Amo os bares e as tabernas
junto ao mar,
onde as pessoas conversam e bebem
apenas para beber e conversar.
Onde João Ninguém chega e pede
o seu trago elementar,
onde estão João Bronco e João Navalha
e João Narizes e até o João
sem mais, o apenas, o simplesmente
João.
Ali bate a onda branca
da amizade,
uma amizade de gente sem retórica,
uma onda de olá! e como estás?
Ali cheira a peixe,
a mangue, a rum, a sal
e a camisa suada a secar ao sol.
Procura-me, irmão, e achar-me-ás
(em Havana, no Porto
em Jacmel, em Xangai)
com a gente simples
que apenas para beber e conversar
enche os bares e as tabernas
junto ao mar.
Nicolás Guillén
Tradução de Albano Martins
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