quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Daqui, desta Lisboa compassiva...

Daqui, desta Lisboa compassiva,
Nápoles por suíços habitada,
onde a tristeza vil e apagada
se disfarça de gente mais activa;

daqui, deste pregão de voz antiga,
deste traquejo feroz de motoreta
ou do outro de gente mais selecta
que roda a quatro a nalga e a barriga;

daqui, deste azulejo incandescente,
da soleira de vida e piaçaba,
da sacada suspensa no poente,

do ramudo tristolho que se apaga;
daqui, só paciência, amigos meus!
Peguem lá o soneto e vão com Deus.

Alexandre O'Neill
Na voz de Luís Gaspar:

1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui apresento, um intenso obrigado à Inês , vou-m demorar, para trás e para diante....