O investigador realizou uma investigação que revelou uma biografia de Camões totalmente diferente daquela que até aqui se tem divulgado.
Segundo ele, inventou-se o romance de um fidalgo de corte apaixonado por uma princesa, que não corresponde à verdade. Por exemplo, nos versos com que Camões iniciou a «Canção Décima»: «Foi minha ama uma fera», a interpretação tradicional refere-se a esta ama como quem toma conta de uma criança, quando na realidade era a mulher do seu amo por quem Camões se apaixonou.
Segundo José Hermano Saraiva, Luís de Camões não era fidalgo da corte mas escudeiro do conde de Linhares, comendador da Ordem de Cristo, e viveu no paço da Comenda de S. Martinho, frente a Coimbra. Linhares (seu amo) foi enviado para Paris como embaixador, tendo Camões e a mulher do conde (sua ama) se apaixonado. Tudo isto modifica a interpretação de «Os Lusíadas».
Esta nova edição de «Os Lusíadas», com 900 páginas, comentada por José Hermano Saraiva e com ilustrações de Pedro Proença, assinala o 40.º aniversário da presença das Selecções do Reade's Digest em Portugal.
Para Hermano Saraiva, Camões «revela-se não muito imaginativo, mas escreveu de uma forma artisticamente genial. Foi um grande criador da língua portuguesa e um dos maiores escritores da Europa do seu tempo». "Os Lusíadas" é um livro de protesto contra os excessos da nobreza e um pedido de emprego a D. Sebastião com a promessa de que o tornaria célebre em toda a Europa através dos seus versos. Camões tinha a plena consciência do seu valor, e prometeu a D. Sebastião que o tornaria mais célebre que o mítico herói grego Aquiles.
4 comentários:
Na segunda-feira passada estive numa magnífica sessão do Instituto Cervantes, em que se lançou uma belíssima edição bilingue.
E ouvi Hélder Macedo dissertar sobre as cartas de Camões, coisa muito pouco conhecida das pessoas.
xou tão ignorante :) , mas isso sabia eheheh
Prof. Hermano Saraiva, sempre com gravata........
qual é a editora do livro?
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