sábado, 28 de outubro de 2006
Prémio hispano-luso de tradução tem o nome do poeta José Bento
O Prémio Hispano-Luso de Tradução terá a partir de agora o nome do poeta e tradutor português José Bento, o primeiro autor distinguido com este galardão. Esta decisão foi anunciada em Cáceres, Espanha, onde decorreu o encontro «Agora, o debate peninsular».
Numa cerimónia realizada no Palacio de la Diputácion Provincial de Cáceres, o presidente do júri e da Associação de Escritores Extremenhos, Antonio Saéz, declarou que, deste modo, se reconhece e distingue «o excelente trabalho» de José Bento, responsável pela tradução de mais de 50 obras de poetas espanhóis.
Na sua intervenção, José Bento agradeceu o prémio concedido pela Junta da Extremadura, que definiu como «a entidade que mais e melhor se tem dedicado ao conhecimento luso-espanhol» e evocando a sua carreira de poeta e tradutor, enumerou algumas das figuras ilustres da poesia espanhola cuja obra procurou trazer ao conhecimento dos portugueses.
Para o poeta e tradutor Francisco Brines, também presente na cerimónia, a obra de Bento «é a mais completa de tradução do espanhol para qualquer língua. (...) Se desaparecessem todos os livros da poesia espanhola e apenas ficasse a obra de Bento, o nosso legado poético estaria a salvo».
José Bento nasceu no litoral da zona de Aveiro, em 1932. Estudou no Porto e em Lisboa.
Nos anos 50, revelou-se como poeta em revistas de poesia como Árvore, Eros, Cadernos do Meio-Dia e Cassiopeia, de que foi um dos directores. É autor de vários livros de poesia, entre os quais «Sequência de Bilbau» (1978), «O enterro do senhor de Orgaz» (1986), «Silabário» (1992) e «Um sossegado silêncio» (2002).
Poucas vezes se preocupou em reunir os seus poemas em livro, pelo que o seu nome é normalmente citado como excelente tradutor de numerosos poetas de língua espanhola, clássicos ou actuais (S. Juan de la Cruz, Pablo Neruda, Cernuda, Quevedo, Jorge Manrique, Lorca, Vicente Aleixandre, César Vallejo). Traduziu também para português «Dom Quixote», de Miguel de Cervantes.
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1 comentário:
Como poeta desconheço José Bento.
É um magnífico tradutor. A distinção é mui justa.
Conheci-o uma vez, numa sessão literária. Pessoa de voz suava, pausada. Todo ele afável.
Uma brisa de simpatia e devoção à poesia.
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