa de Escritores, a Sociedade Portuguesa de Autores e o PEN Clube Português. Internacionalmente, pertenceu ao "Congresso para a Liberdade da Cultura" (França) e à "Comunitá Europea degli Scrittori" (Itália). Foi membro da "Hispanic Society of America" (Nova Iorque) e correspondente do "Centre International d'Études Poétiques" (Bélgica). Dedicou-se também à tradução de poesia e foi autor de uma Antologia da Poesia Espanhola do Após-Guerra (1962) e de recolhas de poetas como Pier Paolo Pasolini, Nicola Vaptzarov, Attila Józef, Yannis Ritsos, Roberto Juarroz, Eeva Liisa-Männer, Guillevic, Derek Walcott, etc.
Foi-lhe atribuído o Prémio de Tradução Calouste Gulbenkian, da Academia das Ciências de Lisboa - 1977, com a sua selecção de Poemas da Resistência Chilena e, em 1985, o Prémio Internacional Nicola Vaptzarov, da União de Escritores Búlgaros. Obteve ainda o Prémio de Poesia do Pen Clube - 1995 e o Grande Prémio de Poesia da APE com o seu livro E No Entanto Move-se (1995), obra que ganhou também o Prémio Complementar Eça de Queirós da Câmara Municipal de Lisboa. Em 1994 foi condecorado pelo Presidente da República com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi também condecorado com a Ordem de Cirilo e Metódio (1ª classe) do Estado Búlgaro, a medalha "Pro Cultura Hungarica" do Governo Húngaro, a Medalha de Bronze da "Renaissance International des Arts et des Lettres" de Paris e a Medalha de Mérito Dourado, concedida pelo Município de Matosinhos.
Egito Gonçalves faleceu no Porto, no dia 29 de Janeiro de 2001.
A sua obra encontra-se traduzida em francês, polaco, búlgaro, inglês, turco, romeno, catalão e castelhano.
Obra:
Poemas para os Companheiros da Ilha, 1950
Um Homem na Neblina, 1950
A Evasão Possível, 1952
O Vagabundo Decepado, 1957
Um Tradutor Fora de Pasternak, 1959
A Viagem com o Teu Rosto, 1959
Memória de Setembro, 1960
Diário Obsessivo, 1962
Poesia Espanhola do Após-Guerra, 1962
Os Arquivos do Silêncio, 1963
Autobiografia Prematura, 1967
O Fósforo na Palha, 1970
O Amor Desagua em Delta, 1971
Poesia 70, 1971
10 Poemas para Che Guevara, 1972
Poesia 71, 1972
Contos Soviéticos, 1973
Destruição: Dois Pontos, 1973
Luz Vegetal, 1975
As Zonas Quentes do Inverno, 1977
Poemas de Resistência Chilena, 1977
As Cinzas de Gramsci, 1978
A Nordeste de Junho, 1979
Poemas do Último Século Antes do Homem, 1979
Palácio de Inverno, 1980
Poemas do Combate Palestiniano, 1980
Poemas Políticos: 1952-1979, 1980
Poemas, 1980; 1984
Os Pássaros Mudam no Outono, 1981
Quatro Poetas Revolucionários Búlgaros, 1982
Falo da Vertigem, 1983
Notícias do Bloqueio: Algumas Traduções, 1983
Não Sou Eu Que Grito, 1986
As Margens do Murmúrio, 1987
Orfeu 4, 1988
Um Mundo Claro, Um Dia Escuro: Oito Poetas Holandeses, 1988
Dedikatória, 1989
A Voz Melodiosa, 1990
Todos Mentem, 1990
O Pêndulo Afectivo: Antologia Poética, 1991
Poetas Húngaros, 1991
Três Poetas Húngaros: Lajos Kassák, János Pilinszky, Sándor Kányádi, 1991
Obabakoak: Um Lugar Chamado Obaba, 1992
A Mãe, 1994
Horas Más, 1994
Quinze Poetas Catalães, 1994
E No Entanto Move-se, 1995
Uma Rã Que Salta: Homenagem a Bashô, 1995
O Rio Leça, 1995
Com Cisnes sob o Fogo do Canhão, 1998
O Mapa do Tesouro, 1998
2 comentários:
...só uma deusa...tal arrojo teria...Isthar...doravante...
O delicado traço de tua sapiência, faz-me com que ouse solicitar esse traço biográfico sobre o Egito, a copiar em meu blog.(com os devidos créditos)
Celebro-te!!!visitar-te é aprender.
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