A viagem fazemo-la num qualquer modesto cargueiro
Existe ainda um porto onde não tivéssemos tocado?
Existe alguma espécie de tristeza que ainda não tivéssemos cantado?
O horizonte que a cada manhã tínhamos pela frente
Não era igual ao que à noite deixávamos para trás?
Quantas estrelas desfilaram à nossa frente
Roçando as águas.
Não era cada aurora o reflexo
Da nossa grande nostalgia?
Mas é em frente que vamos, não é verdade?, é em frente que vamos.
Nâzim Hikmet
(Tradução de Rui Caeiro)
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