domingo, 24 de setembro de 2006

Na estante de culto








"Assinar a Pele"
é uma antologia de poesia contemporânea sobre gatos, da Assírio & Alvim, organizada pelo poeta João Luís Barreto Guimarães, com tradução, entre outros, de João Barrento, José Bento, Ana Luísa Amaral e Fernando Pinto do Amaral.

São 57 poemas sobre gatos, escritos por Charles Baudelaire, João de Deus, Lewis Caroll, Friedrich Nietzsche, Paul Verlaine, W. B. Yeats, Rainer Maria Rilke, Guillaume Appolinaire, Umberto Saba, William Carlos Williams, Ezra Pound, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, T. S. Eliot, Jean Cocteau, Irene Lisboa, Jorge Guillén, Paul Eluard, Bertold Brecht, Jorge Luis Borges, Yorgos Seferis, Rafael Alberti, Carlos Drummond de Andrade, Pablo Neruda, W. H. Auden, E. Guillevic, Elizabeth Bishop, Nicanor Parra, Jorge de Sena, György Somlyó, Sophia de Mello Breyner Andresen, Egito Gonçalves, Mário Cesariny, Eugénio de Andrade, Alexandre O'Neill, Ingeborg Bachmann, Thom Gunn, Fernando Echevarría, Hans Jürgen Heise, Ted Hughes, Ruy Belo, António Osório, Luiza Neto Jorge, Vasco Graça Moura, Inês Lourenço, João Miguel Fernandes Jorge, Manuel António Pina, Al Berto, Nuno Júdice, Ana Luísa Amaral e Pedro Paixão.

Esta é uma oportunidades para conhecer alguns poemas pouco divulgados de, por exemplo, Friedrich Nietzsche ou Egito Gonçalves.
Para aqueles que, como eu, gostam de gatos...

Aqui fica um poema de Pessoa, também pouco conhecido, que faz parte desta antologia.


Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,

Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.


Bom servo das leis fatais

Que regem pedras e gentes,

Que tens instintos gerais

E sentes só o que sentes.


És feliz porque és assim,

Todo o nada que és é teu.

Eu vejo-me e estou sem mim,

Conheço-me e não sou eu.


Fernando Pessoa
(1931)
(Cancioneiro)

Na voz de Luís Gaspar:

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