sexta-feira, 21 de julho de 2006

Hoje nasceu...



21 de Julho de 1920:

Mohammed Dib

Poeta argelino



Mohammed Dib nasceu na Argélia em 1920, no seio de uma família burguesa arruinada. Fez os seus estudos primários e secundários na sua terra natal e depois, em Oujda, Marrocos. O seu pai faleceu quando ele tinha apenas 10 anos e a vida tornou se difícil para ele e para a sua mãe. Aos 15 anos, Mohammed Dib escrevia poesia e pintava. Depois, com 18 anos, dedicou se ao ensino. Aos 19 anos, foi contabilista em Oujda, no exército, e durante a II Guerra Mundial foi intérprete de inglês francês, junto dos exércitos aliados, retornando depois à sua terra natal em 1945, onde se dedicou a desenhar tapetes durante dois anos. Em 1950 e 1951, trabalhou no ?Jornal Republicano Argelino? e escreveu também no ?Liberdade?, jornal do partido Comunista Algeriano. Foi em 1952, quando se casou com uma francesa, que se juntou ao Partido Comunista Francês, e foi a França pela primeira vez. No mesmo ano publicou ?A Casa Grande? o seu primeiro romance, a que se seguiram ?O Incêndio? (1954) e ?O Ofício da Tecelagem? (1957), que completa a sua célebre trilogia. Mohammed Dib estreou se com romances e poemas surrealistas e foi o contexto em que a Argélia vivia naquela época que o ?empurrou? para o realismo, fazendo o escrever sobre a realidade da vida argelina neste três romances. O realismo destes romances e a sua ligação com o partido comunista, tornaram no impopular junto dos colonos franceses na Argélia. Em 1959, persuadiram a administração colonialista a expulsar Mohammed Dib da Argélia. Mohammed Dib foi então para França nesse ano, onde se instalou definitivamente, no exílio, e ainda em 1959 publicou “Um Verão Africano”. Em França, Mohammed Dib escreveu romances, contos, teatro, poesia e livros de ensaio que alcançaram uma importante repercussão em França, não só pelo seu talento, mas também porque era um escritor argelino que escrevia em francês.
Depois da independência, Mohammed Dib retornou ao surrealismo e à mitologia. Grande humanista, Mohammed Dib tocou a essência do ser humano para lá de todas as fronteiras e barreiras.
Mohammed Dib é assim o escritor mais representativo da Argélia, considerado o pai do romance algeriano contemporâneo e um intelectual comprometido com a história do seu país.
Mohammed Dib faleceu em Maio de 2003, em La Celle Saint Cloud, perto de Paris, com 82 anos.
Obras:
"La Grande Maison" romance 1952
"L’incendie" romance 1954
"Au Café" ensaio 1957
"Le metier à tisser? romance 1957
"Baba Fekran" contos 1959
"Ombre Gardiénne" poesia 1961
"Qui se souvient de la mèr" romance 1962
"Cours sur la rive sauvage" romance 1964
"Le talisman" ensaio 1966
"La danse du roi" romance 1968
"Formulaires" poesia 1970
"Le maitre de chasse" romance 1973
"Dieu en barbarie" romance 1970
"L'histoire du chat qui boude" contos 1974
"Omneros" poesia 1975
"Habel" romance 1977
"Feu beau feu" poesia 1979
"Mille hourras pour une guerre" teatro 1980
"Les terrasses d'orsol" romance 1985
"O vive" poesia 1987
"Le sommeil d'Eve" romance 1989
"Neiges de marbre" romance 1990
"L'infante Maure" romance 1994
"L'arbre à dires" romance 1998


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