quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes nasceu a 19 de Outubro de 1913.
Em 1929 fez um bacharelato em Letras e em 1933 formou-se em Direito e terminou o Curso de Oficial de Reserva. Estimulado por Otávio de Faria, publicou o seu primeiro livro, “O caminho para a distância”.
Em 1935 publicou “Forma e exegese”, com o qual ganhou o prémio Felipe d’Oliveira.
Em 1936 publicou, em separata, o poema "Ariana, a mulher". Conheceu nesta altura Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, dos quais se tornou amigo.
Em 1938 publicou novos poemas e foi agraciado com a primeira bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, para onde partiu em Agosto do mesmo ano. Trabalhou como assistente do programa brasileiro da BBC. Conheceu, em casa de Augusto Frederico Schimidt, o poeta e músico Jayme Ovalle, de quem se tornou amigo.
Regressou de Inglaterra no final de 1939, devido à eclosão da II Grande Guerra e em Lisboa encontrou o seu amigo Oswald de Andrade com quem viajou para o Brasil.
Em 1940 passou uma longa temporada em São Paulo, onde fez amizade com Mário de Andrade.
Em 1941 começou a colaborar no jornal A Manhã, como crítico cinematográfico e a colaborar no Suplemento Literário ao lado de Rineiro Couto, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Afonso Arinos de Melo Franco, sob a orientação de Múcio Leão e Cassiano Ricardo.
Em 1942, a convite do então prefeito Juscelino Kubitschek, chefiou uma caravana de escritores brasileiros a Belo Horizonte, onde fez amizade com Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Hélio Pelegrino e Paulo Mendes Campos. Iniciou, com os seus amigos Rubem Braga e Moacyr Werneck de Castro, a roda literária do Café Vermelhinho, à qual se misturaram a maioria dos jovens arquitectos e artistas plásticos da época, como Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Reidy, Jorge Moreira, José Reis, Alfredo Ceschiatti, Santa Rosa, Pancetti, Augusto Rodrigues, Djanira, Bruno Giorgi. Conheceu e tornou-se amigo da escritora Argentina Maria Rosa Oliver, através da qual conheceu Gabriela Mistral. Fez uma extensa viagem ao Nordeste do Brasil acompanhando o escritor americano Waldo Frank, a qual mudou radicalmente a sua visão política, tornando-se um antifascista convicto. Na estada em Recife, conheceu o poeta João Cabral de Melo Neto, de quem se tornaria, depois, grande amigo.
Em 1943 publicou as suas “Cinco elegias”, numa edição encomendada por Manuel Bandeira, Aníbal Machado e Otávio de Faria e ingressou, por concurso, na carreira diplomática.
Em 1944 dirigiu o Suplemento Literário de O Jornal, onde lançou, entre outros, Oscar Niemeyer, Pedro Nava, Marcelo Garcia, Francisco de Sá Pires, Carlos Leão e Lúcio Rangel, em colunas assinadas, e publicou desenhos de artistas plásticos até então pouco conhecidos, como Carlos Scliar, Athos Bulcão, Alfredo Ceschiatti, Eros (Martim) Gonçalves, Arpad Czenes e Maria Helena Vieira da Silva. Colaborou entretanto em vários jornais e revistas, como colunista e crítico de cinema. Fez amizade, nesta altura, com o poeta Pablo Neruda.
Em 1946 partiu para Los Angeles, como vice-cônsul. Ali permaneceu cinco anos sem voltar ao Brasil. Publicou em edição de luxo, ilustrada por Carlos Leão, o livro “Poemas, sonetos e baladas”.
Em 1947, em Los Angeles, estudou cinema com Orson Welles e Gregg Toland. Lançou, com Alex Viany, a revista Film.
Em 1950 foi ao México visitar o seu amigo Pablo Neruda, gravemente enfermo. Ali conheceu o pintor David Siqueiros e reencontrou o seu grande amigo, o pintor Di Cavalcanti.
Em 1951, de volta ao Brasil, começou a colaborar no jornal Última Hora, a convite de Samuel Wainer, como cronista diário e posteriormente crítico de cinema.
Em 1952 foi nomeado delegado no festival de Punta Del Leste, fazendo paralelamente a sua cobertura para o Última Hora. Partiu logo depois para a Europa, para estudar a organização dos festivais de cinema de Cannes, Berlim, Locarno e Veneza, no sentido da realização dos Festival de Cinema de São Paulo. Em Paris, conheceu o seu tradutor francês, Jean Georges Rueff, com quem trabalhou, em Estrasburgo, na tradução de suas “Cinco elegias”.
No ano seguinte colaborou no tablóide semanário Flan, de Última Hora, sob direcção de Joel Silveira. Apareceu nesta alttura a edição francesa das Cinq élégies, em edição de Pierre Seghers. Entretanto, fez amizade com o poeta cubano Nicolás Guillén e compôs o seu primeiro samba, música e letra, "Quando tu passas por mim". Fez crónicas diárias para o jornal A Vanguarda e partiu para Paris como segundo secretário de Embaixada.
Em 1954 saiu a primeira edição da sua “Antologia Poética”. A revista Anhembi publicou a sua peça “Orfeu da Conceição”, premiada no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo.
Em 1955 compôs em Paris uma série de canções de câmara com o maestro Cláudio Santoro. Começou a trabalhar para o produtor Sasha Gordine, no roteiro do filme Orfeu Negro.
Em 1956 colaborou no quinzenário Para Todos a convite do seu amigo Jorge Amado, em cujo primeiro número publicou o poema "O operário em construção". Paralelamente aos trabalhos da produção do filme Orfeu Negro, resolveu encenar a sua peça “Orfeu da Conceição”. Convidou Antônio Carlos Jobim para fazer a música do espectáculo, iniciando com ele a parceria que, logo depois, com a inclusão do cantor e violonista João Gilberto, daria início ao movimento de renovação da música popular brasileira a que se convencionou chamar bossa nova. Retornou a Paris no fim do ano.
Em 1957 foi transferido da Embaixada em Paris para a Delegação do Brasil junto à UNESCO. No fim do ano foi para Montevidéu, regressando depois ao Brasil. Publicou a primeira edição do seu “Livro de Sonetos”.
Em 1958 partiu para Montevidéu. Saiu o LP “Canção do Amor Demais”, de músicas suas com Antônio Carlos Jobim, cantadas por Elizete Cardoso. No disco ouvia-se, pela primeira vez, a batida da bossa nova, no violão de João Gilberto, que acompanhava a cantora em algumas faixas, entre as quais o samba "Chega de Saudade", considerado o marco inicial do movimento.
Em 1959 saiu o Lp “Por Toda Minha Vida”, com canções suas e de Jobim, interpretadas pela cantora Lenita Bruno. O filme "Orfeu negro" ganhou a Palme d’Or do Festival de Cannes e o Oscar, de Hollywood, como melhor filme estrangeiro do ano. Foi publicado neste ano o seu livro “Novos poemas II”.
Em 1960 saiu a segunda edição da sua “Antologia Poética”, a edição popular da peça “Orfeu da Conceição”, e “Recette de Femme et autres poèmes”, tradução de Jean-Georges Rueff.
Em 1961 começou a compor com Carlos Lira e Pixinguinha.
Apareceu Orfeu Negro, em tradução italiana de P.A. Jannini, em Milão.
Em 1962 começou a compôr com Baden Powell, dando inicio à série de afro-sambas, entre os quais, "Berimbau" e "Canto de Ossanha". Compôs, com música de Carlos Lyra, as canções da sua comédia musicada “Pobre menina rica”. Em Agosto fez um espectáculo com Antônio Carlos Jobim e João Gilbert, onde foram lançados pela primeira vez grandes sucessos internacionais como "Garota de Ipanema" e o "Samba da bênção". Fez também um espectáculo com Carlos Lyra, para apresentar “Pobre menina rica” e onde foi lançada a cantora Nara Leão. Compôs com Ari Barroso as últimas canções do grande compositor popular, entre as quais "Rancho das namoradas". Apareceu nesta altura a primeira edição de “Para viver um grande amor”, livro de crónicas e poemas. Gravou, como cantor, o seu disco com a actriz e cantora Odete Lara.
Em 1963 começou a compôr com Edu Lobo.
Em 1964 colaborou com crónicas semanais para a revista Fatos e Fotos, assinando paralelamente crónicas sobre música popular para o Diário Carioca. Começou a compôr com Francis Hime. Fez um espectáculo de grande sucesso com o compositor e cantor Dorival Caymmi, na boate Zum-Zum, onde lançou o Quarteto em Cy. Do show foi feito um LP.
Em 1965 saiu “Cordélia e o peregrino”. Ganhou o primeiro e o segundo lugares do I Festival de Música Popular de São Paulo, da TV Record, com canções em parceria com Edu Lobo e Baden Powell. Começou a trabalhar com o director Leon Hirszman, do Cinema Novo, no roteiro do filme Garota de Ipanema.
Em 1966 foram feitos documentários sobre o poeta pelas televisões americana, alemã, italiana e francesa. Apareceu o seu livro de crónicas “Para uma menina com uma flor”. O seu "Samba da bênção", em parceria com Baden Powell, foi incluído no filme Un homme… une femme, vencedor do Festival de Cannes do mesmo ano.
Em 1967 foram publicadas a 6ª edição da sua “Antologia poética” e a 2ª do seu "Livro de sonetos” (aumentada).
Em 1968 foi publicada a primeira edição de sua “Obra poética”. Poemas seus foram traduzidos para o italiano por Ungaretti.
Em 1970 iniciou a sua parceria com Toquinho.
Em 1973 publicou "A Pablo Neruda".
Em 1979, voltando de uma viagem à Europa, sofreu um derrame cerebral no avião. Perderam-se, na ocasião, os originais de "Roteiro lírico e sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro".
Morreu no dia 9 de Julho, de edema pulmonar, em sua casa, na Gávea, na companhia de Toquinho e da sua última mulher.
Extraviaram-se os originais do seu livro "O dever e o haver".

4 comentários:

Pierre Lalanne disse...

Bonjir (perdon no hablo portugues, solo español)
Hablas frances tu ?
Estoy buscando a las palabras completas de Manha de carnaval sobre el web, pero sin encontrar las, puedes ayudar me ?
Gracias
Pierre (Francais)
Mi blog : http://gargoulett.blogspot.com

Inês Ramos disse...

Le poème "Manhã de Carnaval" c'est pas de Vinicius, mais de Antonio Maria. La musique de Luís Bonfá.

Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há-de haver um dia
Em que virás
Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus

Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor


À bientôt,
Inês

Pierre Lalanne disse...

Bonjour
Oui le poème est celui que tu as mis là ; mais ce que je ne comprends pas, c'est que les paroles de la chanson manha de carnaval du film Orfeu Negro ne sont pas pareilles ; tu les connais ? (Je n'ai pas réussi à t'envoyer le mp3 par mail)
Merciiii Inês

Pierre disse...

Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração
Depois deste dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã tão bela afinal
Manhã de Carnaval

Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor