Pequenas papoilas, pequenas chamas do inferno,
Vocês não fazem mal?
E tremeluzem. Não posso tocar-vos.
Ponho as minhas mãos entre as chamas. Nada queima.
E fico exausta ao olhar-vos
A tremeluzir assim, pregueadas e de um vermelho vivo, como a pele de uma
boca
Uma boca que acabou de sangrar.
Pequenas bainhas ensanguentadas!
Há fumos que não posso tocar.
Onde está o vosso ópio, essas cápsulas que dão náuseas?
Se eu pudesse esvair-me em sangue, ou dormir –
Se a minha boca pudesse casar com uma ferida assim!
Ou se os vossos venenos pudessem penetrar em mim, nesta cápsula de vidro,
Para me entorpecerem e aquietarem.
Mas sem cor. Sem cor nenhuma.
Sylvia Plath
1 comentário:
vem mesmo a propósito... :)
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