sábado, 2 de junho de 2007
Novidades do Brasil
Marina Andrade, cantora e compositora de Brasília (Brasil), musicou poemas de Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Augusto dos Anjos.
Em Abril deste ano, a convite da Fundação Cultural de João Pessoa, participou nos eventos de homenagem aos 123 anos do nascimento de Augusto dos Anjos, onde cantou os poemas deste poeta.
Nas suas cantorias pelos bares, Marina Andrade mesclava estes poemas musicados com clássicos da MPB, como Noel Rosa, e outros compositores.
O CD “Versos Íntimos”, é o fruto do seu encontro musical e poético com Augusto dos Anjos.
Um outro trabalho de Marina Andrade, com poemas de Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa e Drummond, está já em fase final de produção. Em breve o divulgarei também neste blogue.
Mais informações sobre esta cantora e compositora brasileira, estarão brevemente disponíveis no site http://www.marinandrade.com.br
Para já, a Marina Andrade poderá ser contactada pelo e-mail: marinapandrade@uol.com.br
Os meus agradecimentos a Marina Andrade pela partilha e os meus votos de sucesso para os seus trabalhos.
Eterna mágoa
O homem por sobre quem caiu a praga
Da tristeza do Mundo, o homem que é triste
Para todos os séculos existe
E nunca mais o seu pesar se apaga!
Não crê em nada, pois, nada há que traga
Consolo à Mágoa, a que só ele assiste.
Quer resistir, e quanto mais resiste
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.
Sabe que sofre, mas o que não sabe
E que essa mágoa infinda assim não cabe
Na sua vida, é que essa mágoa infinda
Transpõe a vida do seu corpo inerme;
E quando esse homem se transforma em verme
É essa mágoa que o acompanha ainda!
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em Paraíba do Norte, em Abril de 1884 e morreu em Minas Gerais em de Novembro de 1914. Recebeu em casa a primeira instrução. Bacharelou-se em Letras, na Faculdade do Recife, no ano de 1907, e, três anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde exerceu durante algum tempo o magistério.
Do Rio, transferiu-se para Leopoldina, por ter sido nomeado para o cargo de director de um grupo escolar.
Morreu nessa cidade, com pouco mais de trinta anos.
Augusto dos Anjos publicou quase toda a sua obra poética no livro "Eu", editado em 1912. O livro foi depois enriquecido com outras poesias esparsas do autor e tem sido publicado em diversas edições, com o título "Eu e Outros Poemas". Apesar de nos ter deixado apenas este trabalho, o poeta merece um lugar na tribuna de honra da poesia brasileira, não só pela profundidade filosófica que transpira dos seus pensamentos, como pela fantasia das suas divagações pelo mundo científico. São versos que transportam a dor humana ao reino dos fenómenos sobrenaturais. É conhecido como um dos poetas mais estranhos do seu tempo, e até hoje a sua obra causa impacto, tanto em leigos quanto em críticos literários.
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