Eugénio de Andrade (que usava o pseudónimo José Fontinhas) nasceu no Fundão em 19 de Janeiro de 1923, no seio de uma família de camponeses.
Estudou em Castelo Branco, Lisboa e Coimbra, onde residiu entre 1939 e 1945. Em 1950 fixou residência no Porto.
Abandonou a Filosofia para se dedicar à poesia e à escrita, a partir da descoberta de trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto. Camilo Pessanha também teve nele uma forte influência.
Colaborou nas revistas Cadernos de Poesia, Vértice, Seara Nova, Sísifo, Gazeta Musical e de Todas as Artes, Colóquio, Revista de Artes e Letras, O Tempo e o Modo e Cadernos de Literatura, entre outras.
Para além de se ter dedicado à poesia desde muito cedo, também organizou várias antologias e traduziu vários poetas estrangeiros, como Garcia Lorca.
A obra de Eugénia de Andrade é vasta e "As Mãos e os Frutos" editado em 1948 e "Os Amantes sem Dinheiro" editado em 1950, colocaram-no merecidamente entre os maiores poetas portugueses.
Foi galardoado com o Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, atribuído a O Outro Nome da Terra (1988), o Prémio de Poesia Jean Malrieu, por Branco no Branco (1984) e o Prémio Europeu de Poesia em 1996. Em 1982 o Governo português atribuiu-lhe o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada e a Grã-Cruz da Ordem de Mérito em 1988. Em 1986 recebeu o Prémio da Associação Internacional dos Críticos Literários, em 1996 recebeu o Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz (Jugoslávia).
Foi criada, no Porto, uma fundação com o seu nome, em 1990.
Em 2000 recebeu o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Extremadura de criação literária.
Em 2001 recebeu o Prémio Celso Emilio Ferreiro, na Galiza, e foi homenageado no Carrefour des Littératures, em França.
Foi-lhe ainda atribuído, no mesmo ano, o Prémio Camões.
Publicou, entre outros: Adolescente (1942); As Mãos e os Frutos (1948); Os Amantes sem Dinheiro (1950); As Palavras Interditas (1951); Até Amanhã (1956); Conhecimento da Poesia (1958); O Coração do Dia (1958); Os Afluentes do Silêncio (1968); Obscuro Domínio (1971); Limiar dos Pássaros (1972); Véspera da Água (1973); Memória de Outro Rio (1978); Matéria Solar (1980); O Peso da Sombra (1982); Poesia e Prosa, 1940-1989 (1990), O Sal da Língua (1995), Alentejo (1998), Os Lugares do Lume (1998) e Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa (1999). Organizou ainda várias antologias, como Daqui Houve Nome Portugal, (1968) e Antologia Breve (1972). Em 2000, publicou Poesia. Em 2001, Os Sulcos da Sede. Também escreveu livros para crianças.
Eugénio de Andrade, que tinha obra traduzida para alemão, asturiano, castelhano, catalão, chinês, francês, italiano, inglês, jugoslavo e russo, morreu em 2005.
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