sábado, 20 de janeiro de 2007

Morreu Fiama Hasse Pais Brandão


















Morreu hoje aos 69 anos a poetisa Fiama Hasse Pais Brandão, que foi também dramaturga, ensaísta, ficcionista e tradutora.
Revelada no movimento Poesia 61, que revolucionou a linguagem poética portuguesa dos anos 60, Fiama demonstrou ser ser uma das principais vozes poéticas da sua geração, constando da sua obra "O Aquário","Cantos do Canto", e "Obra Breve".
Recebeu em 1957 o Prémio Adolfo Casais Monteiro pela obra "Em Cada Pedra Um Voo Imóvel".
Casada com o poeta Gastão Cruz, dedicou-se igualmente à escrita para teatro, tendo a sua primeira peça, "Os Chapéus de chuva", sido distinguida com o Prémio Revelação de Teatro, em 1961.
Traduziu Brecht, Artaud e Novalis, entre outros autores, e colaborou em revistas literárias, como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e Phala.
Ao nível do ensaio, escreveu, entre outros, "O Labirinto Camoniano e Outros Labirintos", sobre a influência cabalística em diversos autores dos séculos XVI a XVIII.

1 comentário:

Anónimo disse...

Inês
Foi com grande pesar que soube da morte de Fiama. Foi em 61 que comecei a conhecer a obra dela com os “Chapéus de Chuva” (Minotauro, 1961) e desde aí fiquei quase um devoto das suas peças de teatro embora a saiba principalmente poetisa, e senti sempre que ela buscava o poético quando nas suas peças nos dava o real. Para além dos “Chapéus de Chuva”, destaco esse texto completamente literário mas de uma teatralidade a toda a prova que é “Poe ou o Corvo” (& etc, 1979), peça que termina com o grito do personagem Edgar “Ela nem finge, nem está morta. É literatura! É literatura!”