terça-feira, 15 de agosto de 2006

Eu vi dos pólos o gigante alado,
Sobre um montão de pálidos coriscos,
Sem fazer caso dos bulcões ariscos,

Devorando em silêncio a mão do fado!

Quatro fatias de tufão gelado
Figuravam da mesa entre os petiscos;
E, envolto em manto de fatais rabiscos,

Campeava um sofisma ensangüentado!


– "Quem és, que assim me cercas de episódios?"

Lhe perguntei, com voz de silogismo,
Brandindo um facho de trovões seródios.

– "Eu sou" – me disse, – "aquele anacronismo,
Que a vil coorte de sulfúreos ódios

Nas trevas sepultei de um solecismo..."

Bernardo Guimarães

1 comentário:

ricardo disse...

oi.
gostei do teu blog...mto interessante!
saudações
;)