(4.ª versão)
Em honra de Else Lasker-Schüller
1.
Lua, como se saísse coisa morta
De azul caverna,
E das flores em botão muitas caem
Sobre o atalho rochoso.
Argêntea, chora coisa doente
Junto ao largo da tarde,
Em negro barco
Amantes se passaram.
Ou são os passos de Élis
Que soam pelo bosque,
O de jacintos,
Perdendo-se de novo sobre carvalhos.
Oh, a imagem do rapaz
Moldada por lágrimas de cristal,
Sombras nocturnas.
Relâmpagos rasgados iluminam-lhe as fontes,
As sempre frescas,
Quando na colina verdejante
Ressoa a trovoada primaveril.
(...)
Georg Trakl
(tradução de João Barrento)
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