sexta-feira, 21 de setembro de 2007

São 21 horas. O meu amigo escritor e poeta Luís Graça (neste momento em Boticas, para assistir ao evento "Os Dias da Criação" que aqui noticiei no passado dia 23 de Agosto), acabou de me ligar informando-me de que morreu mais um grande amigo dele e pedindo-me para fazer aqui uma homenagem em seu nome. Trata-se do actor Pedro Alpiarça. O Luís, desta vez, não pôde fazer um poema. Aqui fica a homenagem dele (e minha), e os nossos pêsames aos familiares do Pedro Alpiarça.

Na Guilherme Coussoul. Pedro Alpiarça, Joaquim Paulo Nogueira e Luís Graça. Verão de 2003


Na Wikipédia, neste momento, pode ler-se este texto:

"Pedro Alpiarça (n. 1958 f. 2007), actor português.
Inicia-se no teatro universitário da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em cujo grupo teatral começa a trabalhar, entre 1984 e 1990. Integra o Teatro A Barraca (1989-1994) sob a direcção de Hélder Costa, em peças como Liberdade em Bremen de Rainer Werner Fassbinder, O Avarento de Moliére, Floresta de Enganos de Gil Vicente ou A Cantora Careca de Ionesco e com Maria do Céu Guerra em O Último Baile do Império de Josué Montello, entre outros. Passou ainda pelas companhias Teatro Veredas (onde trabalhou com Adriano Luz), O Nariz - Teatro de Grupo e Teatroesfera, onde encenou o espectáculo O Erro Humano (1999). É co-fundador do Teatro Mínimo (2002), onde tem desenvolvido trabalho juntamente com José Boavida.
Actor regular na televisão, tem integrado o elenco de variadas séries e sitcoms (1993 - Ideias com História, 1995 - Nico D'Obra, 1998 - Os Malucos do Riso, 1999 - Não És Homem Não És Nada, 2001 - Fábrica das Anedotas, 2004 - Os Batanetes, 2005 - Maré Alta e O Prédio do Vasco).
Estreou-se no cinema em Glória de Manuela Viegas (1999), participando depois em filmes de Carlos Braga e Vítor Candeias.

O actor faleceu a 20 de Setembro de 2007. Suicidou-se saltando do quinto andar do Hospital de Santa Marta em Lisboa. É hoje, dia 21 de Setembro de 2007, velado na Sociedade Guilherme Cossoul em Lisboa."

4 comentários:

Anónimo disse...

saltou de um 5º andar, depois de lhe terem recusado ajuda médica.

Precisou de ajuda médica porque em Portugal os artistas não têm quaisquer regalias sociais e passa muito tempo sem trabalho devido à intermitência da profissão.

Anónimo disse...

Lindo Ser Humano que se foi...

Menina Marota disse...

"...Suicidou-se saltando do quinto andar do Hospital de Santa Marta em Lisboa."

As palavras morrem-me na garganta.

Anónimo disse...

E FOI ASSIM

Ontem de madrugada
na Casa das Eiras
vi uma estrela cadente

Eras tu, Pedro

Ainda te disse adeus
mas não me viste
ias muito ocupado

a desaparecer na noite

21/9/2007, 02h13m

Quanto telefonei à Inês estava numa carrinha, às escuras, a digerir o choque.
Depois saiu-me o poema, no quarto da residencial de Boticas, onde fiquei, umas 24 horas mais tarde.
Nos "Dias da Criação" deixei um sorriso triste, que só começou a desanuviar três dias depois, numa noite de Baiona em que o luar me amaciou o coração.

Os pormenores tenho vindo a saber pouco a pouco. E a dança macabra não desiste: o último foi o Juca, homem elegantíssimo, de quem guardo gratas recordações no mundo-cão do futebol.