quarta-feira, 13 de junho de 2007

Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa no dia 13 de Junho de 1888.
Após a morte do pai, causada por tuberculose, a família foi obrigada a leiloar parte dos seus bens e depois do segundo casamento da mãe, por procuração, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, Fernando Pessoa partiu com a mãe e um tio avô para a África do Sul (Durban).
Em 1894 criou o seu primeiro heterónimo, Chevalier de Pas. Frequentou várias escolas, recebendo uma educação inglesa, passando por um colégio de freiras irlandesas da West Street (1897), e pela Durban High School, onde criou o heterónimo Alexander Search (1899). A partir de 1901 escreveu os primeiros poemas em inglês. A família retornou a Lisboa em 1902, mas Pessoa voltou sozinho para a África do Sul. Em 1903 submeteu-se ao exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Não obteve uma boa classificação, mas tirou a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Em 1904 terminou os estudos na África do Sul.
Regressou a Portugal em 1905 e fixou-se em Lisboa, onde se matriculou no Curso Superior de Letras (que abandonou em 1907). Foi a partir desta data que começou a sua intensa actividade literária, continuando a escrever poemas em inglês. Em 1910, escreveu poesia e prosa em português, inglês e francês. Em 1912, Pessoa estreou-se como crítico literário, provocando polémicas na intelectualidade portuguesa. Em 1913 escreveu "O Marinheiro". Em 1914, devido à sua capacidade de "outrar-se", criou mais heterónimos (Alberto Caeiro — criado em 1914 e "morto" em 1915), Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares, etc.), assinando as suas obras de acordo com a personalidade de cada heterónimo. Foi também neste ano que escreveu os poemas de "O Guardador de Rebanhos" e o "Livro do Desassossego".
Simpatizante da Renascença Portuguesa, no início, afastou-se depois, e em 1915 com Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros entre outros, esforçou-se por renovar a literatura portuguesa através da criação da revista Orpheu (cujo primeiro número saiu em 1915), veículo de novas ideias e novas estéticas. Em 1916 suicidou-se o seu grande amigo Mário de Sá Carneiro. Em 1918, Pessoa publicou poemas em inglês, com destaque, no "Times". Em 1921 fundou a editora Olisipo, onde publicou poemas em inglês.
Em 1924 surgiu a revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz. Em 1926, Fernando Pessoa requereu patente da invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua e dirigiu, com o seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.
Em 1927 passou a colaborar com a Revista "Presença". Em 1934 publicou "Mensagem", que ganhou no mesmo ano o concurso literário promovido pelo Secretariado de Propaganda Nacional, categoria B.
Em 29 de Novembro de 1935, foi internado com o diagnóstico de cólica hepática. A sua última frase, escrita em inglês, dizia: "I know not what tomorrow will bring". Morreu no dia 30, com 47 anos, deixando grande parte da sua obra ainda inédita. Fernando Pessoa é considerado universalmente um dos maiores poetas de sempre.
Livros e colectâneas de poesia publicadas em vida:
"35 sonnets", 1918.
"Antinous", 1918.
"English Poems I II", 1921.
"English Poems III", 1921.
"Mensagem", 1934.

O espólio literário de Fernando Pessoa, (guardado na sua famosa arca onde guardava a sua obra para a posteridade) que se encontrava em casa de sua irmã, D. Henriqueta Madalena Nogueira Rosa Dias, e cuja inventariação, promovida pelo Ministério da Educação Nacional, terminou em Julho de 1972, compreendia, além de 29 cadernos de variado conteúdo, 25.426 originais (escritos pelo poeta) assim repartidos: manuscritos: 18.816; dactilografados: 3.948; mistos: 2.662.
Boa parte destes originais, em prosa e verso, eram fragmentos para o Livro do Desassossego de Bernardo Soares. Havia ainda textos sobre Política, Sociologia, História, poesia em inglês, textos de ficção, etc.

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