Adeus luares de Maio.
Adeus tranças de Maria.
Nunca mais a inocência,
nunca mais a alegria,
nunca mais a grande música
no coração do menino.
Agora é o tambor da morte
rufando nos campos negros.
Agora são os pés violentos
ferindo a terra bendita.
A cantiga, onde ficou a cantiga?
No caderno de números,
o verso ficou sozinho.
Adeus ribeirinhos dourados.
Adeus estrelas tangíveis.
Adeus tudo que é de Deus.
DERAM UM FUZIL AO MENINO.
Firmino Rocha
(Este poema encontra-se gravado numa placa de bronze na sede da ONU (Organização das Nações Unidas) e foi publicado numa colectânea sobre a Paz editada pela ONU e distribuída em todo mundo.)
Na voz de Luís Gaspar:
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